• Mar e Areia •

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Abri meus olhos.
O Sol estava batendo na minha cara, me obrigando a piscar um pouco. Ao tentar me mexer, pude perceber algo... a carta. Esta, pressionada contra o meu peito. Meus braços estavam cruzados em cima dela com tanta força que senti dor ao desfazer o abraço.
O papel estava ali meio amassado pelo abrigo involuntário que lhe dei durante toda a noite.
Um suspiro escapou dos meus lábios e eu coloquei a carta debaixo do travesseiro, rolando na cama. Tenten ainda estava desmaiada, para variar. Tateei o colchão e encontrei meu celular, checando as horas.
08:37.
Sábado. Sem escola, sem... sem uma nova carta.

Me obriguei a levantar da cama e fui para o banheiro fazer minhas higienes. Quando desci para o primeiro andar, a silhueta do meu irmão mais novo estava na mesa da cozinha, bebericando algo em uma xícara.

Temari: Esta fazendo o que acordado a essa hora? —Bom dia? Claro que não.

Ele me olhou por cima dos olhos, bufando.

Gaara: Shikamaru me chamou para ir à praia.

Concordei com a cabeça, me sentando a sua frente e me servindo de café. Os olhos do meu irmão permaneceram em cima de mim.

Temari: Que é?

Gaara: Não vai se oferecer para ir junto?

Ri, soprado.
Qual é. Não sou muito fã de mostrar o meu corpo, e meu dia ontem foi agitado o suficiente. Sinceramente, prefiro ficar em casa o dia inteiro pensando sobre a minha carta. Isso, isso sim é o sinônimo de um dia tranquilo.

Temari: Não, tô de boa. Valeu.

Tenten: Ela quer ir sim. —O som da voz da minha amiga surgiu do nada, assustando a mim e a Gaara. Eu pisquei, encarando a garota parada na entrada da cozinha de pijama e o cabelo despenteado.— Quer dizer, nós queremos.

Temari: Não queremos não.

Baixei meu olhar para a xícara de novo, colocando açúcar. Antes que pudesse levar a peça de cerâmica aos lábios, minha melhor amiga andou em passos apressados até nós.

Tenten: Fala sério, amiga. Uma praia vai nos fazer bem! Um bronze, parece excelente.

Gaara: Na verdade—

Temari: Não quero saber. —Cortei a voz do meu irmão, e Tenten bufou se sentando ao meu lado.— Se quer pegar sol, tira a roupa e deita lá no quintal.

Minha amiga bateu os pés com força no chão, de birra. Bufei, focando no líquido que descia pela minha garganta e ignorando-a. Ela se jogou na cadeira ao meu lado, segurando a minha que não repousava sobre a xícara.

Tenten: Por favor! Você desmaiou, tá branca feito neve. Que tal um solzinho?

Gaara: É que—

Temari: Já disse não, Tenten. O quintal tá te esperando, vai para lá.

Ela choramingou, balançando a minha mão. O café dançou dentro da xícara.

Gaara: Eu concordo. —Finalmente a voz do meu irmão surgiu com firmeza e ele conseguiu dizer. Nós duas olhamos para ele, caladas.— Eu acho que você precisa pegar um sol, Temari. Um pouco de ar fresco, uma brisa. Um vento, sei lá.

Temari: Já disse que é para isso que serve o quintal, cara.

Enquanto a nossa discussão continua fervorosa e eu precisava lutar contra duas pessoas, ouvimos a porta da frente abrir e bater, e passos se aproximarem. De qualquer forma, eu estava muito concentrada em repetir "Não" para tudo e qualquer coisa que minha amiga dissesse para não reparar nas duas pessoas paradas rente a cozinha.
Só me obriguei a olhar quando a voz de Tenten foi morrendo, lentamente.
Ao virar o rosto, encontrei Hyuuga e Nara parados.
Hyuuga
E
Nara
Parados na entrada da minha cozinha, na minha casa. A essa hora da manhã em um sábado.

Ass: anônimo -Shika•TemaOnde histórias criam vida. Descubra agora