Capítulo 12: Londres, 2018

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Oie gente! Quem é vivo sempre aparece, né? Perdão o sumiço, mas andei muito ocupada, final de semestre é uma loucura. Mas não esqueci das minhas obrigações de escritora.
Então um capítulo no passado para dar contexto no quem vem a seguir. Espero que gostem, beijossss
Boa leitura e comentem <3

Londres, 2018

Aziraphale cuidadosamente retirou uma garrafa de vinho tinto de uma prateleira polida.

Enquanto deslizava o líquido rubro em taças de cristal, os olhos azuis do anjo brilhavam com a satisfação de uma noite bem passada no Ritz. Afinal, o Armagedom acabou de ser impedido.

– Creio que este Château Margaux será uma excelente escolha. – murmurou, quase para si mesmo.

Enquanto Aziraphale se ocupava com o vinho, Crowley vagava pela livraria adjacente. A quietude do ambiente contrastava com a agitação que tinham deixado para trás no Ritz. O demônio, de óculos escuros e elegante como sempre, examinava os títulos de forma distraída.

Finalmente, ele parou em frente à seção de astrofísica. Suas pupilas dilataram enquanto percorria os títulos com um interesse aparentemente genuíno. O brilho dos olhos de Crowley refletia a luz fraca das luminárias da livraria, criando uma aura peculiar ao redor dele.

O anjo, percebendo o silêncio do parceiro, se aproximou com as taças de vinho.

– Encontrou algo interessante, querido? – indagou, um sorriso amigável adornando seus lábios.

Crowley, absorto na contemplação de uma obra sobre buracos negros, foi subitamente trazido de volta à realidade ao perceber a aproximação silenciosa de Aziraphale.

Sacudiu a cabeça ligeiramente, como se estivesse dispersando nuvens de pensamento, e um sorriso irônico brincou em seus lábios.
– Você sabe que não gosto de livros. –

Crowley, com seu usual desdém pelas formalidades, aceitou a taça, seus dedos longos envolvendo o cristal com um toque quase reverente.

O demônio levou a taça aos lábios, saboreando o vinho com uma expressão de prazer momentâneo. Depois de um gole, ele fitou Aziraphale com seus olhos serpentinos, algo mais sério transparecendo em sua expressão.

– Anjo, depois da queda, você sente, você sabe, às vezes, um vazio momentâneo? – perguntou, como se buscasse um entendimento mais profundo.

O anjo, por sua vez, franziu a testa levemente, surpreso com a pergunta.

– Vazio? Não, querido Como poderia? Cumprimos o nosso dever, detemos o Armagedom . – respondeu Aziraphale com confiança.

Crowley, entretanto, manteve seu olhar fixo, como se estivesse buscando algo nas entrelinhas da resposta angelical.

– Não é sobre nada cósmico, Aziraphale. É sobre algo mais... pessoal. Um vazio que não se preenche.

Aziraphale ponderou por um momento, contemplando as palavras do demônio, aproximou-se mais.

– Um vazio, Crowley? Isso é algo que tem o perturbado ultimamente? – indagou o anjo, seus olhos azuis refletindo preocupação genuína.

O demônio desviou o olhar, focando em algum ponto distante da livraria. Seus dedos traçavam padrões invisíveis na taça de vinho, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas para expressar algo indescritível.

– É como se eu tivesse agarrado algo incrível, algo que fazia sentido, e de repente... foi embora. Como se escapasse por entre meus dedos como areia fina. – admitiu, sua voz sutilmente carregada de uma melancolia que raramente transparecia.

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