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Harry
(O caçador)

Fuga

Trinta e dois passos para o elevador de serviço. Em uma planta baixa, essa distância parece curta e fácil. Na vida real, com um refém e enfermeiras gritando e policiais apontando armas para sua cabeça, cada passo pode muito bem ser um quilômetro.

— Nenhum de nós vai conseguir sair dessa com vida — diz Noura. — Eles vão atirar em mim para chegar até você, Harry. Você é um serial killer condenado. Não vai sair deste hospital.

Eu respiro seu perfume. Seu cheiro doce aumenta minha coragem e me liberta do sedativo, fazendo com que minha adrenalina bombeie com mais força.

— Eles não vão atirar em uma médica renomada. O Estado não quer esse processo.

Sua risada é vazia. — Então você me usou. Esse era o plano. De alguma forma, percebeu que me trazer aqui seria sua melhor chance de escapar.

Eu a puxo para mais perto e nós avançamos mais um passo para trás.

— Esta é uma conversa para mais tarde.

— Styles. — O detetive Foster aponta sua arma para cima. — Estou baixando minha arma. — Ele levanta uma das mãos e se inclina para colocar a peça no chão. Então ordena que o outro oficial faça o mesmo. — Não vamos criar um caos aqui. Se você liberar o Dra. Noura, todos nós esqueceremos que isso aconteceu. Não é como se você pudesse ser condenado mais pesadamente do que já foi.

Eu sorrio. — Esse não é um argumento muito bom, detetive. — Sua testa franze quando ele percebe meu ponto.

— Mas você realmente não quer machucar sua médica, quer? Ela tem sido a única do seu lado.

Dou mais dois passos em direção ao elevador.

— Novamente, não é um bom argumento. Ela me deu de comida aos lobos. Ou você perdeu seu testemunho fascinante?

— Styles, não. Não dê mais um passo... — ele avisa. Ouço o tom elevado em sua voz; ele sabe que perdeu esta rodada. Puxo Noura em direção à parede, usando-a para proteger a nossa direita para que eu possa me concentrar nos policiais à nossa esquerda no corredor adjacente enquanto avançamos em direção à soleira do elevador.

— Aperte o botão, — digo a ela. Ela o faz, e quando as portas se abrem, eu a empurro para dentro. — Vejo você lá embaixo — digo a Foster antes que as portas se fechem. Aperto o botão do saguão e conto os segundos. Em dez, aperto o botão Pare. O elevador para.

— O que você está fazendo?

— Confie em mim. — eu digo, e oh, a bela aparência de puro ódio no rosto de Noura aquece meu sangue. Ela é de tirar o fôlego quando está com raiva.

— Não somos uma equipe, — ela resmunga. — Eu diagnostiquei você como delirante em tribunal aberto. Deus, eu estava certa.

— Eu sei. Foi brilhante, aliás. — Coloco a arma nas minhas costas e levanto uma parte do teto do elevador, deslizando-a para trás. — Você deveria se sentir orgulhosa disso, do jeito que insensivelmente levou o júri a me matar sem remorso. Eles têm que agradecer a você por não perder o sono por causa disso. Demorou menos de duas horas para me condenar.

Eu subo e me iço pelo teto.

— Eu não...

— Você fez. Pode parar de mentir. — Eu olho para ela. — Agora me de este elástico que está no seu pulso e seu brinco. — Estendo minha mão. Suas sobrancelhas se juntam em confusão. — Agora, Noura. Dê-me as malditas coisas que te pedi.

The Huntsman | H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora