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Ret

Ana fechou a porta e se meteu lá dentro com os testes me deixando nervoso aqui fora.
Me sentei no chão na frente da porta esperando ela e nada, logo a porta é destrancada e ela sai do banheiro com a mão na boca, seus olhos estavam cheios de lágrimas.

- é sério?- me levanto no pulo me aproximando dela que só me abraçava chorando - Ana fala comigo pô

Ela me dá o teste na minha mão e continua chorando lá, olho direitinho naquele bagulho e tava escrito 3 semanas. Nem entendi eu quero saber se tem bebê ali dentro ou não.

- 3 semanas? Não entendi, cadê o bagulho da criança?- digo olhando pra ela que logo deu um sorriso mesmo com o rosto todo cheio de lágrimas.

- estou grávida de 3 semanas Gabriel!- meu coração disparou na hora, paralisei olhando pra ela pô.

Eu vou ser pai cara, logo eu todo favelado, todo errado nem merecia essa criança não pô.

- eu vou ser...

- pai! Você vai ser pai, amor - ela diz chorando e eu logo abraço ela com força - eu não sabia que estava realmente grávida, que loucura.

- tô tão feliz meu parceiro - digo beijando minha mulher e dou um beijo na barriga dela.

Mó estranho beijar barriga pô, mas ela que se acostume.

- sua mãe vai fica toda boba

- vai mermo, vamo contar pra ela hoje mermo, e amanhã vai ter baile em comemoração do meu filho!- a Ana rir e eu abraço ela denovo enchendo de beijo aquela gostosa.

- e se for menina?- ela diz com as mão na cintura.

- bandido não tem filha menina vida, vai ser um garotão pra eu poder me aposentar - digo rindo e ela fecha a cara- brincadeira pô, se for menina eu vou amar também, mas vai ficar igual aquela princesa lá, presa dentro de casa.

- terror de homem que não presta é ter filha menina- Ana diz dando de ombros indo pra sala e eu sigo ela.

- nem me fala essas fita que eu já passo mal só de pensar- passo a mão no rosto e ela rir negando com a cabeça.

Que Deus me dê um moleque pô, se vim menina eu tô fudido, já fiz tanta merda com as filhas dos outros, não penso nem pensar na hipótese de vim mulher não.

...

A gente já estava pronto pra sair, irmos anunciar para minha mãe sobre nosso filho, eu já queria ligar e avisa pra favela toda e pá, mas a Ana me fez pensar sobre isso.

Ela disse que era melhor deixamos quieto porque eu tenho muitos inimigos, e isso seria um objetivo pra eles quererem me detonar, sempre vão no nosso ponto fraco.

- vamo amor - ela sai de casa com um vestido colado no seu corpo, ele era longo e verde.- tá gata em - me aproximo dando um beijo na sua testa.

- obrigada - ela diz toda sorridente - vamos que a sogrinha está me esperando.

Eu tava ansioso pra caralho, pô um filho meu parceiro, eu vou ter um filho! Bagulho louco mermo.

Chegando na frente da casa da minha mãe eu soltei toda respiração que parecia que eu tinha prendido e olho pra Ana que estava toda boba com a mão na barriga.

- vamo- digo saindo do carro.

A porta da casa da coroa é aberta, logo me viro olhando e era a Carolina saindo junto com o Hariel.

- por aqui Ret - Hariel vem na minha direção cumprimentar e eu encaro ele legal - que foi pô?

- entra aí pra te dá uma notícia - digo serinho pra ele que me olha confuso e depois olha pra Carolina.

- pode fica tranquilo que eu vou indo Hariel, obrigada por hoje - ele da um selinho nela e ela logo se vira olhando pra Ana - oi Aninha.

- oi carol- as duas se cumprimentaram e Carol nem olhou na minha cara saindo dali.

Respiro fundo e passo a mão no rosto, não curto esse bagulho do Hariel junto da Carolina não.

- oque aconteceu?- Hari pergunta pra Ana dando um abraço nela.

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VIVAZOnde histórias criam vida. Descubra agora