Meu corpo é um Templo Sagrado que tocas, que quis ser só teu. Ele mesmo escolheu.
Diferente do teu, que parece só queimar.
Me inunda, me entorpece, no tempo que dá.
Me rega os ouvidos e me colhe bonita.
Noutro dia,
Uma abstração.
Um texto sem pontuação.
Como se o dia não tivesse existido, um rascunho escrito a lápis, fácil de apagar.
Como se cada pequeno sussurro meu tivesse morrido, se perdido em teus ouvidos, cada vez que minha alma suspirou fosse só um momento desaparecido.
Deus me livre desses teus olhos bonitos, pensava.
Deus me livre perder os botões, lembrava.
Te quis com sede de te tomar todos os dias.
Mas, palavras que não ecoam soam vazias, estão mortas.
Talvez,
Seja depois do universo,
Em outras vidas,
Numa esquina,
Numa linha atemporal.
Tomando um café.
Ou só um se cuide pela última vez.
Eu sou de despedidas, coração treinado para ir. Desculpe, Já senti todas as dores do mundo.
E eu me prometi, ficar.
Só onde sou lar.
Giselle Morais