9. Drive-thru

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Depois de acordarem abraçados Max o afastou como se Nat fosse um verme asqueroso. Nat fingiu que não, mas aquilo doeu em em seu peito como se Max tivesse arrancado o seu coração e pisoteado até ele se tornar pó.

-Poderia não contar isso a ninguém?

A expressão de Nat endureceu com o pedido de Max, ele até pensou que tinha escutado errado mas a arrogância estava lá novamente.

-Quer saber Max todo mundo tem o direito de ser estúpido mas você abusa desse privilégio.

Nat proferiu com acidez.

- Fala sério Nat, não é natural que eu esperasse outra coisa de alguém que grita as quatro cantos que me odeia.

-E não é natural que alguém seja tão estúpido quanto alto, e ainda assim você  está com toda a sua ignorância em bom tamanho.

Nat queria gritar e se enfurecer. Ele queria gritar com Max até sua garganta ficar rouca e seus pulmões se esvaziarem. Mas ele sabia que se gritasse eu te odeio, o que ele realmente queria dizer era eu te amo, pois não existia uma linha tênue entre amor e ódio, era apenas uma muralha da china com guardas a cada cinco quilômetros, e Nat não ia fazer esforço algum para ultrapassá-las.

-Não finja que isto te machuca.

Max sabia que aquilo era um joguinho doentio pra Nat, fazer o Alfa dizer algo muito impensado e depois o culpar por isso era a pequena obsessão do garoto.

-Imbecil! Você tem a maturidade de um garoto de 10 anos.

Nat sibilou.

-E você tem o tamanho de um.

Max levantou a sobrancelha em desafio. Nat ficou vermelho de raiva e vergonha ele odiava quando zombavam da sua altura ele sabia que era muito pequeno até mesmo para os padrões Ômegas, mas isso não dava o direito do maior canalha de todos os tempos zombar dele.

-Mesmo com meu ódio mais mortal tenho um desejo muito profundo que só você pode fazer por mim agora Max Saran.

Nat inesperadamente aveludou a voz e se aproximou de Max levantando o rosto para lhe prender em um olhar sedutor.

-O quê?

Max questionou, a poder atrativo que o olhar de Nat teve sobre ele o fez se curvar um pouco sobre o garoto

-Me privar da sua presença, então saia da minha frente agora.

A voz de Nat saiu tão mordaz que deixou Max desorientado por alguns segundos. E foi então que o Alfa notou tarde demais que Nat não estava apenas bravo, era muito pior que isso o Ômega cheirava a tristeza.

{•••}

Nat passeou pelo paddock sozinho. Já que James estava ocupado fazendo coisas que empresários faziam. Yim estava dando entrevista com respostas pré-selecionadas a repórteres pretensiosos. E Tutor estava sussurrando com Net em um canto em uma espécie de conversa super secreta.

Isso deixou Nat exatamente sem ninguém o dia toda, ele era um ser sociável, e se sentia doente pela falta de atenção.

Nem mesmo os outros pilotos tiveram tempo. Ele havia perguntado a mark, mas ele estava cansado e queria dormir um pouco. Poppy como um bom maníaco por controle estava vistoriando o trabalho dos mecânicos, Park conversava com sua irmã pelo telefone, Jimmy provavelmente estava em algum banheiro se atracando com Tommy, aqueles dois viviam em um cio eterno, mas de qualquer forma eles não tinham nenhum tipo de vínculo de equipe com Nat. Então de nada adiantava.

A única pessoa a quem ele ainda não havia vistos era Max...

Mas Nat não queria saber de Max. Não depois do que aconteceu há algumas semanas naquele apartamento. Isso ainda fazia o estômago de Nat se revirar e o seu ridículo coração pulsar.

Nat tinha se arrependido mais do que nunca, por ter pedido um abraço do Alfa. O que ele estava pensando que Max se tornaria um príncipe depois de um soninho juntos? Não, não era assim que as coisas eram na vida real, Por si só ele sabia que a vida era dura mas se tonava mais difícil quando se é idiota. E Nat não ia dificultar para ele mesmo.

Antes que Nat pudesse pensar em algo estúpido mais do que já estava fazendo ao pensar em Max, ele voltou para a garagem e sentou-se com seu engenheiro que não dava a mínima para ele. Talvez o cara fosse algum parente de Max só alguém da sua linhagem poderia desprezar tanto o adorável Ômega. Mas de qualquer forma Nat não estava pensando nisso...

{•••}

No banheiro Max jogou a cabeça para trás e gemeu em aborrecimento depois de jogar um punhado de água no rosto.

Ele estava entediado o maldito relógio parecia ter parado e James não apareciam para iniciar a maldita reunião sobre a próxima corrida, e além disso todos estavam convenientemente ocupados e ele não sabia o que devia fazer ou aonde ir.

O único que também está a mercê do tédio perambulando pelo paddock era Nat, mas a ideia de ter o seu corpo perfurado por uma espada lhe parecia mais atraente do que falar com o Ômega raivoso.

Max passou as mãos pelo cabelo úmido. Lembrando-se que todos os seus infortúnios era culpa de Tutor e James. Ele não entendia por que eles precisavam prender ele ao Ômega já que era da sabedoria de todos que nenhum dos dois estavam felizes com aquela situação, Max menos ainda. Ter um pivete descarado como seu companheiro era um suplício, Max odiava todo esse sistema de emparelhamento o fazia parecer sem qualquer escolha, pois se ele tivesse uma jamais seria Nat Uareksit.

Foi estúpido se deixar levar pelos seus hormônios juvenis. Ah! Por Deus, Nat não era tão irresistível assim na verdade o garoto era uma bagunça emocional, carente e irritante, quando mais distância Max mantinha dele melhor seria.

E Nat estava bem esses dias, Ele não precisava estar perto para garantir a saúde do garoto, o que nem era da sua conta. Não havia nada com que se preocupar.

Nat estava bem sem Max e Max estava bem sem Nat.

Pelo menos foi isso que ambos disseram a si mesmos.

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