- Ok, turma, terminem o dever de casa para hoje, porque o sinal já vai tocar - diz o professor, que está na minha frente.
Literalmente dois segundos depois, o sinal toca, e toda a sala pega suas mochilas e sai pela porta. Só eu e o professor restamos. Eu aceno para ele, mas ele segura meu braço e me pede para esperar.
- Espere, querida, tenho que falar com você rapidamente - ele diz, virando para encarar.
O professor sempre foi muito simpático e legal, não só comigo, mas com toda a turma, e isso melhora muito a conexão que ele tem com a turma.
- Eu li sua obra que você me enviou e confesso que gostei muito. Eu apoio você a publicar aquele artigo, ficou incrível. Sempre admirei sua dedicação à escrita durante todo o semestre, e sempre me impressiono com você - ele diz com um sorriso sincero no rosto.
Ele tinha gostado do meu livro. Ele me motivou a publicar. Ele me apoiou. Ele me enxergou durante todo o semestre. Ele percebeu minha dedicação à escrita.
Dou um sorriso largo para ele durante as palavras que ele disse.
- Muito obrigada, professor, fico muito feliz que tenha gostado, mas eu não sei por onde começar - falo um pouco sem graça.
- Olha, eu tenho uma indicação boa para você. Um amigo meu trabalha em uma editora. Se quiser, posso conversar com ele e você fazer uma proposta. Que tal? - ele fala com carisma no rosto.
- Vou pensar no seu caso, e se aceitar, você me passa o contato dele!
- Tá bom então, não desista dessa ideia - fala ele apontando o indicador no ar.
- Pode deixar, não vou esquecer! - falo indo embora.
Quando chego em casa após o curso, abro a porta e vou direto para o meu quarto. Me deparo com meu vizinho brigando com alguém em sua cozinha, uma mulher. Chego mais perto da janela para ver o que está acontecendo e escuto os gritos dela.
- Não dá mais pra ficar com você. Você é um idiota narcisista que só pensa em você mesmo! - ela grita, batendo em seu corpo.
Parece que está rolando um término de namoro de frente para a janela do meu quarto? Isso só acontece comigo. Ela grita e debate em seu tronco, aparentemente com muita raiva. De repente, meu alarme toca. "Levar o lixo para fora" está estampado na tela do meu celular. Desço as escadas, pego as sacolas pretas em minhas mãos, abro a porta, coloco o lixo do lado de fora e, ao me virar, vejo meu vizinho na sua porta fumando.
William Rossi.
Ele puxa o ar do seu cigarro aceso, olha para mim e nós trocamos olhares por cinco segundos. Enquanto nos olhamos, sua namorada, ou ex-namorada, sai e entra em um carro preto, acelerando.
- Término - ele diz, soltando uma fumaça branca.
- Ah, eu sinto muito - falo, sem ter muito o que dizer.
- Não, não precisa fingir pena, ela não era nada para mim - diz com frieza na voz.
Ele literalmente não sentia nada por ela. Com certeza, nunca me relacionaria com uma pessoa assim. Nunca, nem pensar.
- Eu te vi vendo pela janela - diz, olhando nos meus olhos.
Ele apaga o cigarro, joga no chão e pisa em cima dele.
- Até mais, exploradora - diz, soltando a última fumaça.
Exploradora? Eu só estava observando pela janela por curiosidade.
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AMOR AO LADO - (Série Amor em Direções Livro 1)
Romance🥈#4 em Romance Juvenil 🥇#1 em Grumpy and Sunshine