— Ísis 🤍
Levanto a cabeça, me olhando pelo espelho do banheiro e encaro meu rosto vermelho e inchado.
Terror: Ísis! — Grita, batendo na porta.
— Oi. — Abro rapidamente, para evitar apanhar mais.
Terror: Bora, porra, tá fazendo o que aí?
— Eu só vim lavar o rosto, tá vermelho.
Terror: Eu tô pouco me fudendo, desce pra sala agora.
— Eu já vou. — Falo baixinho com medo.
Terror: Dois minutos, tá me ouvindo? — Concordo. Ele sai e eu fecho a porta.
Respiro fundo e passo uma água no rosto, fechando a torneira em seguida.
Me encosto na parede e começo a pensar sobre a minha vida.Eu não tenho ninguém, sou apenas eu por mim mesma. Conheci o Terror à dois ano mais ou menos, foi um baile, apenas um baile trouxe muita desgraça pra minha vida.
Nasci e cresci aqui na Rocinha, esse é o meu lar. Eram apenas eu e a minha mãe.
Num dia de baile, dia que o comando do morro foi passado pro Terror, pela facção, ele simplesmente criou uma obsessão por mim e estou aqui com ele até hoje, não por vontade própria.
Minha mãe tentou interferir, mas ele acabou a matando.
Desde então, é assim. Dois anos que vivo sendo agredida. Graça a Deus, ele nunca tentou me estuprar, pelo menos isso.
Eu tenho como amiga a Luana, irmã do Barão, o chefe da facção, e homem pelo qual sou apaixonada desde a adolescente.
Sim, eu sou apaixonada pelo Barão, mas ele nunca me notou. Sempre foi ele, é algo muito maluco, que eu não entendo. A gente nunca ficou, ou algo do tipo, mas foi um sentimento que eu desenvolvi e tenho consciência que é loucura.
Achei que seria apenas uma paixão da adolescência, mas hoje, com 22 anos, esse sentimento não sumiu. Um sentimento que com certeza não é correspondio, o Barão nunca se quer, olhou pra mim.
Hoje, ele não mora aqui, está morando no Paraguai, teve que ir pra lá, provavelmente, resolver coisas do tráfico e não voltou desde o baile.
Ele sempre ficou aqui por esse morro, mesmo tendo vários outros. Na verdade, ele comandava esse, mas como teve que sair, o comando foi passado pro Terror.
Além da Luana e da dona Rosa, mãe dela e do Barão, que é um amor, tem o amor da minha vida, a Isabelly Vitória, filha do Barão.
Aquela garota é meio que minha válvula de escape, eu sempre cuidei dela, junto com a Lua, depois que seu pai foi pro Paraguai.
É um amor muito grande que tenho por ela, e não tem nada a ver com o que tenho pelo seu pai.
Sinto muita saudades da minha garotinha, ela foi passar um tempo com o pai, já tem três meses, e segundo a Lua, retorna amanhã. Terror nunca me proibiu de ver ela, pelo menos isso.
Tirando elas, também tem o João Pedro, ou Jotapê. Ele é como se fosse meu irmão, o Terror nunca me proibiu de ver ele, mas o odeia e sente muito ciúmes.
Saio do banheiro do meu quarto e desço pra sala pra ver o que o monstro tanto quer.
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Gabriel Farias: Terror, 29 anos.
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Química Bandida - [PAUSADA]
Fiksi Remaja📍Favela da Rocinha - Rio de Janeiro. +16|| "Ela tem o jeito que me faz pensar que o mundo ainda tem valor e que o amor faz sentido." ɪɴɪ́ᴄɪᴏ: 06.01.24 ᴛᴇ́ʀᴍɪɴᴏ: 00.00.00