• Segura e Protegida

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Eu estava criando um trauma de sair de Seatlle, toda vez que eu viajava acontecia algo ruim em casa, estava no avião a caminho de volta e minha mente só pensava em Maya, em como ela se recusava a falar com qualquer pessoa no telefone, se recusava a sair do hospital.

Teddy me mandou uma mensagem assim que a cirurgia acabou, que ele estava vivo mas que eu deveria chegar lá o mais rápido possível, nós médicos sabíamos o que isso significava. Que ele estava vivo mas não por muito tempo.

Já era quase de manhã quando eu cheguei no Grey Sloan, corri pelos corredores do hospital, com urgência. Ao dobrar a esquina, me deparei com a Maya sentada em uma cadeira, olhos perdidos no vazio, seus olhos estavam fundos e sem vida e sua roupa estava coberta de sangue já seco.

—Maya? —  chamei ela preocupada.

— Carina — ela disse erguendo o olhar.

—Sinto muito meu amor, eu sinto muito— Murmurei, me ajoelhando na sua frente, e envolvendo ela num abraço — Como ele tá? Você já viu ele?

— Não, não quero ver ele assim, eu não consigo ver ele assim — ela respirou fundo.

— Você não precisa se não quiser tá bom? — olhei pra ela — Mas pensa bem

— Eu não quero — ela disse com os olhos enchendo de lágrimas.

— Tudo bem, mas caso quiser mudar de ideia eu vou estar lá com você.

Maya assentiu com a cabeça, como se as palavras fossem insuficientes para expressar a profundidade de sua dor.

— Eu tô aqui agora, eu tô aqui com você — falei segurando sua mão e beijando cada um dos seus dedos.

— Eu só queria que ele estivesse bem. Não sei como isso aconteceu. — Ela disse deixando lágrimas quentes e pesadas escorrerem pelo seu rosto.

—Vai ficar tudo bem, bella. Precisamos acreditar nisso. — Sussurrei, tentando fazer com que ela se acalmasse. 

—Eu o vi caindo, Carina, ele estava abraçado comigo e eu pude sentir o impacto foram três tiros. Como isso pode acontecer? — A voz de Maya quebrou, e eu a abracei mais forte, tentando pegar um pouco da sua dor para mim.

 Como isso pode acontecer? — A voz de Maya quebrou, e eu a abracei mais forte, tentando pegar um pouco da sua dor para mim

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— Bella? — segurei seu rosto atraindo sua atenção para mim — Vem deitar um pouquinho? Comigo?

— Não quero ir pra casa — ela respondeu rápido.

— Não vamos, vai ser aqui no hospital — eu falei e ela me olhou confusa. — A Amélia vai levar a gente pra uma sala de descanso dos médicos

Ela assentiu com a cabeça e logo Amélia chegou, ela seguiu com a gente até uma sala num corredor tirando a chave da porta e entregando na minha mão.

— Qualquer coisa gritem tá? Eu vou estar por aqui — ela falou segurando a minha mão.

Agradeci enquanto entrava para o quarto trancando a porta, Maya estava parada olhando pro nada e guiei ela até o banheiro.

— Vem, vamos tomar um banho quentinho juntinhas.

Maya assentiu, seus olhos vagando em uma tristeza profunda, liguei e chuveiro tirando a minha roupa e com cuidado, ajudei Maya a se despir. Entrei no chuveiro trazendo ela para perto de mim, que deitou a cabeça no meu ombro enquanto a água escorria sobre nós e engoliu um soluço.

—Estou aqui, Maya. Você não está sozinha.— Murmurei, beijando a testa dela.

Coloquei shampoo no seu cabelo, esfreguei de leve e dei um sorriso fraco ao ver ela fechar os olhos com a massagem. Ao enxaguar seu cabelo, o sangue misturado com a água desaparecia pelo ralo, como se estivesse lavando não apenas seu corpo, mas também as marcas invisíveis deixadas pela tragédia.

Depois do banho, envolvi Maya em uma toalha macia e procurei uma escova nas coisas que amelia tinha trazido e penteei delicadamente os fios loiros, seus olhos encontraram os meus e ela disse num sussurro.

— Obrigada por estar aqui, eu te amo tanto.

— Sempre, bella — sorri — Vamos para a cama agora

Ela tirou a toalha que estava enrolada no seu corpo e deitou praticamente em cima de mim, abracei seu corpo nos cobrindo com o edredom enquanto ela escondia o rosto no meu corpo.

— Deu certo teste? — ela perguntou após alguns minutos de silêncio

— Deu sim, eu passei — falei enquanto fazia um cafuné na cabeça dela

— Sabia que você ia passar — ela falou baixinho — Você é incrível

— Você sempre aumentando a minha  autoestima — falei

— Eu te amo — ela falou

— Eu também te amo muito

— Nem sei o que eu faria sem você agora, eu só tinha vontade de fugir, de correr e fingir que nada disso aconteceu. Mas com você aqui perto eu me sinto segura, me sinto protegida — ela disse deixando mais lágrimas escorrerem pelo seu rosto e eu selei nossos lábios.

Ficamos mais alguns minutos em silêncio e percebi que a respiração dela ficou mais pesada e sabia que ela tinha dormido. Eu estava quase cochilando também quando a tela do meu celular acendeu e vi o nome do Andrea em ligação, eu suspirei fechando os olhos me negando a atender a chamada porque a sensação que passou pelo meu corpo nesse momento já me indicava o que ele iria dizer.

Assim que a ligação caiu eu entrei na conversa dele que estava digitando.

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