Voyeur

Bônus: Madrugada Prazerosa.

— Vou a uma festa daqui a pouco. Vocês querem ir? — Jennie propõe quando chegamos na cozinha, já vestidos, buscando por algo para beber e comer.

— O quê? Você tem disposição pra isso agora? — fico surpreendida. — No momento, me sinto tão exausta que só quero tomar um banho.

— Gatinha, não tem ideia do quanto ainda vou me divertir essa noite. — ela diz, maliciosa. Arregalo os olhos. Jeon solta uma risadinha.

— Um ménage de pré aquecimento, depois a suruba, não é? — ele brinca.

Jennie solta uma gargalhada enquanto leva uma garrafa de cerveja à boca.

— Você devia ir. — ela diz pra mim, com um olhar sacana. — Te deixo dirigir o meu carro, que você adorou.

— Eu ainda não sei dirigir. — pego a lata de refrigerante que Jeon ergue para mim. — E não estou muito disposta pra ir numa suruba. — brinco.

— Que tal eu só te levar pra sua casa. — por algum motivo besta, me envergonho com a piscadela de Jennie, que explicita que ela está flertando comigo.

— Falando nisso... — começo a dizer, me sentindo sem graça. — Eu disse para os meus pais que iria dormir na casa de uma amiga. Então... Jeon, posso ficar essa noite?

— É claro. — ele diz. — Bom que eu tenho companhia de madrugada. — algo em meu estômago se revira em ansiedade e expectativa.

Tomara que essa madrugada seja bastante prazerosa.

[...]

Ficamos os três na cozinha por um longo tempo, conversando, comendo e bebendo. Jennie foi embora, e eu fiquei. Sozinhos, Jeon e eu ajeitamos a sala, depois pedi para ele me mostrar onde ficava o banheiro. Após um banho, vesti uma camiseta branca dele, que ele mesmo deu para eu usar, e voltei para a sala. Jeon estava no sofá mexendo no celular. Logo que me viu, avisou que tinha pedido pizza e que iria tomar um banho, portando, eu teria que receber o entregador, e apenas isso, pois o pedido já estava pago. A pizza chegou e, uns sete minutos depois, ele voltou, sem camisa e vestindo somente uma calça moletom preta. Comemos enquanto assistíamos a um filme. Em determinado momento, fechei os olhos e comecei a imaginar uma cena onde o Jeon avançava sobre mim e nós dois fazíamos sexo na sala escura...

Me assusto com seu toque no meu braço. O roçar suave de seus dedos quentes me faz arrepiar. Olho para ele tentando esconder meu estado.

— Está com sono? — ele pergunta, numa voz baixa com um som de rouquidão. Me arrepio novamente. Sem pensar, faço que sim com a cabeça e ele imediatamente desliga a TV. — Vem, vamos deitar.

— Eu não vou dormir aqui?

— Claro que não. Você vai dormir na minha cama, comigo. — diz, como se fosse óbvio.

Me encho de expectativas enquanto nós vamos para o quarto dele. Antes de nos deitarmos, escovamos os dentes.

Enquanto eu espero ele voltar, fico deitada num lado do colchão apenas imaginando o que pode acontecer durante essa madrugada.

Tenho a expectativa de transar com ele, mas não sei se Jeon quer o mesmo.

Quando ele se deita na cama do outro lado do colchão, o silêncio reina no quarto escuro e perdura por tempo suficiente para acabar com qualquer expectativa minha.

Ele deve estar cansado. Ou, talvez, não estivesse com intenção nem vontade de fazer mais sexo só comigo. Mas eu estou com vontade suficiente para não conseguir dormir.

Viro de lado, de costas para ele. Me encolho abaixo do edredom, sentindo uma frustração inquietante. Fico remoendo esse sentimento. Para ajudar, minha cabeça começa a pensar em Jeon, imaginando coisas sexuais.