Manu.
A sensação aterrorizante que é quando você percebe que está sozinha no mundo, eu não sabia como era até...ontem.
"Seu pai sofreu um acidente Manu, precisa vir pra Minas Gerais agora!" – A vizinha dele me liga, nervosa.
Eu estava no meio da aula, faculdade de medicina sabe?
–" Como ele está?" – Questiono, sentindo um aperto no peito.
– Ele...ele morreu.– Diz, fazendo meu mundo inteiro desabar nas minhas costas, o planeta pareceu pequeno demais para mim.
E então aqui estou, dentro de um táxi, a caminho da casa dele, acabei de enterrar ele no cemitério da cidade e precisava ir até a sua casa, ver como tudo estava e decidir o que eu faria, seguiria com a sua confeitaria que foi o sonho de toda uma vida dele ou seguiria o meu sonho, venderia tudo e terminaria a faculdade de medicina?
Bem, ao entrar pela porta da casa, vejo tudo bem organizado, achei que a confeitaria estaria assim mas meu pai não a abria a alguns meses, não conseguiu manter o salário dos funcionários, os fornecedores e nem os confeiteiros.
Eu tinha que tomar a decisão e optei por gastar todas as minhas economias em restaurar aquele lugar.
– Deus bem que podia me enviar ajuda, ao menos para vender os doces.– Resmungo passando a vassoura no lugar, eu abriria nos próximos dias, quer dizer, achei que abriria.
Na véspera da inauguração da confeitaria reformada, uma coisa enorme caiu sobre o lugar de madrugada, um tipo de bola voadora e dentro dela havia um homem desacordado.
Penso em chamar a polícia mas que explicação eu daria? Uma bola voadora caiu na minha loja com um homem dentro? Então decido tirar o homem inconsciente lá de dentro, puxo ele para fora e o deixo caído no chão da loja.
– Ei você, pode me ouvir? – Questiono, chacoalhando ele pelos ombros, havia sangue em sua testa mas um sangue...marrom?
– Que coisa é essa? Você é humano? – Indago, balançando ele com toda aquela coisa marrom vazando.Bolinhos.
Rael.
Dor. Era muita dor.
Ao abrir meus olhos, a primeira coisa que vejo é uma garota de cabelos escuros me olhando com uma cara estranha como se eu fosse de outro mundo, literalmente eu era.
– Co-Co-Como? – Gagueja.
Não entendo bem a pergunta, será que eles falavam outra língua além das que aprendi? Eu aprendi muitas mas aquela.
– Meu nome é Rael, sou de Urk, aqui é a Terra? – Indago.
O pavor no rosto dela é gritando, vejo ela dar passos para trás, se afastando.
– Eu não vou te machucar.– Digo, me sentando, vejo minha perna bem machucada.
– AAAAAAAAAAAH! – Ela grita me fazendo dar um pulo.
– Pelo poder das estrelas, mantenha a calma.– Ergo as mãos, mostrando nosso sinal de paz mas tudo que ela faz é gritar ainda mais.
– POLÍCIA! SOCORRO! – Grita, acabo não tendo outra escolha, me levanto do chão, mancando por causa da perna machucada e indo a direção dela que pega..um bolinho? E tenta me ameaçar com ele.
– FICA LONGE DE MIM! – Grita, apontando o bolinho em minha direção.
– Sabe que isso é de comer, não sabe? – Questiono, então ela percebe o que segurava e pega uma forma em formato de estrela.
– Como seu sangue é marrom? – Questiona.
– Sou um príncipe, no meu planeta, a realeza tem sangue marrom e os súditos tem sangue comum, laranja.– explico.
– Quê? – Indaga.
– Também sei que a cor do sangue humano é vermelho, o que eu acho muito mais bonito que laranja e marrom, se posso dizer.– Afirmo, pegando alguns doces de umas bandejas que estavam jogadas no chão, não só isso, o telhado do lugar tinha um buraco enorme como se uma...nave tivesse causo ali.
Falando em nave, a minha se encontrava destroçada atrás de mim.
– Droga.– Solto, se aqui não for a Terra, então eu estou preso em um planeta qualquer.
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Andrômeda || Luan Santana
FanfictionEma ou Ely como ele a chama carinhosamente, é uma jovem que enfrenta a adversidade após perder o pai num acidente inesperado, logo após completar 20 anos. Retornando à sua cidade natal, ela se empenha para reabrir a pequena confeitaria que herdou do...