Naquela rua, naquele horário, naquele dia. O Sargento Limion separava os arquivos da Capital para enviar ao Coronel Soux, quando a porta da Delegacia explodiu. Fumaça emergia como um dragão ao sair da caverna, as luzes se apagaram.
Lá estava Clowbot, um dos ladrões mais procurados da galáxia — mas não o MAIS procurado. Segurando um bastão de disparo elétrico, vestia seu cômico traje de palhaço azul-vermelho. Em meio a risadas, Clowbot gritou:
— Onde está você? Limion? Eu quero a sua cabeça em uma bandeja! — sua expressão de raiva era evidente. Seus capangas pulavam tão rápido no pescoço dos policiais que não existia tempo algum para reagir.
Limion, no meio do tumulto, saia pela janela e pulava direto para a escadaria externa. Não demorou muito para Clowbot perceber o sumiço repentino de seu antigo colega. Limion já estava chegando ao fim da escadaria, no décimo primeiro andar, quando Clowbot apareceu na janela:
— Achei você, Lili! Eu vou te pegar! — ele se volta para o departamento — décimo primeiro, agora!
Todos seus capangas corriam em direção as escadas. Clowbot e Neri, seu braço direito, procuravam os arquivos da capital que Limion havia ficado de enviar para o Coronel Soux.
— Não está aqui... — murmurava Neri, seus cabelos longos e seus olhos claros foi o que mais atraiu Clowbot antes dele se tornar um Andróide como ela.
— Continue procurando. Se estiver com ele, a Trupe pegará. — era assim que Clow chamava sua guange: "Trupe".
Não muito longe, no prédio a frente, Rosa observava com um Rifle de Precisão, o desespero em que Limion se encontrava. Ao som das portas automáticas que se abriam atrás dela, o Coronel Soux surgiu. Sua pele azul-marinho, típico dos habitantes de Bluentol, planeta natal de Soux, não escondia sua irritabilidade quanto todo aquele transtorno que Clowbot estava causando. Por alguma razão, burrice ou propósito, Clowbot não sabia que Soux estava tão próximo. Se soubesse, talvez não teria invadido a delegacia tão escandalosamente. Não era de seu ramo fazer coisas espalhafatosas — apesar de ser um palhaço.
— Ainda há tempo de fazer algo? — pergunta Soux a Rosa.
— Lion está escondido no forro do décimo andar. Ele acaba de me informar que ouviu um som de uma IceGun contra a porta do último andar. Provavelmente foi Limion que atirou contra para que, congelando, pudesse ganhar tempo. Também me disse que Clowbot acaba de chegar no andar. Um momento... — Rosa colocava o dedo na escuta. Seus olhos arregalaram, e instintamente atirou.O projétil atravessara o vento e toda matéria que ousasse entrar no caminho. Como um raio de luz, entrou com a leveza de uma brisa, mas o peso de uma rocha, acertando a mão que usava Clowbot para segurar um pendrive. Destruindo-o — o pendrive — completamente.
— Acertei. — Afirmou Rosa.
— Acertou o quê? — perguntou Soux estupefato com o silêncio e a concentração de Rosa.
— Acertei a mão e o pendrive de Clow. Agora vamos! Temos que salvar o Limion.Então, como um dragão, Soux tirou o uniforme e abriu suas enormes asas azuis. Segurando Rosa pelos braços e indo em direção ao prédio onde estava Limion.
O perigo estava apenas oculto, e não evidente.