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Toda ação, tem sua reação.

Hoje a professora da turma de Psicologia do segundo período decide formar grupos para um trabalho, e inclui Abigail no mesmo grupo de Leana. A ruiva não gosta da ideia de trabalhar junto com ela, mas tenta se conformar e respeitar a professora.

Elas se encontram na biblioteca, envolvendo-se em discussões sobre o conteúdo da disciplina.

Porém, durante a interação, Abigail começa a falar sobre seu relacionamento com Kael, lançando olhares provocadores para Leana, que tenta ignorá-la mantendo-se focada no trabalho.

Entretanto, em um dado momento, a garota começa a contar que todo final de ensaio com a banda, os dois ficam sozinhos em casa e fazem sexo.

Suas colegas do grupo demonstram um entusiasmo evidente pelo assunto, mergulhando em cada detalhe com entusiasmo e diversão. Enquanto isso, Leana, mesmo fazendo um esforço visível para não demonstrar, sente uma crescente irritação interior e explode sua ira.

— Podemos focar no que realmente interessa? Ninguém quer saber sobre sua vida sexual, garota!

Todas as estudantes olham para ela assustadas, inclusive, pessoas das mesas próximas, com excessão de Abigail, que exibe um sorriso vitorioso.

— Você está com ciúmes do seu ex namorado. E inveja também, pois tenho certeza de que ele nunca te pegou como me pega. Ele está muito apaixonado!

— As bibliotecas são feitas para estudar, não para compartilhar experiências sexuais, isso se faz num bordel! — Ela levanta-se levando consigo o caderno fechado. — Se não querem fazer o trabalho, eu quero, e vou fazer sozinha!

— Ah, Leana, relaxe... — responde uma colega com um ar de deboche — Por que tanto ciúmes? Você não namora o professor?

— Sim, deixe de ser nerd e conte suas experiências também! — caçoa outra colega.

Enquanto elas riem, Leana se afasta do grupo e senta-se numa mesa longe. Ela tenta se esquecer de tudo o que ouviu, mas um bolo se forma em sua garganta, que dói igual seu peito.

Depois de enxugar as lágrimas que se acumularam, ela pega seu celular da bolsa para ver as horas e percebe que Alexandre lhe enviou uma mensagem há 2 horas.

" Oi, queria te ver hoje. Saudades."

Ela suspira fundo lembrando-se com aperto no coração de que, desde o dia da feira de ciências, não se falaram ou se viram mais. Ela responde:

"Não tenho a última aula, mas vou ficar te esperando no pátio."

Levanta-se para organizar suas coisas dentro da mochila e outra mensagem chega, fazendo-a sorrir.

"Que coincidência, eu também não."

Leana então sai da biblioteca em direção ao pátio e o vê chegando mais adiante, com seu porte de professor universitário, usando um blazer azul escuro e camisa preta, dando-lhe um ar de seriedade. Já está escuro, mas seu sorriso brilhante ilumina o caminho até ele.

A garota sente uma imensa vontade de abraça-lo e assim faz, repousando a cabeça em seu peito, sentindo ainda o desconforto que viveu na biblioteca. Alexandre, por sua vez, a corresponde com carícias nos cabelos, pensando que ela ainda está chateada pelo último incidente com a filha.

— Quer aproveitar que estamos com tempo livre e ir la pra casa?

Ela ergue sua cabeça, encontrando seus olhares, sem parar de ganhar carícias dele, e reflete rapidamente.

— Não sei, eu... Quero dar um tempinho antes de ir para lá novamente.

— A Alissa dorme cedo, teremos um tempo só para nós dois. — ele abre um sorriso charmoso de canto para incentiva-la. — Eu peço algo para a gente comer, e depois podemos ficar conversando até tarde se quiser.

Meu Coração é LaranjaOnde histórias criam vida. Descubra agora