Até você voltar

🦋Capítulo 5🦋

Narrador

Miguel dirigia em alta velocidade na tentativa de acalmar os pedidos de Dove, a animação e a euforia tomaram conta dela, um passo mais perto, mais perto de Sofia, ela nem precisaria falar com a morena, apenas a ver seria o suficiente para aquietar o coração que insistia em acelerar toda vez que ela ouvia algo sobre a mesma.

Uma hora depois eles chegaram, o lugar era cheio de árvores e havia muitas barracas, com doces, salgados, algumas lojinhas e muitas pessoas.

Dove saiu do carro a passos rápidos e disse que iria caminhar um pouco, Bonnie disse para a filha tomar cuidado e não demorar.

Enquanto andava sem saber ao certo onde queria chegar mas tendo certeza de quem queria ver, a loira olhava atentamente cada detalhe procurando traços conhecidos.

  Não demorou muito para ela achar o que procurava, ou melhor, quem procurava,  Dove estava a uns dois metros de distância de Sofia, as mãos começaram a ficar inquietas, a respiração parecia acelerar a cada batida do seu coração, as pupilas dilataram e as belas íris verdes tremeram.

Suas expressões pareciam incontroláveis, ela não conseguia disfarçar o sorriso, os lábios ficaram secos e um suspiro pesado escapou.

Sentindo seu corpo se encher de coragem ela decidiu ir até lá, os dois metros pareciam ter se tornado uma eternidade.

Quando estava prestes a chamar Sofia, alguém se adiantou.

— Sofia! — Um garoto alto e de cabelo loiro foi até ela e a abraçou. — Você está linda! — Ele acariciou o cabelo de Sofia de uma forma tão carinhosa que vez os olhos de Dove virarem ao longe.

— Nicholas, você veio. — A morena parecia feliz vendo o garoto, seu sorriso estava encantador, mas para Dove ver aquilo foi como um soco no estômago, ela se sentia uma idiota, sentir ciúmes de alguém que nem sabe que ela existe. Mas como evitar? A loira queria ser o motivo do sorriso de Sofia, quem iria a julgar?

(...)

— Covarde, eu sou uma covarde mesmo. — Dove se lamentava após ter desistido de falar com Sofia. — Tudo culpa daquele garoto. — Ela virou os olhos.

— Que garoto? — Miguel perguntou.

— Ah ninguém eu só estava pensando alto...

— O que foi Dove? Você estava animada antes e agora aqui está aqui sentada, quietinha. — Ele a olhou com preocupação.

— É que as coisas não saíram como eu pensei que iriam sair... sabe?

— Não, na verdade não, mas olha, talvez possam ser melhores, mas terá que levantar daí e ir descobrir. — Miguel acariciou o cabelo de Dove e foi até uma barraca de cachorro quente.

Miguel tinha razão, Dove não podia simplesmente desistir de falar com Sofia só porquê não foi como ela queria que fosse. Dizem que os encontros inesperados costumam ser os mais marcantes.

A garota levantou e foi novamente procurar Sofia, mas antes de encontrar, foi encontrada.

— Oi. — Uma voz doce fez as pernas de Dove vacilarem, o coração bateu tão forte que parecia querer sair do peito.

— O-oi. — A loira respondeu virando o corpo para Sofia que estava com um sorriso calmo nos lábios. Ela no entanto sentiu as mãos suarem, os olhos paralizarem em Sofia, as bochechas aquecerem, até os lábios pareciam mais cheios, ah os efeitos da paixão, vão tão além do que podem causar em nossos corpos, vão tão além do que podem causar em nossas almas.

Se Dove soubesse tudo que iria acontecer alguns anos depois será que teria ido a feira? Será que se permitiria nutrir sentimentos por Sofia? Sentimentos que até esse dia eram de pura paixão, afinal, ela era tão nova, era normal, tudo no calor da idade. O perigo começaria quando ela se desse conta de que o sorriso de Sofia era o suficiente para a deixar feliz, talvez aquela ida a feira fosse um erro, ou o melhor acerto de Dove Cameron, a chama que faria a pólvora acender.

Talvez a verdadeira história de amor comece aqui, e não naquele dia em que Dove viu o filme de Sofia pela primeira vez. Naquele dia surgiu a paixão, algo inebriante, hipnotizante, mas amor mesmo, talvez começasse aqui, com um simples oi, com um doce olhar, talvez agora as coisas comecem finalmente a se encaixar.

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Até o próximo 🦋💖🦋