FRONTEIRA - Gerson Santos

M • 98

Ele chegou para me salvar, ele estava aqui. Mas quando o tiro atinge as suas costas e ele cai no chão me derrubando junto.

-- GERSON -- gritei chorando olhando pro seu corpo caído no chão.-- por favor não me deixa -- falei sentindo o seu coração bater

A polícia troca tiro com Marcus e outro cara que não conhecia mas não me importo com nada apenas com o meu namorado.

-- CHAMA A AMBULÂNCIA -- gritei desesperada

Vejo que ele tinha uma arma na cintura, a pego tentando manter a calma, sem que ninguém perceba miro em Marcus e aperto o gatilho três vezes seguida o fazendo cair no chão. Espero que esteja morto.

A polícia consegue atingir o outro cara e vai em direção a eles verificando se estavam mortos.

-- vamos o mais rápido possível -- Gabriel disse pegando o amigo no colo e colocando dentro do seu carro

-- ele não pode morrer -- falei o abraçando assim que Gabriel da a partida no carro

-- ele não vai morrer -- ele disse firme aumentando a velocidade.

-- eu te amo tanto -- falei passando a mão pelo seu rosto

Sinto uma dor aguda atingir o meu útero mas não me incomodo com isso. Eu apenas quero que ele fique bem.

Só isso.

Não demorou muito para Gabriel parar no primeiro hospital que vê, os enfermeiros vem correndo em nossa direção assim que Gabi diz desesperado que seu amigo levou um tiro.

Eles colocam Gerson em uma maca e o levam para um centro cirúrgico, abraço Gabriel entrando em pânico.

Meu corpo queimava de febre e os machucados ardiam na minha pele

-- Mika, você não tá nada bem. É melhor você se consultar -- ele disse segurando na minha mão e indo até a recepção comigo -- bom dia, a minha amiga ficou em cativeiro por um mês. O cara maltratou muito ela preciso que ela passe por uma consulta

-- tudo bem, irei marcá-la para o mais rápido possível. -- ela disse mexendo no computador -- olha depois daquele senhor ali a médica não vai atender mais ninguém, esperem por favor.

Concordamos e nos sentamos de frente para a porta do consultório médico, deito minha cabeça no ombro de Gabriel e choro baixinho

-- vai ficar tudo bem -- ele disse acariciando os meus cabelos

O Senhor é chamado para dentro da sala e sinto um frio na barriga só de imaginar que depois seria a minha vez e possivelmente terei que relatar os estrupos que sofrir.

-- foi um mês lá? -- questionei para ter certeza

-- sim, infelizmente. A Camila sentiu muitas coisas estranhas nesse período, dor e febre, parecia até que ela tava sentindo por você

-- ela está melhor?

-- ela ainda tá se sentindo mal, acho que ela só irá melhorar quando você melhorar.

-- eu tô com saudade dela e de todos vocês

-- a gente também sentiu muito a sua falta, o Gerson até bateu na parede e quis bater no Arrasca -- ele disse rindo baixo e sorrir de leve

-- Mika! -- ouço a voz do Éverton atrás de mim, me viro e vejo ele, Marilia e minha sogra.

Me levanto e abraço todos eles me sentindo em paz por ter voltado para casa.

Eles definitivamente são a minha casa

-- cadê o Arrasca e a Cami? -- perguntei vendo que eles não estavam ali

-- o Arrasca tá cuidando da Camilla. Ela não tá se sentindo bem -- Marília disse e concordei

-- que bom que você está bem minha menina -- minha sogra disse me abraçando e choro entre seus braços

-- desculpa, seu filho levou um tiro só para tentar me salvar

-- não é sua culpa -- ela disse dando um beijo na minha testa -- vamos orar pro nosso menino ficar bem logo

Formamos um círculo e demos as mãos uns pro outro.

Senhor, que meu pretinho sobreviva.

Amém!