๑ S O K I S S M E ๑

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Beije-me
Sob o crepúsculo enevoado
Conduza-me
Pelo chão iluminado pela Lua

Sixpence None The Richer

✿⁠

- Quero te beijar!

- Itadori Yuji! - Nobara murmurou, as bochechas ganhando um tom de vermelho escarlate.

A segunda reação foi mais o normal dela, porque girou o punho e acertou na cabeça do rosado. O garoto gemeu e caiu no chão, dolorido. Ela cruzou os braços, os lábios cerrados.

- Você não devia falar algo assim, você não
pensa antes de falar?

Ele massageia a cabeça enquanto se põe de pé.

- Penso, penso que seu soco dói mais do que de qualquer Maldição. Caramba - ele faz um biquinho - Mas também penso que é injusto você e o Megumi terem se beijado na minha frente e eu não ter isso. Quero poder quitar isso, quero te beijar também.

- Você tava acordado? - a mandíbula dela rangiu quando escancarou a boca. Ela respira fundo, desviando o olhar.

- Sim - ele riu meio sem graça - Mas eu achei que era um sonho, já que você me beijou primeiro e eu congelei. Desculpa por isso também, eu tava com tanto sono que nem pensei que você tava me beijando de verdade...Sabe? Foi mal.. Você me pegou de surpresa, mas eu devia estar tão esperto quanto Megumi. Sou meio lerdo...

Ela estende as mãos em forma de pare, muito sem graça. Ela pega uma mecha do cabelo e puxa um pouquinho, tentando pensar e eu seguida, analisa o grande galo na cabeça de Itadori.

- Você tá com um galo enorme.

- Você tá fugindo do assunto.

Ela revira os olhos.

- Eu não sei o que dizer, por isso. Megumi e eu não falamos sobre isso, finge que foi sonho por favor.

- A ideia de beijar nós dois é tão ruim assim que você precise fugir e se enganar? Você e Megumi podem fingir, mas sabemos o que aconteceu, não dá pra fugir pra sempre, Kusikage - ele suspira sorrindo.

Nobara tem vontade de gritar. Aquele sorriso é insuportável, um sorrisinho de quem gosta da situação toda, de quem é honesto consigo e seus sentimentos e só quer isso dos outros. Tal como uma criança. E que diabos, seu coração parece que vai sair da boca com a ideia de mentir e enganar esse garoto idiota.

- Você quer me beijar pra igualar? - ergue as sobrancelhas, cética.

Yuji ergue o polegar positivamente.

- Sim.

Ela ergue a mão e massageia a própria testa, tentando disfarçar o nervosismo. Suas pernas tremem e ela engole seco, mas fica séria.

- Estamos na Escola Jujutsu, não é permitido isso...

Ele ri e empurra seu ombro no dela.

- Qual é, você sabe que algumas regras precisam ser quebradas. Às vezes é necessário e se não for hoje, você vai fugir de mim.

Os castanhos dela esbugalharam e ela fechou a mão em punho pra evitar erguer até ele e tocar seu cabelo macio, ou até mesmo esmurrar a cabeça dele de novo. Itadori conseguia lhe deixar fora dos eixos de raiva e nervoso. Aquele nervoso que deixava a barriga fria, meio congelada e estranha. Doía.

- Mentira, eu não vou fugir, só...Aqui não.

Ele olha ao redor casualmente e quando percebe que não há ninguém, ele estende a mão e a puxa, antes que ela tenha chances de recuar. Um segundo em falhar no tempo de ação de seus reflexos e ela estaria morta para alguma maldição agora.

Mas não, estava morta nos braços de um dos seus melhores amigos. Yuji Itadori a puxou até o outro lado do corredor e a pôs contra a parede. Nobara espalmou a parede atrás de si, sem acreditar, enquanto ele apoiar a cada braço ao lado da cabeça dela, encurralando.Quer dizer, quando ele foi tão rápido e decidido assim?

- O quê...- ela começa, mas ele balança a cabeça e ergue o olhar pra ela. Nobara pisca, percebendo as bochechas dele vermelhas e os olhos brilhando, um rastro suave de suor em sua testa. Nervosismo.

- Sério, você não sabe a coragem que eu reuni pra pedir isso, só...Se você não quiser, eu entendo, perdi a chance não foi? Eu sou um idiota,eu entendo, mas não posso evitar pensar nisso. Aconteceu e eu...Fiquei confuso, com medo e paralisado. Quer dizer, você nunca demonstrou querer aquilo, não consegui me mexer, mesmo querendo, mas o beijo não sai da minha cabeca. Fico pensando qual o gosto do seu beijo de verdade - ele ri sem humor pela primeira vez e esfrega o rosto com as costas das mãos. Duas vezes.

Nobara estreita os olhos, o peito dói pelo coração batendo acelerado, pela proximidade dele, pelas palavras dele. Suas mãos na parede ficam suando. É estranho.

- Ah, cale a boca Itadori Yuji - ela sussurra rude e se põe na ponta dos pés. Suas mãos seguram o rosto dele. A pele macia em seus dedos a fazem sentir calmaria quando beija a boca dele e por alguns segundos, ele não se mexe.

Ele fica paralisado durante o selinho. Alguns segundos depois, ele suspira, fecha os olhos e deixa os braços caírem ao lado do corpo, a boca começa a se mexer, tomando a iniciativa do beijo mais realista. A língua tímida dele adentra a boca dela, fazendo-a abrir a boca e permitir a entrada. As mãos dele devagar se aproximam da cintura dela e ele tem medo de tocar nela. Tem medo que ela fique brava e bata nele, grite e saia correndo chamando ele de tarado.

Mas o que acontece é que Nobara respira fundo e segura as mãos dele entre o beijo, pondo elas na sua cintura. Itadori apenas pousa a mão ali por um tempo, enquanto as línguas dos dois se enroscam, exploram e as cabeças alternam o lado do beijo. E dura bastante, o suficiente para os dois se afastarem arfando, os rostos próximos e rosados.

- Pronto - ela balbucia, meio trêmula.

- Obrigada - é automático.

- Obrigada? Acha que foi algum favor? Acho melhor você correr, porque eu vou criar outro galo na sua cabeça agora.

Ela cerra os punhos e vai erguendo as mangas do uniforme,enquanto Itadori arregala os olhos e começa a correr. Ela corre atrás á toda velocidade, fazendo ele rir. Rir de verdade, porque aquilo parecia o início de algo.











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