1˚A inocência de uma massa de barro

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Sempre há aquele momento em que paramos e refletimos sobre as coisas estranhas que vimos no decorrer de nossa estrada,e percebemos,que elas não acabaram cruzaram nosso caminho em vão.
Percebemos que cada uma delas traz um significado que nunca esqueceremos,e que este mesmo significado,muitas vezes da um rumo em que até este momento não sabemos se foi bom ou ruim.
Me chamo Gabriel,tenho agora 72 anos e muita coisa a contar. Me considero com uma memória de elefante, porque ao longo da minha vida tive vários fatos a recordar, e mesmo assim me lembro deles como se fosse ontem. Moro na pequena cidade de Taquandé e em uma casa menor ainda. Tenho uma vida monótoma com minha caminhada matinal e etc.hoje em dia meu maior robi é pegar minha cadeira e coloca-la na frente de casa. Olho as crianças brincarem e me recordo de minha infância.

Logo que nasci, fui abandonado pelos meus pais, de uma maneira que eu não desejaria a ninguém, fui jogado em uma lixeira, que provavelmente teria destino ao caminhão de lixo.
Foi neste momento que prestigiei o primeiro milagre da minha vida, foi quando o lixeiro percebeu minha presença dentro de uma caixa de papelão e me levou a delegacia.

Como ninguém sabia quem seria minha mãe fui levado ao orfanato da cidade. O tempo passou e lá arrumei alguns amigos e como só tinha 7 anos era muito inocente. Logo percebi que alguns meninos ficavam me olhando sem parar e conversando entre eles, não dei muita bola, porque achei que não era nada de importante, nem sabia eu que lá eu aprenderia o verdadeiro valor da vida.

Algum tempo depois um deles veio falar comigo, um menino auto dos olhos bem esverdeados e um olhar mal e serio tão marcante na qual eu nunca esqueci. Na hora em que ele vinha em minha direção, eu me lembro de ter ficado muito amedrontado porque achava que ele me machucaria, mas na verdade na quele momento ele foi a pessoa mais gentil que eu vi em todo o território daquele orfanato.

Ele se apresentou e me disse que seu nome erá Rodolfo e falou um pouco dos amigos dele, aí então começamos a conversar, eu na época só tinha 7 anos, mas já tinha conversas maduras como uma pessoa mais velha. Conversamos um bom tempo quando ele me disse que teria de ir embora fazer outra coisa, me perguntou várias vezes se eu queria ir junto, mas eu falei que não, então ele foi.
E assim foi se passando dias, semanas, se me lembro bem, e todos os dias nós conversávamos embaixo de uma arvore que existia no jardim.
A arvore era alta e aparentava ser bem velha e tinha um pequeno buraquinho na lateral na qual só cabia um braço de uma criança pequena.Conversamos por muito tempo e fui percebendo que ele era uma pessoa bem legal ele me contou que não sabia quem eram seus pais mais que sonhava em um dia descobrir; ele me perguntou se eu sabia quem eram meus pais, até então eu não sabia então eu falei que não.
Anoite antes de ir dormir ficava pensando um bom tempo oque ele queria de mim, porque eu via que as crianças andavam com crianças e os adolescentes com adolescente, mas, depois de um certo tempo percebi que o fato de ele ser bem mais velho não tinha nada a ver.

Certo dia estávamos conversando embaixo da arvore mais uma vez, quando ele me perguntou se eu poderia fazer um favor a ele, como já conhecia ele a um certo tempo, respondi que sim e ele me disse cochichando:
- Eu tenho alguns amigos, do lado de fora, que não são órfãos, e algumas vezes na semana eles querem me trazer algumas balas só que a supervisora não deixa eles entrarem e muito menos me darem as balas.

Então nós queríamos passar elas por um buraquinho que tem no muro, mais nem nossas mãos e nem nossos braços passam pelo buraco do muro por serem muito grossos, então eu queria que você pegasse as balas e as desse para mim, eu vou guarda-las no buraco desta arvore e você pode pegar uma para você a cada vez. Então você aceita?
Na hora eu pensei bem na proposta,mas como ele era meu amigo e eu não tinha nada a perder e nem a ganhar decidi aceitar a proposta na qual passava por cima as regras do orfanato,no dia seguinte lá fui eu,fiz todo o combinado e coloquei as balas na arvore mas não peguei nenhuma porque na escola já tinham me dado muitas.

Atarde que era o horário em que nós conversávamos, eu não o encontrei então no finzinho da tarde fui procura-lo de novo quando já estava praticamente de noite eu o vi com seus amigos embaixo da arvore.mais vi que eles estavam agindo estranho então só os espiei, começaram a falar palavras na qual eu nunca tinha ouvido, então achei melhor voltar para dentro.

Como a face de um espelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora