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Passei o fuzil pelas costas e subi na moto indo direto pra principal, fui fazer as vistorias na viela e os menor estão tudo nos conformes, lucro da favela tá só subindo

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Passei o fuzil pelas costas e subi na moto indo direto pra principal, fui fazer as vistorias na viela e os menor estão tudo nos conformes, lucro da favela tá só subindo

Hoje completa um mês que sai da cadeia, por enquanto tá tudo na paz, mas quando as coisas estão quietas de mais a gente até desconfia

Daqui algumas horas a gente tem uma missão tranquilinha, trazer o armamento novo pra cá, nosso fornecedor é russo, o cara só trabalha com coisa de qualidade.

Os armamentos chegarão as nove da manhã em um aeroporto clandestino em Brasília, eu, Nalu, GB e LK, vamos sair daqui as meia noite pra poder encontrar o caminhão no meio da estrada e terminar o percurso pra trazer até o Rio

-- Sou bonito, sou gostoso, jogo bola e danço, tem coisa melhor?  - GB falou e recebeu um olhar mortal da Jessica

Climinha hoje tá bom, terminei meus afazeres e tô tomando uma gelada com os consagrados, mó paz

-- Aonde que tu é bonito e bom de bola? - Nalu gastou ele rindo -- Última pelada que teve, tu foi chutar a bola, mas acabou errando e chutou a canela do juiz - Terminou e eu começei a gargalhar imaginando a cena

-- Poxa Nalu, tu me trata como se fosse qualquer um, ainda mais quando se junta com essa ai - Apontou pra Jessica -- Duas otárias

-- Me respeita que eu sou a mãe do seu filho ou filha - Jéssica deu um tapa na cabeça dele -- Inclusive, falar aqui pra vocês, dia quinze vou fazer o chá revelação da minha cria, só pros mais íntimos mesmo, quero a presença dos dois

-- Vai vim uma menina pro GB pagar os pecados dele - Falei acendendo o fininho

-- Tá repreendido, quero muito uma princesinha mesmo, mas só de pensar nas paradas sinistrissimas que ela vai fazer no futuro - Negou passando a mão no rosto -- Tem que vim um moleque primeiro, que ai quando vim a menina, vai ter eu e ele pra poder cortar as asinhas dela

-- Tá é fudido viu - Falei e ele concordou 

⏰⏰...

O frio que faz na madrugada é uma parada de outro mundo, eu e o resto do pessoal tudo parado aqui dentro do matagal com o carro, geral na espera do caminhão com os armamentos. Pra mim essas missões são as mais tranquilas, só ficar de tocaia, esperar o bendito passar e fazer a troca

-- Eles estão a cinco minutos daqui - Nalu quebrou o silêncio enquanto olhava a tela do celular

E foi questão de tempo até o caminhão aparecer no nosso campo de visão, LK e GB foram pra dentro do caminhão e eu junto a Nalu entramos no carro, o seguinte é que vamos tomar a frente e guiar o caminhão por uma estrada de pouco acesso, assim temos mais segurança das mercadorias e de nós mesmo, essa estrada tem acesso ao fundo da favela, e ela sempre é bem vigiada, porque geralmente as invasões sempre ocorrem por essa parte

Nalu deu partida e arrancou o carro pela pista escura, apenas o farol do nosso carro estava aceso. A Ana Luiza pode ter mil e uma qualidades, mas a mais foda dela é o p1, mulher é o toque, papo reto, tanto no carro quanto na moto, quando temos umas coisas que precisam de algum piloto de fuga, é o certo chamar ela, mas a desgraçada cobra alto por isso, mas a gente sempre paga, ou é isso, ou é arriscar com qualquer um outro e ser pego por não saber manusear direito um volante

-- Caminhou comigo, como o combinado, disse só a morte vai desfazer o nosso laço - Cantarolei batendo no painel do carro

-- Da pra parar de bater ai - Nalu falou tirando minha mão do painel -- Vai sujar meu carro

-- Tô te dedicando uma música, e é assim que você me trata?

-- Quero que você e sua música vão tudo tomar no ..

Nalu ia terminar de falar, mas o radinho apitou e logo a voz de um vapor de lá da favela se fez presente

" Aê Andrade, polícia invadiu aqui "

-- Tá dando pra controlar?

" Tá, pessoal aqui tava alerta por conta da tua chegada com o caminhão, quando geral viu que não era tu, começaram a descarregar o pente "

-- Fizeram o certo

-- E pra gente entrar, como faz? - Nalu perguntou

" Pode continuar com a rota, a estrada de trás tá limpa, mas vem com todos os faróis desligados "

-- Jaé, qualquer coisa da um toque

Pensei na probabilidade deles terem descoberto da nossa chegada com o caminhão e por isso ter invadido, mas logo descartei, se fosse isso eles teriam que ter começado a invasão assim que estivéssemos passando pela estrada

Após algumas horas de estrada, finalmente chegamos no fundo da comunidade, os moleques estavam todos na espera, daqui de trás dava pra escutar o som dos tiros e a gritaria dos meninos

Papo que os moleques aqui são tudo sem medo, não tem medo de cair e nem da morte, enquanto eles trocam tiro, os mesmos ainda ficam no deboche gritando coisas do tipo " Bota a cara "  " Tá com medo de bater de frente? "   " Treinou anos pra nada? "

E falam com razão, minha favela é bem protegida, bate de frente com qualquer um, administração aqui é potente

-- Me joga um colete ai - Escutei a Nalu falar com o LK assim que descemos do carro

-- Vai descer pra quê? Os moleques falaram aqui que eles já recuaram - falei

-- Vou conferir, daqui a pouco é hora dos moradores levantarem pra ir trabalhar, e os pequenos irem pra escola, quero ter a certeza de que tá seguro pra eles descerem - Respondeu simples e foi catando um fuzil de cima da mesinha

-- Fica ativa na rádio - Falei e ela só mandou um joia

🪄🪄🪄

Era pra mim ter postado esse capítulo ontem, após ter postado o de Resiliência, mas a boba aq esqueceu....

Deixar a fotinha da Jéssica aq, pq ela vai aparecer mt ao decorrer da história

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