Fast/MAXNAT

16.Arrasto

-Precisamos acasalar.

Max concluiu, cruzando as mãos sem jeito, aquela conversa parecia muito estranha para ele. Como poderia a vida de alguém depender de sexo e uma porcaria de mordida isso era uma injustiça insana e humilhante.

-Não temos outro jeito, eu sei que você é terminantemente contra isso, eu também não gosto dessa ideia acredite, eu preferia nos salvar de qualquer outra forma. Porém é o que temos agora e eu não quero que você piore a cada duas semanas e também não estou muito melhor...

Nat deu uma risada histérica. O seu sorriso não era apenas um mero disfarce para a dor que ele sentia. Era o estado da sua alma. Nada naquela situação era engraçada.

-Você está brincando comigo? Diga onde raios você deixou o seu cérebro? Porque pensar com apenas um neurônio não está dando certo para você Max, você pelo menos se ouviu? Eu e você jamais, em hipótese alguma seremos nós.

Nat olhou para o Alfa com os olhos bem abertos. Ele e Max? Acasalando? Uma piada! Cortar o pulso lhe parecia uma ideia mais sedutora.

-Não estou. Essa é a única solução no momento seria burrice não fazer... isso.

Max suspirou. Passando as mãos pelos fios de cabelo desalinhados. Sentindo-se nervoso com toda a recusa de Nat. O seu estimado orgulho estava sendo ferido novamente. Nat odiava tanto assim Max para escolher morrer a se tornar seu parceiro?

-Eu sei que você não é fã disso, mas nós nos metemos nessa confusão. Precisamos conviver com as consequências... Quer você goste ou não.

Max falou irritado seu Alfa interior querendo gritar e destruir coisas. Ele estava frustrado e não sabia como reagir a tudo isso.

-Foi você... Você nos colocou nessa bagunça!

Nat levantou a voz começando a ficar furioso. A audácia daquele Alfa querendo fazer Nat assumir uma culpa que nem lhe pertencia. Ele não merecia passar por tudo aquilo e ainda escutar o piloto falar asneira em seu ouvido, ele preferia morrer na solidão dos seus pensamentos deprimentes que assim fosse.

-Você me deixou lá. Na frente daquela porta fraco e com dor mesmo depois que eu implorei para me deixar entrar, estava doendo Max tudo em mim doía eu desejei abandonar o meu próprio corpo, você não faz ideia o que eu passei nesses últimos dias. Eu fui ao inferno e voltei apenas para reviver tudo de novo repetidamente todos os malditos dias em suas malditas 24 horas por inteiro, você não foi um bom Alfa e nem uma boa pessoa e lide com isso se você tiver alguma bondade aí dentro, nem a sua compaixão eu mereci. Então não ouse dizer que a culpa foi minha e implorar por perdão quando você poderia simplesmente ter resolvido tudo abrindo aquela porcaria de porta.

Quando Nat finalmente parou de falar ele estava tremendo, seus olhos avermelhados segurando as lágrima que ele não se permitia soltar, não na frente do Alfa. Ele iria implodir por dentro, mas não ia soltar uma maldita lágrima.

Max se retraiu cada palavra como um tapa na cara, ele sabia que naquele dia Nat estava mal. mas ouvi-lo falar era outra coisa, algo muito pior, talvez Nat nunca o perdoasse. E ele merecia isso, mas Nat não merecia sofrer ainda mais.

-Sinto muito.

Era a única coisa que ele conseguiu dizer porque era verdade. Porque tinha apenas isso para dizer. Não havia como ele tentar se defender com desculpas ridículas que nunca poderia reparar o erro.

-Você se enfiou entre minhas pernas e sente muito pela bagunça que causou depois!? Se você não conseguia assumir o erro no final, não teria se dado ao luxo de ter um pequeno momento de luxúria no começo.

Max encarou Nat, espanto com o rumo absurdo que aquela conversa estava tomando. Nat realmente achava que ele não tinha participação naquilo? O Ômega ficou tão doente a ponto de ter amnésia? Se Max tinha tornado-se o monstro no final, é porque Nat tinha se tornado omisso a todos os erros no começo.

-Foi consensual Nat eu não te obriguei você quis isso, foi você quem me deixou fazer aquilo.

Max quase gritou. Ele já estava no limite.

-Você acha que eu realmente quis estar a ponto da ruína e da loucura? Por Deus Max passe suas palavras pelo filtro do bom senso antes de dizê-las.

Nat respondeu odiando toda aquela tentativa ridícula de Max minimamente se insentar da coisa toda.

-Pelo menos estou tentando resolver isso como um adulto..

Max rebateu.

-Como se você já tivesse resolvido algo como um adulto! Você parece um adolescente passando pela puberdade!

A essa altura, Nat e Max estavam frente a frente, fervendo de raiva. Isso se transformaria em uma briga desagradável...

-Estou passando pela puberdade?

Max soltou uma risada sarcástica. Nat sempre despertava o pior dele.

-Você é mais sujo do que eu nessa questão. Quem não consegue passar dois dias sem ir para cama com qualquer um? Uma pista não sou eu!

-Pelo menos eu posso ir para a cama com qualquer um que eu queira já você fica se martirizando pelos cantos mal humorado porque ninguém te quer. Um rosto bonito não é a porta para as boas-vindas, no seu caso.

Nat gritou, com o golpe baixo de Max. Ele não merecia aquilo não agora, não quando ele já estava tão acabado. E ainda por cima ele deveria acasalar com essa aberração? Ele preferiria morrer de intoxicação alimentar.

-Existe uma coisa chamada dignidade, mas parece que você não tem nenhuma. Você prefere foder com todo mundo no paddock.

Max sibilou, aproximando-se de Nat

-Me desculpe, estou apenas curtindo a minha vida e sendo feliz, você deveria tentar as vezes sabia?.

O Ômega retrucou, cruzando os braços na frente do peito. Com uma expressão de desafio no rosto.

-Eu poderia tentar, desde que seja com você, eu poderia fazer qualquer coisa que fosse "divertida" desde que você estivesse envolvido.

Agora Max estava sorrindo. Isso confundiu Nat. Dois segundos atrás, Max estava pronto para pular nele e agora ele estava sorrindo e dizendo aquelas coisas pertubadoras. Que tipo de filme fodido era esse? E porque Max estava se aproximando de Nat como se o pequeno fosse um cordeiro e ele um lobo faminto?