S T A R R
Meu peito se aperta e eu preciso manter os meus olhos firmes. Martha saiu daqui deixando uma agulha presa a minha cabeça e que está doendo profundamente.
Maverick me olha carinhoso.
— Gael me disse que estava cansada… Por que não vai deitar um pouco? — Questiona com um sorriso acolhedor. Eu engulo em seco quando o mesmo se aproxima de mim e por instinto, saio da cama caminhando para o outro lado. Completamente longe dele.
— Eu… — Respiro fundo colocando as mãos no rosto. Respire Starr — Hm… Não estou tão cansada assim, fique tranquilo — Sorrio e os seus olhos chegam a bandeja com diversos alimentos que a Martha trouxe para mim.
— Eu queria ter trago a sua bandeja, mas a empregada insistiu tanto em trazer que eu autorizei — Sua voz de repousa chega em claro e bom tom aos meus ouvidos e me controlo para não o repreender sobre a Martha — Espero que ela não tenha mexido em nada.
Meus olhos chegam a bandeja e fecho os olhos ao pensar se algo nesses alimentos não está batizado. A desconfiança cresce e o medo da traição ainda mais.
Provavelmente, Martha o viu colocando alguma coisa nesse café ou suco e por isso o trouxe para mim. Se a conheço bem, claramente jogou fora. Com este pensamento, eu noto a xícara de café vazia. Meu coração acelera.
— Não… Claro que não — Eu tento, mas a minha voz não consegue sair firme — Martha não mexeria em nada que não fosse certo para que ela mexesse — Meu pai solta uma risada.
— Empregados domésticos costumam ser bem enxeridos quando querem, querida — Fecho os olhos engolindo em seco quando Maverick faz pouco caso de Martha.
— Acontece, papai — Sorriu abrindo os olhos — Que a Martha não é apenas uma empregada, é parte da família.
— Claro querida, eu só…
— Já me sinto bem disposta, então vou atrás do meu noivo, talvez ele esteja precisando de algo — Me apresso em sair daquele quarto. O ambiente já estava me sufocando.
— Mas não vai nem ao menos comer nada, filha? — Insisti.
— Eu já bebi o café, obrigada! — Noto um sorriso satisfeito crescer em seu rosto e me apresso em sair.
Caminho pelo corredor olhando para trás para ter a certeza que ele não está me seguindo e acabo batendo contra uma parede de músculos. Minha atenção rapidamente vai para a pessoa, a qual esbarrei e sorriu inconscientemente quando sinto as mãos de Gael na minha cintura.
— Aconteceu alguma coisa, preta? Você está praticamente branca, porra — Uma de suas mãos tocam o meu rosto com um olhar de preocupação e respiro fundo tentando normalizar a minha respiração.
— Meu pai… — Sussurro.
— O que cacetes aquele velho fez?! — Sua voz se altera e eu coloco a mão na sua boca, o empurrando para um cômodo com a porta aberta. Quando entro e fecho a porta percebi ser um banheiro.
Quantos banheiros tem nessa casa?!
— Você descobriu — Afirma. Meus olhos encontram os seus em uma briga silenciosa e eu abro a boca desacreditada. Ele sabia esse tempo todo e não me disse?! Filho da puta!
Com raiva em minhas íris, eu esmurro o seu corpo com toda a força que consigo. Estou nervosa, estou louca e quero acabar com esse preto do caralho!
— Ai porra, calma ae! — Suas mãos seguram os meus braços de modo agressivo e os nossos olhos se encontram novamente, me deixando enfurecida por essa conexão avassaladora.
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Preta Rara
RomantizmNÃO PERMITO ADAPTAÇÕES DESTA HISTÓRIA. - "E todo mundo tá' ligado que ela é a minha de fé, ai de quem cometer o pecado de cobiça a minha mulher." - Gael. Starr Castro já imaginava que a sua mudança para o Complexo da Pedreira, seria algo que mudaria...