in the end, it's him and i

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PRIMEIRO, ANTES DE MAIS NADA: ISSO AQUI É UM HOT. ou seja, tem conteúdo adulto para todos os lados. é, eu acho que esse era o único aviso importante que eu tinha pra entregar. boa leitura. e a história vai passar por uma segunda revisão.

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Ele quase morreu, mas a pior parte é a vergonha. Ele é Antônio La Selva, pode lidar com alguns chás envenenados e com a decepção que o sufoca, mas ele não pode lidar com a vergonha de estar errado, ele lidaria muito bem que se as pessoas simplesmente não soubessem o que aconteceu, mas aquilo se transformou num circo midiático, a morte de Agatha atraiu a atenção dos arredores, a história que Antônio La Selva estava sendo envenenado pela esposa foi mais longe do que ele gostaria que tivesse ido. A única coisa útil que serve como álibi, é útil para afastá-lo dos olhares e das investigações de Marino, das desconfianças de Caio e dos olhares tortos dos moradores da cidade, estava doente quando tudo aconteceu, acometido por um estado de confusão tão grande que não conseguia reconhecer o próprio filho, com certeza era inocente.

Aquele jantar deveria colocar a sua honra de volta no devido lugar, mas a sua ex-esposa frustrante e imprevisível está entrando pela porta... a vagabunda imprevisível.

Trinta anos atrás ele sabia que estava casado com uma mulher completamente imprevisível, que apesar dos seus maiores esforços ela continuou sendo imprevisível. Era um pouco difícil discernir quando ela decidia ser a boa esposa ou ameaçá-lo, quando ela era uma mãe dedicada aparentemente inofensiva ou quando ela decidia pagar para matar alguém. Ele casou com uma prostituta ambiciosa, sempre soube o que isso significava. A traição o pegou mais desprevenido do que qualquer outra coisa, porque apesar da ambição, dos impulsos sanguinários e das loucuras ocasionais ele sempre ela sempre foi fiel — até onde ele sabia. O geólogo foi uma ferida no seu ego e desde então as coisas começaram a desandar, a presença dela ali era quase uma recordação da humilhação.

A frustração de vê-la ali deixa a champanhe amarga instantemente, no segundo em que a vê a bebida perde o gosto na sua boca.

Tem certeza que não enviou nenhum convite para ela, fiscalizou um por um, deixou Angelina responsável pela entrega e sabia que a empregada jamais convidaria Irene para aquela casa outra vez, mas de repente ela está no meio da sala, brilhando mais do que qualquer outro convidado com aquele vestido que com certeza custou uma fortuna e com certeza ela comprou com o dinheiro que conseguiu arrancar dele. O vestido é novo, ele sabe imediatamente, conhece todos os vestidos que estão no guarda roupa dela, comprou uns e outros, na verdade comprou alguns na intenção de rasgá-los do corpo dela algum dia, mas a peça é nova e o distrai momentaneamente na raiva, o brilho ofuscando a vontade de esgana-la e depois ele volta a si, ela comprou aquele vestido só para ir até a sua festa e irritá-lo.

O foco dos convidados mudam, de repente ele não é a figura mais interessante na sala.

— Desculpa, Antônio, eu não pretendia interromper o seu discurso, por favor continue a sua fala — Ele conhece reconhece que inocência inofensiva na voz dela é uma mentira.

Vagabunda mentirosa e ardilosa.

— Eu estava aqui falando com meus amigos, pessoas que eu conheço bem, que foram convidadas pra esse jantar, e você? Tá fazendo o que aqui? Você não recebeu nenhum convite.

— O que foi uma enorme indelicadeza da sua parte — Antes de perceber aquela mulher já está se aproximando, a voz rouca, apesar de baixa, soa muito audível na sala inteira — Depois de tudo que nós vivemos, eu acho que eu merecia um pouco de consideração da sua parte.

Tenta ler os dois olhos que o encaram. Ela não está ofendida, ela tampouco foi ali sem nenhuma intenção, a presença dela ali não é despretensiosa, costumava ser uma coisa que ele admirava, ela nunca fazia nada sem esperar por alguma coisa.

him and iOnde histórias criam vida. Descubra agora