𝗠𝗲𝗹𝗮𝗻𝗰𝗼𝗹𝗶𝗮. guapoduo

unic.

Melancolia;
quem é triste ou sofre de melancolia; quem sente uma tristeza excessiva.
quem é triste ou sofre de melancolia; quem sente uma tristeza excessiva. Triste ou sombrio; que tende a sentir tristeza ou melancolia.
Que expressa melancolia, estado de tristeza imensa: filme melancólico.

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– Gatinho? – uma voz familiar chama, acompanhando passos pelo quarto, se aproximando da cama que está no centro.

A visão á sua frente era lamentável. Cellbit deitado, sem mover nenhum músculo, sem proferir nenhuma palavra, com seus olhos vermelhos, inchados de tanto chorar, rosto vazio com olheiras profundas, e um semblante sombrio.

Desde a perda de seu filho Richarlyson, o brasileiro se tornou apático e depressivo, evitando qualquer tipo de atividade social.

– No hagas eso conmigo por favor – Roier resmunga se deitando ao lado dele, agarrando seu marido fortemente, na posição de conchinha. Afundando seu rosto nas costas cobertas do companheiro.

O silêncio permanecia, somente o vento e os barulhos de trovões passavam por ali, ambos estavam quietos, sentindo falta das risadas que preenchiam o local, mas agora, tudo que restava era a saudade.

E as primeiras gotas de chuva começaram a cair, deixando o ambiente mais frio e escuro.

– Guapito... – Cellbit se vira, ficando frente a frente ao rosto de Roier, seus olhos refletiam um vazio angustiante que deixavam os olhos do moreno atordoados.

Havia pratos fartos de comida sobre a mesa, intocados, até mesmo o cheiro saboroso havia desaparecido.

– Come algo por favor  – O mexicano diz pegando a mão do brasileiro e distribuindo beijos carinhosos nela, voltando o olhar para Cellbit.

Ver seu amado, totalmente tomado pela depressão, deitado na cama a dias, sem comer completamente nada, apertava o coração do acastanhado.

O funeral foi a pior parte, todos presentes, choravam sem parar enquanto Cellbit havia uma aura vazia, sem derramar nenhuma lagrima, apenas encarando o cadáver da criança a sua frente, ficando horas em pé no mesmo lugar até o escurecer.

No final das contas, entendia completamente o que estava acontecendo, desde então o loiro não se alimentava, não saia mais de casa e até mesmo não tomava banho, tudo que fazia era ir ao banheiro fazer suas necessidades e chorar, totalmente desolado.

Roier deslizava os dedos pelo braço do rapaz,  novas cicatrizes apareciam na pele do homem, em resposta o loiro solta um gemido de dor pelo toque repentino.

Assustado, o moreno automaticamente para de tocar, seus olhos tremem enquanto encaram o azul do outro.

O silêncio voltou, mais insurdecedor que o anterior, a respiração de ambos estava desalinhada, principalmente a do mexicano.

– ¿Te lastimaste otra vez? – a voz ecoa pelo quarto.

Cellbit não responde.
Angustiado, ele apenas encara Roier e sussurra "Me desculpe".

De repente, lágrimas começaram a descer no rosto do moreno, tudo que mais queria era ver seu marido feliz independente das circunstâncias. Mas te-lo totalmente sombrio, escutá-lo chorar todas as noites encolhido na cama, e encontra lo tendo crises de ansiedade diariamente apenas por ver uma foto do filho.

Mesmo acostumado com o luto, ter perdido outra criança, doía terrivelmente no mexicano, ele tentava lutar contra, escondendo sua tristeza em piadas e brincadeiras da situação, mas sua mente estava tão atordoada, e seu único refúgio e felicidade, que sempre lhe trazia conforto e apoio, nem estava sabendo lidar com toda essa situação, o que ele iria fazer? Roier estava desesperado.