Nota:
Essa história terá ao menos 3 capítulos, mas não posso garantir a periodicidade. Espero que gostem!!
CAPÍTULO 1
DESEJO DE NATAL
Essa é a pior, PIOR, véspera de Natal da minha vida! O pior DIA da minha vida! Um daqueles dias que dá vontade de largar tudo e fugir, começar do zero em outro lugar, mas é claro que eu não posso fazer isso, mesmo que nunca mais consiga sair de casa, ou falar com o Adrien de novo.
Cada vez que o telefone toca corro pra ver se é ele, e só por isso não desliguei ainda, porque não aguento mais os engraçadinhos enchendo meu saco, como se nunca tivessem pensado besteira na vida.
Adrien não me respondeu depois daquilo, mas vi Natalie em vários canais, dizendo que ele não daria declarações. Claro que não daria uma declaração, o que ele poderia dizer quando nem atende minhas ligações? Que verdade ele poderia dizer se nem me deixa explicar?
"tenho certeza que tudo vai ficar bem" — Alya responde à minha milésima queixa — "dá um tempo pra ele, vc sabe que o Adrien não é impulsivo"
"tem certeza que não quer vir pra festa? estão todos aqui"
Não, com certeza eu não quero passar o Natal com todos nossos amigos, quando eu deveria estar em uma festa com ele. Tenho certeza que Rose seria super compreensiva, Alya tentaria me animar, e a Juleika me abraçaria tão forte que eu não conseguiria respirar até parar de chorar.
Não quero ser consolada, quero ficar na cama e esquecer que eu existo. Quero que esqueçam que eu existo. Quero o miraculous do coelho para voltar no tempo e arrumar tudo. Mas o que eu mais quero é que Adrien me responda, que me deixe explicar.
Mas Adrien não responde, e algo ainda pior acontece: ouço um baque na minha sacada.
Sei que som é esse, algo que escuto desde a adolescência, e que antes me trazia conforto. Agora o som me deixa angustiada. Não quero ele aqui, não quero conversar com ChatNoir, não quero me explicar, pedir desculpas, mesmo que ele mereça isso.
A casa está escura e silenciosa, ele deve ir embora logo. Tem que ir embora logo. Antes que alguém veja, antes que as coisas fiquem ainda piores.
Mas ele não vai, continua na sacada, tamborilando as unhas no vidro em vez de bater ou me chamar.
E se alguém tirar uma foto? Primeiro o fiasco do dia, se ele for visto na minha casa... com certeza Adrien nunca mais vai falar comigo.
Pego meu celular e digito uma mensagem, segundos depois ouço o bipe do outro lado do vidro.
"não"
"não vou embora sem falar com você"
Minha vontade é jogar o celular na janela, torcendo para o vidro quebrar e o celular acertar sua cabeça oca. Ele não percebe o quanto está fodendo minha vida só por estar na sacada?
"vai embora, por favor" — respondo — "podemos conversar amanhã. Prometo que vou te compensar, mas ninguém pode te ver ai"
"ninguém vai me ver aqui se me deixar entrar" — posso até imaginar o sorrisinho presunçoso, o que me deixa ainda mais desesperada. Tão desesperada que enfio a cabeça no travesseiro para gritar, tentando em vão aliviar a frustração. Não funciona, obviamente.
"o que foi isso?"
Será que ChatNoir é tão tapado assim que não percebe a deixa para ir embora?
"cai fora Chat", "por favor", "hoje o dia foi péssimo".
Nada de mensagem, sua sombra simplesmente se afasta da janela e some na noite.
— obrigada — sussurro sozinha no escuro, mas não agradeço a ele, não quero continuar conversando, porque se fizer isso com certeza vamos falar sobre a tarde, e não quero pensar nisso agora, quero apenas esquecer e tentar dormir para que esse dia acabe de uma vez.
O sono não vem, por mais que eu queira, por mais que precise que essa tortura termine logo. Não estou dormindo, mas tenho certeza que estou sonhando quando sinto o peso conhecido na cama. Fico alerta na hora, ciente de sua presença, ansiosa por poder me explicar, por tê-lo falando comigo novamente.
Adrien engatinha para mim, me prendendo entre seus braços, e a intimidade do gesto me faz relaxar pela primeira vez no dia.
— finalmente você veio — sussurro, contendo as lágrimas e abraço seu pescoço.
— você disse que não queria que me vissem, então entrei sem ser notado.
Minhas mãos sentem o couro enquanto reconheço sua voz.
Errado! Muito errado! Totalmente errado!
Abafo meu próprio grito com as mãos, porque talvez eu acorde todos os vizinhos se não me controlar.
Ele apenas me olha e sorri, nada reconfortante, apenas um gato estudando sua presa. Empurro ChatNoir o mais forte que consigo, e tento me afastar, acendendo a luz do abajur com tanta pressa que por um momento me convenço que ele sumirá com a escuridão. Mas não some, apenas fica ali, me olhando, com aquele sorriso horrível nos lábios vermelhos .
— ótimo, também prefiro um pouco de luz, prefiro olhar o que estamos fazendo.
ChatNoir está na minha cama! ChatNoir está na minha cama!! ChatNoir está na minha cama!!!
— PORQUE VOCÊ ESTÁ NA MINHA CAMA? — não consigo nem olhar para ele depois dessa tarde, e ChatNoir acha normal simplesmente aparecer aqui?
— como assim? — ele ri — tenho certeza que não entendi errado o recado de hoje cedo, então vim dar o que você desejou ganhar de natal.
Cubro o rosto com as mãos, tentando me impedir de lembrar aquela desgraça, e sendo totalmente ineficiente.
— não... isso... — sua mão sobe minha, perna, avançando sob a camisa de dormir, a camisa de Adrien — NÃO! Não é isso o que eu quero!
Ele não pode acreditar que... não pode achar que o que eu desejo é...
ChatNoir se ajoelha, prendendo minhas pernas entre seus joelhos, e me encara. Tento soltar as pernas, me esforçando para sustentar seu olhar impaciente, ressentido, e o pior de tudo, sem dúvida excitado.
— o que você quer então? que eu te leve para jantar antes? Talvez um cinema? Não será estranho andar por aí com um cara de máscara? — seu sarcasmo me diz o quanto está magoado, e não tem nada a ver com minha recusa — Ainda mais quando você está noiva do segundo cara mais famoso do país?
— não Chat, eu não quero nada disso — sussurro, rosno, ou grito, não sei ao certo, porque o mundo está desabando, e eu só quero me afastar disso tudo — só quero que sejamos amigos de novo. Do tipo normal de amigos.
— você quer ser SÓ minha amiga, Princesa? Depois de me deixar pelado em frente a cidade inteira? em todos os canais, no horário nobre?
— eu não te deixei...
— você fez um desejo, e eu quem tive que lidar com isso, lutar contra o Papai Noel sem nada, Marinette, nem o meu bastão. Então não vem dizer que quer ser só minha amiga, porque Paris inteira sabe o que você desejou ganhar de natal.
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Contos de Natal
ФанфикCompilado de historias Natalinas de Miraculous! AVISO! Conteúdo Adulto! Pode conter gatinhos, quer dizer, gatilhos XD