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— Estou apenas observando.
Angel estava fazendo o possível para não pensar no que houve entre ela e Elias há 4 semanas atrás. Já estava sendo difícil manter pensamentos saudáveis, ainda mais quando eles pareciam imutáveis.
E a todo momento Angel buscava respostas em seu próprio interior sobre o que deveria fazer, mas só um vazio silencioso permanecia em sua mente.
Então ela estava ali, sentada na grama de frente ao lago observando de longe os dragões interagindo entre si. Imóvel. Com uma concentração aplaudível. Com os olhos semi cerrados, sentindo a brisa fresca e gélida em seus cabelos, corpo e rosto. Sua mente em busca de respostas, com perguntas, várias perguntas. Questões que ela não conseguia silenciar e nem lidar por si só.
“As pessoas se apaixonam, as vezes erram em se apaixonar, e as vezes se apaixonam e erram. Eu deveria culpá-lo? Mas a culpa de deixá-lo é bem maior em mim. Será que o amor cura as marcas que isso tá deixando?”
— Está pensando em quê? — Perguntou Lindel sentando ao lado de Angel.
— Coisas que o tempo não curou.
— Você sempre se senta aqui, nessa grama, observa atentamente todos os dragões em seus cotidianos. Eu deveria considerar que isso é algo comum de humanos fazerem?
— Eu não sei, eu não sou humana, sou?
— Você é, tem um coração humano batendo aí, não?
— Você entendeu.
— Mas e então, você está bem?
Esta era uma pergunta familiar para Angel, mas ela não sabia se tinha a resposta.
— Está tudo certo. Está tudo ok.
Angel não tinha certeza.
— Está pensando no Elias? Se ele vai vir?
— Não. Se eu fosse especial, ele iria vir me ver, de qualquer forma, ele tem vida própria, e tem que viver.
— Ele não vem porque está respeitando o seu espaço, e o seu tempo, sabe disso.
Angel olhou para Lindel buscando verdade em suas palavras. E certamente havia.
— Não sei. Afinal, ele e eu... Não andamos nos falando mais.
