— Então, vocês vão levar mais ou menos dois meses pra chegar ao Sul, podendo ser mais que isso. — comecei a falar pra ver se eu entendi a ideia deles, que ainda não era bem um plano já que não tínhamos muita informação. — No caminho vão parar em ilhas ou continentes pra reabastecer os mantimentos, e aproveitar pra conseguir mais informações sobre as Bruxas mas... ainda assim por enquanto tem 7 ilhas prováveis de achar alguma. Isso pode acabar levando muito mais tempo até de fato acharmos uma bruxa.
As probabilidades de encontrarmos respostas são baixas... pensei em desanimo.
— É isso aí. — disse o capitão que sorria de volta a sua cadeira com os pés em cima da mesa.
— Pra que ir atrás de uma bruxa? — Eros ainda não concordava muito. — Me parece uma perda de tempo.
— Você, quem encontrou a porta e visitou o outro mundo, devia ser o mais intrigado em entender como isso está acontecendo. Foi você quem a encontrou. — o loiro apontou pra mim.
— Não seria mais fácil trocar ou selar a porta e por fim a isso?
— Por fim a algo possivelmente único? — o capitão pareceu achar um absurdo — Quando acha que vai acontecer outro evento que ligue dois mundos diferentes assim? Sequer sabemos o motivo de tal coisa. Sem falar que mesmo se trocarmos a porta, nada garante que a passagem volte a ser a mesma, e sela-la também pode não mudar nada.
— Você e essa fome por descobertas. — Eros bufou infeliz.
— Você me conhece, — o loiro sorriu. — e agora também temos ela. — aquele olhar azul se voltou a mim e me senti envergonhada. — Uma garota que nunca viu piratas ao que parece, e também está curiosa com tudo isso, tanto com nosso mundo quanto ao mistério que a trouxe aqui. Você ao atravessar pro outro lado, deu de cara com ela, e a trouxe aqui, não é um assunto apenas nosso.
— Só falta achar que ela deve ir com a gente nessa né. — zombou o moreno cruzando os braços com uma cara azeda. O que ele tinha contra mim?
— Acho que não seria ruim, ela faz parte disso e também me parece igualmente intrigada sobre tudo. — aquele cara me parecia amigável demais pra um capitão pirata.
Viajar em um navio pirata de verdade, por mares desconhecidos em um mundo diferente, parecia uma aventura e tanto. Porem sou uma universitária quase sem vida social, por culpa das atividades e trabalhos da UFF. Faço graduação em geografia bacharelado, estou terminando o terceiro período, e tinha um certo gosto por cartografia, climatologia, geomorfologia, ecologia e hidrogeografia no momento.
Amo trabalhos de campo onde podemos por em prática o que aprendemos, pra identificar a formação dos relevos, movimento das placas tectônicas, fatores climáticos, bioma marinho e por aí vai, e no momento eu tenho um mundo novo inexplorado por meus professores. Eu queria fazer parte disso mas tenho aulas de segunda a sexta.
Enquanto Eros e o Capitão discutiam, e agora sei que o loiro se chama Blaze, me senti meio frustrada e os interrompi.
— Bom, eu acho que por hora não posso viajar com vocês, mesmo querendo muito.
— Ótimo. — Eros sorriu e Blaze murchou.
— Por que?
— Eu estudo geografia. — eles fizeram careta e eu resumi basicamente do que se trata. — Então basicamente, de segunda a sexta estou ocupada na faculdade. Há finais de semana que ainda passo estudando, e tenho mais um mês ainda até entrar de ferias. Sem falar que não sei que desculpa dar aos meus pais pra sumir de casa mesmo que por alguns dias. Não da pra largar tudo e viajar com vocês de repente.
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De Universitária À Pirata
FantasyUma porta Dois mundos Passado e presente Ela achando que ele fugiu de algum hospício... Ele achando que ela morreria fácil... Ayla, uma estudante de geografia, que geralmente ama fantasias. Eros, um pirata rabugento perdido, que só pensa em treinar...