Estou aqui pelo que parece ser horas, completamente sozinha, mas sei estão me observando a todo momento, tenho quase certeza que não tiraram os olhos de mim desde que cheguei aqui.
Mais algumas horas se passaram e a exaustão toma conta de mim e acabo adormecendo. Sou despertada pelo som de passos e percebo que não estou sozinha na sala, existe mais duas pessoas aqui, eles estão afastados de onde estou presa, contudo percebo que as roupas que usam são estranhas para mim. Ambas são brancas, mas não são como as que eu estou usando, parece que foram feitas com o intuito de proteção, já que nenhuma parte do corpo das duas figuras está exposta, até mesmo seus rostos estão cobertos, além de que utilizam óculos de de proteção, assim como algo que aparenta ser uma máscara de oxigênio, não como as que usávamos para poder respirar no deserto ao sair das catacumbas, essas eram muito modernas, com um design que aparenta ser bem mais confortável. Embora estivessem usando roupas iguais percebi que um era mais alto que o outro.
Não consigo ver o que estão fazendo, até que um deles se aproxima de mim e começa a avaliar o meu corpo, levantando partes da minha roupa, me contorço em uma tentativa frustrada de afastá-lo, mas é tudo em vão.
Um deles começa a falar, entretanto, não parece que é entre si, era algo mais parecido a um relatório. E mesmo com todas as camadas de proteção que usava, percebi que se tratava de uma mulher por seu tom de voz mais agudo." Espécime, apresenta graus de agitação ".
" Sinais vitais apresentam uma leve aceleração, provavelmente provocado pelo estado de agitação ".
" Espécime, apresenta lesões superficiais, não aparentando perca de membros e nem contaminações visíveis ".
Até agora me mantive em silêncio, apesar da vontade de gritar tudo o que está preso dentro de mim.
Então a mulher se virou e disse algo, que pela primeira vez parecia ser dirigido especialmente ao companheiro que estava ao seu lado.
— Precisamos de mais material para analisar, vamos retirar um pedaço do tecido epitelial. — disse a mulher.Não fazia a menor ideia a que ela se referia, mas não era algo bom, meus nervos já estavam a flor da pele.
— Usaremos o sedativo?. O que acha Calista?. — dessa vez quem falou foi o que estava em silêncio até agora, era um homem.
— Sedativos não serão necessários, não precisamos desperdiça-los — respondeu a tal de Calista.
Embora eu tenha entendido o significado das palavras, ainda não sabia o que significava tudo aquilo, mas logo iria descobrir.
Foi somente quando o homem que tinha se afastado voltou, que compreendi a real intenção deles. Mesmo que não fosse fácil virei minha cabeça em sua direção, e vi que ele estava segurando uma bandeja feita de um material transparente e sobre ela tinha alguns objetos dos quais não reconheci nenhum.
O homem caminha em direção à mulher que pelo que escutei agora sei que se chama Calista, ela pega um dos objetos e vem em minha direção, agora que está mais perto, reconheço do que se trata é uma pequena faca afiada usada para fazer pequenos cortes em pacientes. Já vi o meu pai usando uma dessas enquanto tratava de algumas pessoas enfermas na catacumba. Ainda não consigo me lembrar o nome, mas sinto medo ao ver Calista se aproximar de mim segurando aquela faca.
Calista para perto de mim,sinto o toque frio de sua luva em minha perna, uma de suas mãos me aperta, percebo finalmente o que ela pretende fazer comigo. Começo a me debater como uma louca,a maca de metal range por causa dos meus movimentos desesperados para me liberar, tudo o que estava preso em minha garganta até agora explode e eu grito com todas as minhas forças.
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Filhos do deserto (insurgentes)
Science FictionBellatrix cresceu nas catacumbas,onde sobreviver é uma tarefa difícil.Desde criança Trix sempre foi uma garota esperta e descobriu muito jovem a regra mais importante nesse mundo.Quem sobrevive não é o mais forte ou o mais inteligente e sim quem se...