O Amor de Ji Sung, HyunJin. IV

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Ao redor da cama, Min tinha andado de um lado e do outro. Olhou para a janela: a lua já estava na metade do céu e ainda assim não conseguia dormir, não podia. Porque algo estava faltando. Porque JiSung não estava no quarto.

O fantasma pegou a cadeira da escrivaninha, a virou para a cama e sentou. Na solidão do cômodo olhava para o colchão, esperando. Não entendia porquê estava tão aflito ou o porquê dele estar demorando tanto...

Então, ele entrou.

Min ficou de pé. JiSung rapidamente fechou a porta e girou a chave. Se virou.

Os olhos do príncipe olharam para Min, por alguns segundos, antes de se fecharem. Antes do corpo desabar e uma poça de sangue se formar ao redor.

[...]

Quando Bang Chan girou a maçaneta, abrindo a porta agora destrancada, viu abaixo de seus pés o vermelho cor de vinho encharcando o chão. E na cama estava aquele a quem o sangue pertencia: JiSung, deitado e desnudo, coberto por uma única roupa íntima. Tão pálido e morto.

Chan correu para o colchão. Tão desesperado pela ideia de tê-lo perdido, querendo desacreditar no que via, a mão conferiu a pele de JiSung, gelada. Mas para um resquício de esperança, no pescoço a artéria pulsava os batimentos cardíacos que ainda existia.

Depressa, Chan levantou o corpo pálido em seus braços e a mão fria, que não via sobre a cama, entrelaçada a de JiSung, se soltou.

— Mandem preparar dois cavalos...

As duas criadas, paradas na porta, cobriam a boca, horrorizadas. Se quer reagiram, continuaram estáticas. O príncipe estava morto nos braços de seu jovem senhor.

— Rápido!

O grito de ordem as fez despertarem, agarrarem seus vestidos e saírem correndo.

Ainda no quarto, Chan observou o corpo que segurava. Trapos e faixas estavam enrolados nas pernas e nos braços de JiSung, e embora a cama estivesse com sangue, o corpo dele estava completamente branco e limpo.

Bang Chan olhou para trás, na escrivaninha, na cadeira posta de frente a cama. Sabia: havia outra pessoa, que também estava naquele quarto. Mas por momento decidiu ignorar, deveria se apressar se quisesse que JiSung vivesse...

Agora, o criado tinha JiSung nos braços. E Bang o pescoço do velho guardião em suas mãos: — Como!? Como não há nenhum médico!? — as mãos apertavam a garganta do homem.

E o homem suava, tentando dizer aos engasgos, sem perder a razão: — Desculpe... senhor! A Marquesa exigiu todos os nossos médicos... Para a casa... Para atenderem o herdeiro Hwang...

— É mesmo? — Chan pegou a adaga. — Você sabe quem é a pessoa no colo de meu criado!? É o único filho do rei Han, o único herdeiro da dinastia!

O velho arregalou os olhos devido a informação que não sabia, agonizou-se também, pela a adaga em seu pescoço erguida.

— Preste atenção no que vou dizer: se você não arrumar um curandeiro, eu irei rasgar o seu pescoço na frente de todas as suas crianças...

Bang Chan olhou para trás. Dentro do refeitório, em volta de seis grandes mesas, as crianças olhavam em sua direção completamente assustadas.

— Ou será... que devo matá-las?

Chan largou o homem. O corpo do velho escorregou no chão. Foi em direção às crianças e aos gritos, agarrou uma pequena menina de cabelos escuros.

O guardião logo se pôs de joelhos, para implorar: — Não! Por favor... Não!

Minsung - Espectro VermelhoOnde histórias criam vida. Descubra agora