* Sem moradia *

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O médico veio até nós em um curto prazo.


- Esther?

- Eu? - Ela se levantou imediatamente, desesperada.

- Acalme-se. A paciente Alice quer ver a senhorita. Você pode me acompanhar?

- Claro!


Eu me levantei também, extremamente tonto.



Ela estava eufórica de mais para perceber que eu estava me apoiando nas paredes para andar.




O médico abriu a porta e caminhou para o fim do pequeno corredor.

- Alice! Como você está? - Ela se sentou correndo na cama, passando as suas mãos no rosto de Alice.

- Estou bem. - Sua voz estava monótona e fina.



Eu senti uma dor no peito, então caminhei até uma poltrona ao lado da cama, me sentando devagar.


Esther me olhou com um olhar diferente, como se eu fosse um tipo de deus ou Rei.

- Você deveria agradecer ele. Foi ele quem doou sangue para você ficar bem, minha princesa. - Ela segurou as mãozinhas da Alice.

- Obrigada, tio.

- Não foi nada, princesa das neves. Eu amo você, pequena. - Minha voz falhou um pouco, dedurando para Esther que eu não estava bem.


- Você está passando mal? Quer que eu chame um médico?


Eu tinha que contar a verdade. Eu não podia deixar ela sem saber o que estava acontecendo. Mas me faltava coragem.

Me faltava bravura para isso . E fazendo isso, eu tenho de deixar ela ainda pior. Mas não há nada que eu possa fazer para evitar que ela descubra sozinha.


- Não. - Minha resposta foi curta e seca.




Uma hora ou outra eu falaria. Talvez mais tarde, ou outro dia.


Eu não prestei atenção na conversa das duas, tentando me decidir quando contar a verdade.


Eu decidi que não poderia ficar sozinho com o meu pai doente, então eu tentaria aguentar a dor que irradiava o meu corpo. Mas, se eu não consiguesse ou ficasse pior, eu iria contar.



Já eram por volta das meia-noite e meia quando eu não conseguia mais aguentar. Doía muito.

Mas não doía só fisicamente. Aquela árdua angústia no meu coração parecia explodir.



Tentei ignorar ela, pois não queria acabar com o sorriso de Esther. Ela também merecia ser feliz.




Às vezes, a felicidade escolhia vidas específicas nas quais iriam atuar. E as outras? As outras que se dane. Era algo injusto.


A minha felicidade foi adulterada a minha vida inteira, e, quando ela finalmente se torna conviniente, a morte decide bater na porta para ter certeza de que a injustiça pervalecerá diante da minha vida.

Esther havia feito Alice dormir. Ela estava sentada na cama ao lado dela.



Eu respirei fundo, e senti uma dor horrível. Criando coragem, tentei falar duas vezes, mas só consegui na terceira.

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