Minha Vida com os Garotos Walter [Wattpad Versão Traduzida]

Capitulo 7

“Nunca senti tanto ciúme de alguém”, anunciou Heather. Era sábado à noite e estávamos todos deitados na minha cama, com os cotovelos pressionados um contra o outro. Estava apertado no colchão de solteiro - Heather trouxera Kim sem me avisar - e espremer quatro corpos naquele espaço limitado era difícil.

Eu tinha acabado de contar a eles sobre o passeio pelo rancho que Cole me deu ontem, algo que prometi divulgar somente depois que terminarmos nosso projeto de arte. Kim foi surpreendentemente prestativo; ela sabia exatamente como controlar seus amigos e reorientar sua atenção quando eles se distraíam. Mesmo assim, minha fofoca parecia funcionar como uma motivação perfeita para Heather e Riley.

"Oh, meu Deus", disse Riley. Desembaraçando-se de nós, ela pegou um travesseiro da cabeceira da minha cama, jogou-o no chão e sentou-se em cima dele. "Por que um dos garotos Walter não pode me levar para um encontro?"

"Não foi um encontro. Foi uma turnê", eu disse, corrigindo-a. "O que, devo acrescentar, Cole só me deu porque Lee estava sendo um idiota."

"Vocês andaram a cavalo e assistiram o pôr do sol juntos", disse Heather, deslizando ao lado de Riley. Havia uma tigela de pipoca pela metade abandonada a poucos metros de distância, e ela pegou um punhado. "Esse é um exemplo saído de um livro de um encontro romântico."

"O que você acha, Kim?" Riley perguntou, estendendo as mãos para inspecionar as unhas. O esmalte azul brilhante estava lascado em todos os dedos.

"Sobre o que?" Kim perguntou sem tirar os olhos das páginas do gibi espalhadas à sua frente. Durante nossa fofoca de menino, ela ficou quieta e continuou lendo. Riley tentou atraí-la para a conversa com perguntas ocasionais, mas Kim tinha um talento especial para dispensá-las imediatamente. Ela iria ofereça algumas palavras rápidas e acene com a mão para causar efeito antes de retornar aos quadrinhos. Era um talento que eu ainda não tinha dominado, porque sempre que tentava escapar de uma dúvida, me enterrava em um buraco mais fundo.

"Você acha que a turnê contou como um encontro?"

“Jackie era quem estava lá”, disse Kim. "Ela saberia melhor."

"Essa é uma resposta tão idiota", disse Riley, "Jackie, você tem esmalte?"

"Claro." Pulei da cama, feliz pela mudança de assunto. "Você precisa de removedor também?"

"E algumas bolas de algodão."

Abri meu armário, procurando a caixa pesada que eu sabia que estava dentro.

"Uau", disse Heather, enquanto eu abria a porta. "O que há com o arco-íris?"

Ela estava se referindo ao fato de que todas as minhas roupas estavam penduradas em cores coordenadas, desde tons de vermelho em uma ponta até roxos na outra.

Minhas bochechas ficaram quentes. "Apenas um hábito", eu disse, localizando o esmalte.

Depois de deslizar a caixa para fora com alguma dificuldade, joguei-a ao lado de Riley, fazendo as garrafas dentro dela chacoalharem. Todos ficaram em silêncio enquanto olhavam para a enorme caixa móvel de papelão cheia até o topo com todas as cores imagináveis.

Com os olhos arregalados, Riley olhou para mim. "Isso é tudo?" ela perguntou sarcasticamente, o ar saindo de sua boca em descrença.

"De verdade," Heather acrescentou, deslizando ao lado de Riley para poder ver melhor. Ela enfiou a mão na caixa e tirou um vermelho brilhante. "Planejando abandonar a escola e abrir seu próprio salão?"

Eu balancei minha cabeça. Eles não eram meus. Lucy estava obcecada. pintando as unhas do jeito que Heather era obcecada pelos meninos Walter. Ela colocava uma cor nova todos os dias para combinar com qualquer roupa que estivesse vestindo. Sua coleção de esmaltes estava sempre espalhada pela casa, enfiada em gavetas e armários ou em qualquer espaço que encontrasse. Chegou ao ponto que minha mãe teve que montar uma penteadeira no quarto de Lucy especificamente para que ela tivesse um espaço para fazer as unhas. Independentemente disso, garrafas apareciam de vez em quando, enfiadas entre as almofadas do sofá ou debaixo de uma estante onde haviam rolado e sido esquecidas.