No olhar do íncubo brilhavam lágrimas pela primeira vez em toda a sua existência. Jisung sentia uma terrível e irremediável dor, muito pior do que ter cada um de seus ossos partidos ao meio, ou que ter suas asas e chifres arrancados a força. Ele apertou os lençóis que tinha ao redor do próprio corpo, protegendo suas intimidades, encheu o peito de ar e chamou por Minho:
— Você não morreu, não é? Você não pode dizer que ficaremos juntos e me deixar assim!
Com as mãos sobre o tronco alheio desnudo o sacudiu, as garras tão afiadas que quase o cortaram.
— Minho! Abra os olhos — ele clamou, aos berros.
Estava se tornando frequente, com aquele humano Jisung experenciava intensas emoções que nunca pôde antes, e assim como ter o beijado proporcionou-lhe a melhor das sensações, o receio de perdê-lo trouxe consigo a pior de todas.
Lágrimas sinceras escorreram pelas bochechas riscadas e um soluço entrecortou sua voz, que chamava, baixinho:
— Minho... acorde. Vamos, abra os olhos e me responda...
O rosto do moreno não tinha nenhuma expressão, nem cor.
— Eu... eu acho que você é o meu amor verdadeiro, a minha alma gêmea, e por você eu estaria disposto a enfrentar o exílio e o desprestígio, eu vejo agora...
Desespero, esse era o nome do demônio que atormentava Jisung e o fazia se arrepender de não ser mais corajoso.
— E já que somos metades de um todo, o laço entre nós nunca poderá ser rompido. Eu estou ligado a você para sempre, Minho. E não poderia ir atrás de outro nem se quisesse. Eu jamais serei capaz de esquecer como é amar você. Então... não me deixe!
Doía saber que suas palavras eram puramente a verdade, já que o íncubo não mentia.
— Agora que me fez assumir minha debilidade como demônio, me deixe ouvir sua voz insolente!
Vendo que não obtinha respostas, o de cabelos azuis escondeu o rosto no tórax do humano, inalando o seu perfume, e encharcou a pele branquinha com seu choro dolorido.
Manteve-se daquela forma, inconsolável, até sentir uma mão gélida em seu ombro.
Arregalou os olhos, olhando para trás, mas não havia ninguém.
— Olá...? — encarou a escuridão ao seu redor.
As luzes do poste em frente a janela piscaram, uma brisa intrusa sacudiu as cortinas e assobiou agudamente. E exceto pelos tecidos, tudo parecia igual, intocado e inerte.
Jisung olhou novamente para frente, o moreno continuava inconsciente, deitado na mesma posição. E ele sentiu um sopro suave em sua nuca, como se houvesse alguém atrás dele.
O fôlego calmo e tranquilo de um predador que analisa com cuidado e paciência a sua presa.
Os carros cruzando as ruas e as vozes distantes das pessoas eram os únicos indícios de outros seres vivos além dele próprio.
O relógio estalava: tic tac.
Tic. Tac.
— Minho... Acorde...
Ele sobrepôs as mãos do humano com as suas próprias, o rosto bonito do Lee perdeu a cor e a vida que possuía. Uma angústia lancinante esmagou o coração do íncubo, que fechou os olhos com força e ouviu baques pesados contra o piso, como se fossem passos se aproximando.
Ele abriu os olhos...
Mas não havia ninguém.
Tic. Tac. Tic. Tac.
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Night Devil | MinSung
FanficJisung é um capetinha sedutor que aparece no quarto do K-Idol Lee Know para se alimentar de sua vitalidade de maneira pecaminosa, mas ao provar de sua doce essência, torna-se passionalmente obcecado em conquistar sua alma inteiramente para si. E par...