O dia estava claro, com pássaros cantando alto pelas ruas; as árvores de cerejeira estavam completamente rosadas pela presença da primavera; e algumas crianças já estavam correndo pelos parques, aproveitando o final do ano letivo japonês.
Yuji Itadori não era uma dessas crianças.
Infelizmente, para o jovem, a fase boa da vida, onde não precisava se preocupar com nada (além de que jogo iria pedir pra seu irmão deixar ele jogar no PlayStation 2) havia passado e agora, como um estudante universitário decente, ele tinha contas pra pagar, notas pra se preocupar e horas complementares para cumprir.
Itadori suspirou cansado, observando o lado de fora da janela - onde alguns de seus colegas passavam rindo por já terem terminado suas provas e apresentações de trabalhos -, ele, porém, ainda tinha que terminar uma última apresentação de projeto antes de poder ir para casa retocar a tinta de seu cabelo.
O jovem de cabelo cor de rosa e olhos mel fazia parte dos estudantes de enfermagem e, no atual momento, estava sentado em uma das cadeiras almofadadas no fundo do anfiteatro da faculdade enquanto esperava pela sua vez de apresentar seu projeto de Toxicologia.
No início do semestre, quando seu professor avisou que não gostava de aplicar provas (por achar que elas não mediam o conhecimento de seus alunos, apenas a capacidade dos mesmos de decorar matérias) e preferia passar projetos para serem apresentados, Yuji apenas suspirou sonhador e anexou aquilo aos tópicos de motivos pelos quais Gojo Satoru era íncrivel.
Satoru Gojo era um dos professores da universidade. Ele lecionava Bioquímica Estrutural, Bioquímica Metabólica e Toxicologia, e era conhecido nacionalmente pelos artigos científicos que escrevia, além de ser uma referência brutal quando se tratava do seu campo de estudo, mas, sendo sincero?
Entre os outro professores, o homem era apenas conhecido por ser um pé no saco. Um tremendo idiota que fazia brincadeiras em momentos inconvenientes e agitaria as confraternizações de final de ano ao ponto que fazer Nanami Kento e Utahime Iori cogitarem pedir demissão.
E, entre os alunos, a grande lista de qualidades acadêmicas do homem sempre ficava em segundo plano, pois o que importava de verdade era que o homem de cabelos brancos e olhos azuis era um tremendo de um gostoso.
Yuji claramente estava incluso dentro desse grupo de alunos.
Dentro da cabeça de fios cor de rosa já estava escrito em pedra itens de uma lista com "motivos pelos quais Gojo Satoru era íncrivel" ou, para entendedores mais mais ágeis: motivos pelos quais eu totalmente beijaria Gojo Satoru.
O primeiro, claro, era porque Gojo era muito bonito. Com olhos profundos e lábios totalmente beijáveis.
O segundo era o senso de humor que o professor tinha. Muitos podiam não gostar ou achar infantil, mas Yuji não podia deixar de ver o quão divertido o homem era; principalmente quando, durante uma das aulas do professor Nanami, Gojo conectou seu Youtube com o telão da sala de aula e eventualmente colocava "Hi Stranger" para passar. Yuji não lembrava de ter visto o professor loiro tão irritado antes (nem de ter que segurar o riso com tanta força quanto fez naquele dia).
O terceiro motivo era a voz do homem. Itadori sabia que podia ouvir horas e horas de podcast se fosse feito pelo professor, mesmo que durante as aulas essa mesma voz o fizesse se perder em pensamentos e acabasse o desfocando da matéria ensinada.
O quarto motivo era a atenção que Gojo dava aos seus alunos. Mesmo quando Yuji não entendia o que era explicado pela primeira ou segunda vez, o homem mais velho tinha toda a paciência para sentar ao seu lado durante os momentos de atividades individuais e responder as questões que Yuji não havia entendido.
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Final de Semestre
FanfictionEra final de semestre e Yuji tinha contas pra pagar, trabalhos pra apresentar e um professor bonito demais para poder se focar em todo o resto. Mas nada ia dar errado, certo?