A Realeza

Restarting

Já era noite. Os médicos haviam conseguido reanimar minha mãe mas ela ainda não havia acordado. Eu, meus irmãos e meu pai estávamos no quarto junto com ela.

Quando sai para pedir a uma criada que trouxesse algo para comermos percebi que nem todos os Selecionados haviam ido embora quando avisamos que minha mãe já não corria mais risco. Kile, Hale, Henri e Erik ainda estavam sentados na entrada da ala hospitalar. Quando cheguei à porta eles me receberam com cara de preocupados mas foi Kile quem falou primeiro.

-Eady? Está tudo bem? -Ele me abraçou.

-Na medida do possível sim, obrigada. -Dei um sorriso triste, que ele retribuiu, e me soltei do abraço.

-A rainha já acordou? -Perguntou Hale.

-Não...ainda não, mas esperamos que não demore muito. -respondi olhando para o teto esperando não chorar.

-Com certeza...espero que tudo fique bem logo. -Ele veio até mim e me abraçou de um jeito terno, fez uma breve reverência e saiu.

Henri então começou a falar com Erik, que logo se virou para mim e traduziu o que Henri o dissera.

-Henri disse que se a Vossa Alteza quiser cozinhar para distrair a cabeça um pouco ele estará somente esperando que o peça, estará ao seu dispor.

-Eu agradeço mas vou ficar aqui e esperar a rainha acordar, mas te avisarei assim que estiver disposta. -sorri enquanto Erik transmitia minhas palavras à Henri.

-Tudo bem. Boa noite. -disse Henri com seu sotaque engraçado.

-Boa noite.

Quando estávamos finalmente sozinhos, Kile me olhou, mas não do jeito normal, eu sentia que ele me enxergava por dentro. Ele sabia o que eu estava sentindo, sabia que era muito difícil pra mim, então ele me acolheu em seus braços. Naquele momento, foi a melhor sensação do mundo. Eu me sentia protegida e com cada vez mais força para passar por isso. Não falamos sequer uma palavra por minutos, até que ele se afastou um pouco e me olhou. Mas era um olhar que envolvia compaixão e amor, eu nunca tinha visto nada igual, nada tão confortante.

Ele diminuiu a distância, que já era pequena, entre nossas bocas e me beijou. Um beijo terno e sensato. Depois de nos separarmos novamente ele assentou em um dos bancos e fez um gesto para que eu me sentasse ao seu lado.

Eu estava tão cansada que acabei adormecendo encostada no ombro de Kile com seus braços sobre mim.