Prólogo

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México

"Viva como se você fosse morrer, porque você vai"

Essa era a frase que ela sempre repetia a si mesma quando estava prestes a fazer alguma merda, não diferente de seu irmão gêmeo.

_ Lena... - A mulher mais velha chamou na porta fazendo a garota a olhar - Ah... Vem aqui na cozinha querida.

_ Claro, tia Tânia.- Ela deixou as linhas de costura de lado e caminhou ao lado da tia, elas se sentaram nas cadeiras da mesa uma de frente para a outra.

Tânia sorriu pegando a mão de Lena, e a garota sabia que quando sua tia fazia isso, queria dizer que algo não estava certo.

_ Lena... Querida... Sabe por que Thomas não ligou mais ou mesmo mandou bilhetes?

Ela sentiu o gelo atravessar sua espinha, não podia acreditar que o rumo daquela conversa realmente existia.

_O que aconteceu com meu pai?- ela perguntou

Tânia respirou fundo, fechando os olhos com força, doía lembrar do que ocorrera com seu irmão:

_ Ele morreu,Lena. Thomas foi encontrado sem vida na sala da casa dele.

Ela ficou quieta, por uma longa fração de minutos ela ficou calada, seu coração batia forte no peito enquanto as lágrimas cortavam seus olhos castanhos.

O rapaz parado na frente da porta engoliu em seco quando ouviu a notícia, ele se aproximou em passos lentos da irmã e colocou a mão em seu ombro.

Lena o olhou e se levantou, rodeando a cintura do mais alto, Yan, o mais alto, abraçou os ombros da irmã. Ambos procurando abrigo e consolo.

Os gêmeos Uley eram exemplo de união, se gabavam disso para qualquer um, embora não tivessem sido criados com os pais, pois a mãe havia morrido quando eles eram bebês e o pai entregou os dois para serem criados com Tânia desde seus seis anos.

E agora, aos dezoito anos, eles recebem a notícia de que seu pai, o único que lhes restava, estava morto.

_Yan… o que faremos? O que vamos fazer?

Tânia suspirou, se aproximou deles e colocou a mão no ombro de Yan:

_Eu vou sair, vou deixar vocês a sós para conversar.

Tânia deixou um beijo na testa de ambos e saiu com sua bolsa.

Lena se sentou na cadeira e Yan foi pegar uma água para a sua gêmea, colocou açúcar e deu a ela:

_Mana… não fica assim. - ele disse passando a mão nos cabelos da irmã gêmea.

Ela o olhou, Yan estava com as bochechas marcadas pelas lágrimas, Lena então disse:

_Cade a Maria?

Yan franziu o cenho, apoiou os cotovelos na mesa e suspirou:

_Ela terminou comigo.

Lena estava aliviada, bom, Maria era uma excelente garota, boas notas na escola, boa irmã para suas irmãs mais novas, porém ela tinha algo que deixava Lena de cabelos em pé.

_ Yan, sinto muito. Sei o quanto gostava de Maria.

Yan suspirou, ele realmente gostava da garota, embora sua mente nunca esquecera da garota de longos cabelos negros e olhos marcantes que residia na sua tribo natal, em La Push.

Lena olhou para o copo, os resquícios de açúcar no fundo, ela olhou para Yan e então disse:

_Eu queria voltar para Forks, acho que teremos mais respostas por lá.- Ela disse - Quer dizer, ele morreu misteriosamente.

Yan olhou para Lena, e ele sabia que seria perda de tempo tentar convencer Lena a fazer o contrário:

_Eu acho que pode ser uma boa ideia, aqui não é mais o que eu quero ter pra minha vida, tenho falta do nosso primo.

Lena assentiu limpando a última lágrima que escorria de seus olhos, ela entrelaçou o braço com o do irmão e suspirou fundo:

_Eu te amo Yan.

Ele apoiou a cabeça no topo da cabeça de Lena e suspirou fundo fechando os olhos:

_Eu também te amo, Leninha, sempre vou estar do seu lado, não importa a ocasião.

Ela sorriu e o olhou:

_ Promete irmão?

Ele sorriu largo enquanto a encarava, Lena percebia a semelhança do sorriso dele com as lembranças que tinha de Thomas:

_Prometo, é uma promessa minha.- Ele disse deixando um beijinho na testa da menor.- Você quer voltar para Forks?

Ela acenou positivamente enquanto ele olhava atravéz da janela que dava para os jardins, com o sol brilhando e o clima agradavelmente quente:

_Sim, o meu desejo atualmente é ter respostas, são tantos segredos que nos envolve, quem sabe lá não encontremos algo sobre a mamãe…

Yan não gostava de mencionar esse assunto, mas queria deixar sua irmã feliz, e também Yan tinha curiosidade de saber sobre a misteriosa mãe que eles perderam ao nascer.

_Sim, Len, acho que podemos investigar mais sobre ela. Vamos amanhã.

Tânia atravessou a porta da cozinha e disse:

_O que decidiram?

Yan a olhou e respondeu:

_ Voltaremos amanhã para Forks temos que descobrir sobre nós mesmos.

Tânia mordeu a bochecha, não podia mais prender seus sobrinhos ali, sua missão estava no fim, eles descobriram uma hora ou outra e ela achava que sim, Yan e Lena tinham direito de saberem sobre si mesmos.

Ela suspirou, caminhou até a cadeira a frente dos gêmeos e pegou as mãos de ambos:

_Eu vou ajudar com as passagens, só não se esqueçam de uma coisa … eu amo vocês. São meus filhos, não nasceram de mim, mas são meus filhos.

Os gêmeos derramaram algumas lágrimas e então deram a volta na mesa abraçando a mais velha,o clima de despedida era palpável naquele ambiente.

_ Também te amamos, tia Tania.- eles disseram juntos.

Ainda abraçados, Tânia abriu os olhos e se separou deles, os olhou e disse:

_ Vão arrumar as malas,vou ligar para Sam ir buscar vocês no aeroporto.

Os dois assentiram e saíram da cozinha, Tânia sabia, seria a última vez que ela veria os gêmeos, e isso doía em seu peito.

Lena entrou em seu quarto e suspirou se esticando para pegar a mala, colocou todas as suas roupas e produtos na cama e disse a si mesma:

_Viva como se fosse morrer, porque você vai.- Ela começou a dobrar suas roupas na mala, mas suas lágrimas começaram a cair de novo.

Sua ficha caiu finalmente, nunca mais veria seu pai, e ele não veria seus filhos, ela não o culpava por não ter vivido com eles, ela sabia que tinha uma explicação pra isso, Lena amava seu pai, ele sempre foi presente na vida dela e do irmão.

Thomas tinha segredos, Lena e Yan sabiam, mas eles o amavam, ele nunca deixou de se importar com os filhos, nunca deixou de procurar por eles ou participar da criação dos dois, por isso doía tanto perdê-lo.

Com as malas prontas, Lena sentou na cama e limpou o rosto, olhou para uma foto do pai e passou o indicador pelo rosto da foto:

_ Vá em paz papai, eu te amo.- E de novo as lágrimas estavam escorrendo - Eu vou descobrir o que aconteceu com você, e se for o caso, vou vingar você.




Notas finais
Prólogo da nova versão, tô imaginando coisas novas para essa fic.
Os capítulos ficaram maiores viu, só avisando.

Espero que tenham gostado.
beijinhos 💜

Between Wolves and SecretsOnde histórias criam vida. Descubra agora