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Dez anos depois

— Anda logo Hoseok, levanta essa bunda magra dessa cadeira e vai tomar um banho, coloca uma roupa bonita para ficar mais gostoso do que já é. Não aceito você ficar enfurnado dentro de casa em uma sexta-feira à noite. — Disse Seokjin voltando da cozinha do apartamento de Hoseok com uma embalagem lustrosa em mãos. — Você precisa foder muito essa noite.

— Seokjin pelo amor de Deus, não fala essas coisas na frente da minha filha. — Hoseok disse olhando para a pequena. Sana estava deitadinha no sofá de estofado claro enquanto assistia ao filme da pequena sereia que passava na televisão. Seus pequenos olhos chegavam a brilhar.

— Hoseok, a Sana nem tá prestando atenção na nossa conversa.

— Quê papai? — A pequena Jung perguntou olhando para os dois adultos assim que ouviu seu nome ser proferido.

— Nada meu lírio. — Hoseok se levantou e seguiu até onde a filha estava deitada, pegou a garotinha no colo ao dizer: — Vamos escolher sua roupinha e os brinquedos que você vai levar para casa da vovó?

— Papai, Sana quer o pijama de coraçãozinho assim como o sorriso do papai. — Ela dizia cada palavra colocando os dois dedinhos indicadores em cada covinha que se formava no rosto de Hoseok conforme ele sorria.

— Claro meu lírio, o papai vai tomar um rápido banho enquanto você faz a sua malinha, pode ser?

— Pode papai, quero brincar muito com a minha vovó e o meu vovô.

Sana sorria alegremente enquanto saltitava apressadamente em direção ao seu quarto, a pequena Jung amava dormir na casa dos pais de Hoseok, para ela era uma das sete maravilhas do mundo. Enquanto isso, o pai babão chamado Hoseok observava com um sorriso todo bobo a filha animada para algo tão simples.

Hoseok se virou para o amigo notando o Kim agora quase deitado no sofá espaçoso de seu apartamento.

— Quem te deu autorização para entrar no meu apartamento e invadir a minha cozinha desse jeito e ainda falar palavras impróprias perto da minha filha? — Perguntou ao Kim que agora tinha a sua atenção totalmente voltada ao celular mexendo em suas redes sociais.

— Você mesmo querido, quando me deu a chave do seu apartamento. — Respondeu, retirando de dentro da embalagem ao seu lado um salgadinho e o levando a boca em seguida. — E você não me respondeu, posso confirmar com o meu amigo? Não precisam transar sabe, basta somente um boquete.

Hoseok fez uma careta, revirando os olhos em seguida.

— Pelo amor de Deus Jin, tem uma criança em casa.

— Que por acaso está no quarto dela. — Jin piscou, sorrindo. — Então?

Hoseok suspirou fundo, sabia que estava solteiro a dois anos, desde quando a mãe de Sana simplesmente abandonou marido e filha porque simplesmente cansou de brincar de casinha. Foi um período bem difícil na vida do Jung, principalmente para explicar para a pequena Sana — na época com quatro anos de idade — que a mãe não queria mais pertencer a vida deles.

Hoseok amava sua filha mais do que tudo nessa vida, era a sua maior preciosidade, a sua felicidade e o seu bem mais precioso. Mesmo que Sana não fosse sua filha de sangue, afinal, o casal não tiveram filhos legítimos, infelizmente Yeri era infertil, por isso a ideia de adotarem uma criança não demorou a vir. Portanto, foi um momento tremendamente difícil, não sabia como a pequena Sana reagiria quando fosse mais velha, como ela lidaria quando compreendesse melhor que passou por dois abandonos. Mas Hoseok a amava, era sua filha e sabia que, sabia que nunca, jamais, abandonaria a sua filha.

(re)significar | sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora