O vento frio da noite bagunçava o cabelo de Chuuya Nakahara enquanto ele aguardava Dazai na frente da delegacia.
Aquela estava longe de ser a primeira vez que Dazai era preso, assim como não era novidade ser Chuuya a pagar sua fiança. Mas algo estava diferente naquela noite.
Era véspera de Natal.
Tudo ao redor indicava a data: desde o pisca-pisca colorido que decorava a entrada, os bonecos de neve dispostos ao lado da porta até o homem fantasiado de Papai Noel na calçada acenando para os pedestres. Sem dúvidas, era uma decoração que destoava do propósito daquele lugar.
No entanto, o pequeno edifício estava tão vazio que Chuuya não se surpreenderia que Dazai fosse o único infrator ali dentro.
— Ei — chamou uma policial, abrindo a porta com o pé. Ela segurava uma caneca com as duas mãos para se aquecer. — Está congelando aí fora. Não quer aguardar aqui dentro? — Ela deu um gole na bebida. — Tem chocolate quente.
Chuuya estava vestindo uma jaqueta de couro grossa e um cachecol de lã cobria seu pescoço, mas nem isso era capaz de protegê-lo do vento cortante. Seu cabelo ruivo estava com pequenos flocos de neve entremeados nos fios e suas bochechas avermelhadas.
Ele se forçou a sorrir por educação e negou com a cabeça.
— Vou esperar aqui mesmo — ele respondeu. Uma nuvem de fumaça branca saiu de seus lábios. — Estou acostumado com o frio.
A mulher apenas arqueou uma sobrancelha, como se questionasse a sanidade do rapaz de preferir estar ali, apoiado na lataria de um carro na neve, do que em um ambiente aquecido. Ela apontou para o veículo com a cabeça.
— E seu carro? Por que não espera dentro dele?
Chuuya suspirou. Tudo que ele mais queria era estar ali dentro, aquecido e confortável, protegido não apenas do frio como também de pessoas tagarelas.
Mas ele não poderia esperar dentro do carro por um simples motivo: o rádio deu pane e ficou travado em uma estação que só estava tocando músicas natalinas.
Sem parar.
Há cinco horas.
O equipamento estragou enquanto ele dirigia para casa depois de comprar chocolates e recebeu uma ligação. Mal precisou olhar o número para identificar de onde vinha e de quem era.
— Que merda você fez dessa vez? — Chuuya perguntou, o desdém evidente em sua voz.
Ninguém respondeu, mas Chuuya sabia que Dazai estava ali porque conseguia ouvir sua respiração do outro lado da chamada. Ele estava prestes a perguntar o que estava acontecendo quando Dazai falou:
— Você pode vir me buscar?
Chuuya o xingou de todas as ofensas que conhecia e desligou o telefone. Em seguida, ligou o carro novamente, pegou o primeiro retorno e dirigiu em direção à delegacia, que ficava há algumas horas de distância.
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Midnight Memories - uma fanfic soukoku de Natal
Fanfiction"- Meu Deus, há quantos anos não como esses doces! - Ele abriu a embalagem como se aquilo fosse um tesouro e colocou uma das trufas na boca, fechando os olhos conforme mastigava com evidente prazer. - Não sabia que você também gostava deles. - Eu nã...