capítulo único

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KIM MAYA ANDAVA PELOS CORREDORES DA SUA ESCOLA, procurando suas duas melhores amigas após lhes mandar mensagem, no entanto, não as achava onde disseram que estavam. Mas, felizmente, achou-as minutinhos depois, do lado de fora do edifício, sentadas num banquinho.

— Maya! Desculpa sairmos daquele lugar, mas olha, visão perfeita! Não nos agradeça, eu sei que nos ama. — Yo Jimin — conhecida por Karina — disse, se gabando, mas obviamente brincando, já que ela era a mais brincalhona entre as amigas. A Kim sentou-se junto delas, olhando exatamente para onde as disseram para olhar.

— Ela é tão pitiquinha, e ainda você é um minimeu igual à mãe. Perfeitos. — Ning Yi Zhuo — conhecida como NingNing —, sua outra melhor amiga, disse, rindo fraco, abraçando Mijin de lado. — Casalzinho perfeito.

— Ai, para, vai deixar ela sem graça de novo. — Karina diz.

— Você é a pior, Karina. — Utilizou a forma que mais era conhecida, vendo a amiga revirar os olhos.

Mas o foco não era ela, e sim como Maya encarava a garotinha como se fosse a pedra mais preciosa e que tivesse que ser guardada o mais rápido possível. Uma jóia rara que merece toda a atenção de tão valiosa que é.

— Já pensou em se declarar? Já têm dezasseis anos, entretanto nos abandonam indo para faculdade longe. Eu quero que ao menos conte para ele como se sente. — Eunchae diz, tendo a Kim olhando para si e ainda para Karina, mas logo baixou o olhar, envergonhada.

— Eu pensei sobre... E escrevi-lhe uma cartinha. Daquelas de amor. Inspirei-me no filme que eu vi.

— Já sei até qual é o filme porque a Karina realmente fez o mesmo e eu fiquei chocada que ela escreveu para o Hyunjin ainda antes de entrarmos nesta escola e nos conhecermos.

— O foco não sou eu, NingNing! — Reclamou, saindo do banco e se agachando ao lado de Maya. — Maya, você tem que lhe falar, nem que depois pense que não tenha sido a melhor escolha, mas você sentirá um alívio enorme. Digo isso porque não segui a mesma coisa e espero que você siga o meu conselho. Acredito que vai se sentir bem melhor ao lhe entregar isso e terá todo nosso apoio. — NingNing também concordou, e com isso Maya pegou a cartinha que tinha escrito dentro da sua mochila, mostrando para elas na sua mão, não deixando abrir pois estava toda bonitinha para apenas, exclusivamente, Giselle Jung abri-la e lê-la.

Não importava se ele iria corresponder, o que Maya já esperava a resposta negativa, mas suas melhores amigas tinham razão. Ela tinha que entregar aquela carta, pois com certeza se arrependeria ainda mais se não a entregasse.

— Vou deixar no cacifo* dela, o que acham?

— Embora a ideia seja boa, talvez fosse melhor dar-lhe pessoalmente.

— Karina, como a Maya é, ela teria um treco! Talvez seja melhor pelo cacifo mesmo.

— Mas tenta não ser apanhada, hm? — Mijin assentiu com a cabeça.

— Talvez devêssemos ir lá agora. O dela é quase do lado dele. Podemos fingir que vamos ao dela e ela coloca a carta no da Giselle.

— Vamos! — Karina se levantou e puxou as amigas.

Maya estava nervosa, obviamente estava, mas seria bem melhor. Não precisava de ver as feições de Giselle assim que a lê-se. Era somente esperar e ver o que poderia acontecer.

Giselle era um tiquinho popular, então a chance dela apenas ignorar era muito grande, mas desde que ela leia, já é muito para Maya.

Assim chegadas à parte dos cacifos, Maya abriu o seu para pôr à parte o pequeno plano delas, e assim que viu a primeira oportunidade ao não passar ninguém no corredor, enfiou a cartinha dentro do cacifo de Giselle, fechando o seu cacifo rapidamente e puxando as garotas para fora dali, sentindo seu coração em completos saltos, parecendo que ia sair pela boca a qualquer momento. Estava se tremendo toda devido ao nervosismo, sentindo que poderia a qualquer momento cair no chão, se sentando no primeiro banco que viu livre e tentando se acalmar. Já estava feito, não tinha mais como voltar atrás.

"Querida Maya...

Eu realmente não sei quando tudo isto começou, ou mesmo quando que me deu a ideia de escrever isto, pois já faz um bom tempo, um bom tempo que quero falar sobre, mas me dou melhor com a escrita no momento.

Sei que temos apenas dezasseis anos, somos completas crianças que ainda não sabem nada do que é o tal chamado amor, mas... Talvez eu esteja sentindo o início dos sintomas bizarros associados a isso.

Somos da mesma turma desde os catorze anos, dois anos que te conheço, mas não foi nessa exata altura, não foi somente ao olhar você.

Eu acho que foi quando fizemos um trabalho juntas, eu não sei ao certo.

Eu nunca parei para pensar quando me apaixonei por você. Quando eu fui a ver, estava admitindo para as minhas amigas sobre meus sentimentos, e sabia que poderia ser rejeitada, pois mesmo querendo pensar positivo, também temos que pensar sobre se não der como a gente quer, preparar um plano B.

Bom, eu já falei como estou e não preciso enrolar mais, certo? Eu estou apaixonada por você, e com isso decidi te escrever esta carta, pois não sou capaz de te dizer pessoalmente.

Espero que esteja lendo, realmente espero.

Decidi deixar para último tudo o que eu me encantei por você, pois acho que é necessário.

Eu amo seu sorriso, amo que consigo ainda ser mais baixa que você, mas você fica toda pitiquinha ao lado dos outros garotos da nossa turma, sendo uma das mais altas das garotas, mas das mais baixas do seu grupinho, amo sua voz, suas bochechas, seu cabelinho longo com franja que sempre está cheiroso, amo te emprestar minhas canetas coloridas, mesmo sendo ciumenta e te obrigue a devolver depois de usar por completo, amo quando fala meu nome, amo quando me chama para ir ter com vocês e vos ver jogar qualquer coisa. Amo a amizade que eu construí com você, que eu tenho muito medo que termine pelo que estou a fazer, mas vamos arriscar.

Amo sua personalidade, seu carisma, amo você cantando, mas amo muito mesmo. Espero um dia você chegar onde o Kim Hongjoong está, sei que tem uma fotinha com ele e ficou feliz de ser quase do tamanho dele além dele ser conhecido dos seus pais. Deve ser incrível! Lembro quando surtou e me mandou essa foto, tenho como wallpaper das nossas mensagens, que mesmo sendo poucas, cada vez que recebo uma eu sorrio boba para o celular,

Obrigada por ser como você é e espero nunca mudar, mesmo que a vida nos mude, mas o seu jeitinho, espero que continue.

Obrigada por se deixar apta para que se apaixonem por você, pois vale muito apena mesmo que não sejamos correspondidos, mas como disse, vale apena falar "eu estou" ou no passado "eu estive apaixonada/o por Giselle Jung".

Bom, vou finalizar aqui... Te amo, Giselle Jung <3

Ass: Kim Maya"

VOCABULÁRIO
cacifo: armário

Ass: Kim Maya | giselleOnde histórias criam vida. Descubra agora