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•ESTELA•
𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝 𓆟 𓆞 𓆝


Têm uma hora na vida de qualquer adolescente onde ele se vê completamente rendido pela figura mais madura que te passa segurança. No meu caso essa figura estava em dobro, me levava para escola, me acolhia em sua casa e me chamava de "coelhinha".

Eu sei que era estúpido e inadequado admitir isso, mas precisava confessar que a muitos anos atrás tive uma queda gigantesca pelos pais da minha amiga, e por mais horrível que isso pareça garanto que não era bem desse jeito. Fui uma garota de catorze anos estranha, gostava de ficar sozinha, mantinha meu ciclo social pequeno, evitava ao máximo fazer algo que chamasse a atenção para mim e tinha um péssimo hábito de me atrair por gente mais velha. Qualquer pessoa nessa idade deveria tomar decisões imbecis, mentir para os pais, se aventurar pelo mundo, mas a única barbaridade que cometi foi ter uma leve queda por Isabella e Castiel.

Ninguém poderia me culpar, imagina passar seu crescimento se empenhando em ser totalmente transparente aos olhos alheios, garantindo de evoluir sem nenhum julgamento e derrepente duas figuras adultas aparecem e se preocupam com as coisas que você fala, da forma que você age, ou simplesmente no que você pensa. Isso era clichê e típico de adolescentes burros.

Mas agora eu era uma mulher, tinha vinte anos, viajei por lugares fora do país sozinha e de forma independente. Então eu gostaria muito de saber por que minha cabeça insistia em voltar a ser a Estela de catorze anos?!

Entrei na casa a procura da minha amiga e foi apenas na cozinha que encontrei a garota totalmente despreocupada enquanto eu era uma poço de vergonha e bochechas vermelhas. Ela desviou o foco de seu celular e abriu um sorriso assim que me viu.

— Ei gatona, o biquíni ficou ótimo em você!

— Nem vêm com essa, como pôde me largar com aquele tanto de gente, vestida assim?! — Apontei para o meu próprio corpo.

— Quanto exagero, já disse que você está linda e além do mais, todos aqui são família, ninguém está olhando de forma errada.

— Emilly Hamilton Mancini, exijo um shorts agora mesmo — Ela revirou os olhos.

— Tá legal, eu pego um shorts, mas olha só, — Seu corpo se aproximou do meu — Você está uma delícia nesse biquíni, sua bunda ficou maravilhosa, sua cintura tá na medida perfeita e esse peitos, — Ela levou os olhos para baixo — Eles estão fantásticos.

— Minha bunda não têm nada de especial, minha cintura só me mostra o quanto estou magra e meus peitos são pequenos.

— Viu só, dois anos longe de tudo e você ainda não parou com essa mania de se desprezar.

— Não estamos aqui para falar sobre meu corpo, vá pegar um shorts antes que eu te espanque nessa cozinha — Ela murmurou palavrões e cruzou os braços.

Lembra sobre eu ter falado do meu esforço para passar o crescimento despercebida? Pois bem, Emilly era totalmente o contrário, mesmo sendo um ano mais nova que eu a garota conseguiu ter tantas experiências quanto. Era quase insuportável andar com ela durante a escola e ter que parar a cada segundo para a bonita cumprimentar alguém.

— Mudando de assunto, você viu a Viollet? Ela é adorável, não é? Vocês tem que se conhecer, vai gostar dela.

— Bem engraçado você dizer isso depois de deixar claro que sentaria no marido e na esposa dela.

— Ah, mas meu coração é igual de mãe, sempre cabe mais um, não me importaria de sentar nela também.

— Meu Deus, Emilly! — Minha amiga começou a rir e eu fiquei chocada com quantas besteiras podia dizer em uma única frase — Adoraria saber de onde você puxou essa boca suja, seu pai é um cavalheiro e sua mãe com certeza não é assim.

A Amiga Da Nossa Filha (NOVA VERSÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora