QUINZE

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Palácio de Syfer

Em Myliand, as notícias correm rápido.

"Um incrível discurso de guerra" é o tópico mais falado entre os jornais. Pessoas de todas as Elites sabem que a Quebradora da Maldição está de volta, e com ela, também o Círculo de Influência. Ninguém sabe por onde andaram. Sabe-se também que Emma oficialmente se aliou ao governo de Oriwest e a imagem da Resistência passou a ser associada à outra província graças a sua nova General.

Para Joah, ter Arabella Pontiac como refém não satisfaz muito mais do que sua fome por alguma vingança pessoal; ela é inútil agora e deve ser morta o quanto antes.

Amigos híbridos e povo de Syfer. Vocês me conheceram recentemente, eu lhes prometi verdadeiras mudanças. Fui trazida à esta Terra de forma repentina pela Quebradora da Maldição que todos nós sabemos ser uma traidora do governo de Syfer. Callia Helus se aproveitou de nossa fé para roubar nossas riquezas, e levar consigo boa parte de um governo, que foi inabalável por centenas de anos até então. Eles cairam em suas manipulações; o povo de Oriwest foi inocente da mesma forma. Nossa frustração perante aos atos perversos de Oriwest é mútua. Mas eu lhes garanto, não somos páreos para o inimigo.

Callia Helus me trouxe à Myliand com o intuito de me privar de uma vida justa que Syfer foi capaz de trazer de volta à mim. Syfer, mesmo em seu pior ano, foi capaz de invadir um reino no meio do mar; por mim. [Levantar a voz] Isso mesmo, apesar de tudo que Callia fez contra nosso lar, Oriwest ainda se escondeu como ratos por meses, abandonando o povo em sua terra em ruínas — terra esta que tanto chamaram de lar — e sem satisfações, depois que mostramos nossa força inabalável.

[Enfatizar o remorso que sente por um dia ter confiado em Callia Helus na voz] A Quebradora da Maldição que afirmou um dia ter sido humana, foi capaz de abandonar completamente sua humanidade milhares de vezes, onde me encontrei à mercês da morte por seus atos inconsequentes. Meus amigos, Callia Helus é uma assassina. E eu desejo viver meus poucos prósperos anos de vida no lado certo da história.

Como alguém que conheceu ambos os mundos, tenho propriedade para afirmar que as muralhas não são uma forma de aprisionar o povo híbrido, e sim uma medida de proteção. O lado de fora é perigoso e traiçoeiro, mas acredito que ainda assim nossa liberdade tem de ser conservada. [Diminuir o tom; anunciar firmemente e com determinação] Aqueles que desejam sair para encarar os terrores de Powall e as barbaridades de Oriwest estão mais do que convidados a se retirar. Entretanto, há uma alternativa melhor para nossos desejos. Nós atravessaremos a fronteira juntos ao exército em nosso ataque decisivo. Todos estão convidados a serem treinados pelas forças armadas e participar da justiça pela terra que todos dividimos por direito. Juntem-se a nós nesta batalha contra Oriwest e seus demônios. Atravessem a muralha com um propósito e a proteção de milhares de homens.

Quando alcançarmos a vitória — o que certamente acontecerá em breve —, tornaremos Myliand um lugar sem fronteiras; que não precisa da proteção de muralhas contra a perversidade do mundo lá fora. Callia pode ter pensado que foi humana em algum momento. Mas eu nunca deixei de ser uma, e posso afirmar que seus atos à provam um monstro desde o princípio. Nós, híbridos ou humanos, não somos monstros e não merecemos tal pecado como representante de nossa vitória. Nós podemos e vamos fazer isso sem eles.

A Governadora entrega os papéis para um de seus mordomos e ordena que os deixe na escrivaninha de Malia o mais rápido possível, com um recado à parte que lhe instrui a decorar cada uma das palavras de seu discurso em resposta ao de Callia em quatro dias. Ela tinha certeza de que mesmo se Lydia estivesse morta, sua morte jamais seria anunciada em tais circunstâncias e seria inútil apelar para sua governadora enquanto ela tinha uma arma muito mais poderosa; uma humana contra a Quebradora da Maldição.

Quebradora da MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora