40| Mente aberta

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Ian para o carro de frente à casa de Cora. Durante todo o dia, a única coisa que me fez manter a sanidade e o equilíbrio mental, foi a inércia nos pensamentos.

Só percebi que estava encarando o ar-condicionado do carro de luxo de Ian, o qual já havia se tornado mais acolhedor do que o meu próprio quarto, quando senti ele me encarando.

Pisco duas vezes e o olho. Ele devia já estar me olhando em silêncio, como se não quisesse atrapalhar o que quer que se passava em minha cabeça. 

No entanto, algo obscureceu seu olhar, me fazendo franzir a testa.

ㅡ Está tudo...ㅡ Antes que eu terminasse a frase, ele apertou os olhos e começou a balançar a cabeça. ㅡ Ian?

O vi colocar a mão no rosto, veias saltarem de seu pescoço e a sua outra mão tateando a tranca da porta para que pudesse sair do carro.

ㅡ Ian? ㅡ continuei o chamando, sentindo meu coração acelerar de preocupação com a pior das minhas hipóteses.

O que estava me aterrorizando durante todo o dia... a possibilidade de Devil atacar Ian.

ㅡ Ian! ㅡ ele consegue abrir a porta e sai cambaleando do carro, como se estivesse sufocado e procurando ar.

Não. Não. Não. Não. Não.

Levo minha mão desesperada até a minha porta do passageiro, mas, de repente, o carro inteiro é trancado e a porta do motorista é fechada com violência, me trancando por completo dentro do carro.

ㅡ Ian! ㅡ bato na janela, tentando vê-lo.

Apenas um vislumbre de seu corpo de joelhos no asfalto, e seu tronco curvado na grama era o que me fazia entrar em quase que estado de pânico.

E se ele o matasse?!

ㅡ Por favor, pare com isso, está me assustando! ㅡ berro, com mais raiva do que imaginava poder juntar em mim.ㅡ Pare com essa porra, agora! ㅡ meus dedos doem contra o vidro, e como se tivesse a minha resposta, algo me suga para o inconsciente.

Me vejo sozinha.

Estou de pé em meio a escuridão vasta da minha cabeça, ou eu achava que era, até então

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Estou de pé em meio a escuridão vasta da minha cabeça, ou eu achava que era, até então. 

Até algo passar correndo atrás de mim, me assustando e fazendo com que eu me virasse com rapidez, mas não o suficiente para ver quem era que invadia a minha cabeça.

ㅡ Devil? ㅡ Minha voz saiu em um sussurro de quase choro. E devia ser, já que minha bochecha estava úmida.

Meu peito sobe e desce, acompanhando a respiração cortada dos meus pulmões e a adrenalina em minhas veias.

ㅡ Por favor, não o machuque, ele não tem culpa...ㅡ digo, sentindo minha voz sumir.

Mas algo diferente acontece. Mãos diferente tocam minha nuca, como se soubessem exatamente onde a marca de reivindicação estava, porém, não eram as mãos quente e macias de Devil. Não. 

Me And The Devil ( Em Andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora