2015 - 8 anos atrás
Olivia
— Pai, por que meu príncipe tem que ser o Ricky? — Perguntei irritada, eu tinha um namorado e queria dançar a valsa com ele, mas por algum motivo mais pai decidiu que Ricky seria meu par.
— Por que você não vai querer olhar o álbum da festa daqui a vinte anos e ter que se lembrar do seu ex-namoradinho, pelo menos Ricky continuará na nossa família. — Ele tinha um bom ponto, não me imaginava daqui a vinte anos com o Marcos, mas também não sei se queria olhar para meu álbum e ver Ricky lá. Estávamos tão distantes, sempre que eu tentava me aproximar ele se afastava. — Já que não tem mais nada para falar, sua professora de dança está te esperando no jardim juntamente com seu príncipe para começar as suas aulas.
— Não tenho escolha, né?
— Que bom que já sabe.
Sai do escritório direto para o jardim, Ricky estava sentado na cadeira debaixo do guarda-sol, mexendo no celular e a professora, uma senhora de meia-idade já, observava o tamanho do quintal, acho que planejando a nossa coreografia. Sentei ao seu lado.
— Já terminou de dar o seu piti? — Revirei os olhos.
— Vá a merda, nem você queria estar aqui.
— Não mesmo, mas seu pai quer isso.
— Exatamente! — Trocamos mais palavras naquele pequeno momento do que falamos a semana inteira.
— Vamos lá crianças? — A senhora olhou para nós dois.
— Bora acabar com isso logo! — Ricky jogou seu celular sobre a mesa, indo para o gramado. O segui em silêncio.
A senhora, cuja não dei a importância de decorar seu nome, posicionou nós dois da forma como ela queria, um de frente para o outro, Ricky com uma mão em minha cintura e a outra segurava minha mão no ar. Ela passou as instruções e seguimos cada uma delas aos pés da letra, não conversamos, apenas dançamos. As aulas seguiram por três semanas, todos os dias depois da aula, Ricky e eu pegamos o ritmo logo e depois passei a ensaiar com meu pai também.
No dia da festa todos os meus colegas e amigos estavam ali, até Steven, o melhor amigo de Ricky, convidei-o em troca do favor que ele estava fazendo por mim, também era um sinal que queria dar uma trégua, pelos menos naquela noite.
— Você parece um bolo! — Ricky disse, quando terminei de descer a escada com o enorme vestido azul serenity, de saia volumosa e brilhos.
— Chega, Ricky! — Meu pai o repreendeu.
— Você está linda! — Marcos me elogiou beijando minha bochecha. De longe vi Ricky, fechar a cara e assumir uma postura diferente, séria.
— Obrigada. — Agradeci sem jeito. Não me sentia confiante naquele vestido, na verdade, eu queria tirar àquela saia enorme de filó e ficar logo com o vestido curtinho. — Podemos começar? — Perguntei.
— Claro! Vou avisar os músicos para começarem a tocar! — A cerimonialista saiu, seguida de Ricky e Marcos. Meu pai enganchou seu braço no meio e sorriu para mim.
— Você está maravilhosa!
— Pai, sabemos que Ricky tem razão, até eu me sinto um bolo! — Caímos na gargalhada, mas assim que ouvimos as melodias dos violinos, paramos de rir e assumimos uma postura mais "séria".
Meu pai me conduziu para fora de casa, pelas portas duplas da varanda que dava para o jardim, ali tinha sido montada uma pequena estrutura no centro para realizar a valsa. Uma enorme passarela também foi montada para chegarmos aos palco. Enquanto caminhávamos, eu via meus amigos aplaudindo e assobiando em minha direção, Mel estava escondido na multidão, mas eu podia ouvir seus gritos. Marcos estava bem perto do palco e sorria para mim.
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Hope: Aberto para se apaixonar | ** DEGUSTAÇÃO **
RomansaEnrique sempre acho que o amor tornava as pessoas frascas, cegas e elevavam a loucura, ele cresceu em um lar precário de carinho e afeto, onde presenciava cenas que nenhuma criança de 7 anos deveria presenciar nessa idade. Com o tempo ele fechou par...