capítulo ùnico ;

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Dezembro chegou e trouxe com ele o clima natalino, os piscas-piscas aos poucos começam a iluminar as noites escuras, as árvores começam a ser montadas e as guirlandas já decoravam as portas da vizinhança. O Natal sem dúvidas é um feriado familiar, uma noite especial onde as famílias se reúnem ignorando as diferenças, para trocarem presentes e celebrarem juntos de uma boa comida. E não podemos nos esquecer do grande símbolo do Natal e responsável pela animação das crianças para essa data, o Papai Noel.

Mihawk não veio de uma família muito tradicional, seus pais muitas vezes passavam o feriado viajando a trabalho e apenas mandavam a empregada o entregar seu presente de Natal. O pequeno Dracule havia se acostumado a ficar sozinho na imensa sala de jantar enquanto ouvia os risos das casas ao lado, se acostumou a abrir seu presente sozinho enquanto assistia filmes clássicos de natal onde as famílias se juntavam para abrir os presentes que o bom velhinho havia trago.
Lágrimas pesadas rolavam sobre o rostinho inexpressivo, a família para si era sinônimo de solidão e o natal uma data feita para esfregar em sua cara o quanto não era amado por sua família.

Agora não sendo mais uma criança, o Dracule teve o prazer de conhecer duas crianças que ressignificam todos os dias o significado de família para o mais velho. Tendo dois filhos maravilhosos, Mihawk tem a chance de consertar a infância daqueles anjinhos e curar sua criança interior que acreditava que nunca seria amada.
Ele não deixava passar nada, fazia do possível ao impossível para dar aos filhos o que eles merecem, desde a caça aos ovos com direito a um coelhinho de verdade, que virou o companheiro de Perona, ao passeio no parque para comemorar o dia da árvore. Mihawk é um excelente pai e isso fica claro apenas ao olhar para suas crianças, não é novidade que ele move montanhas para as proporcionar experiências incríveis mas quando se trata do natal as coisas ficavam um pouco mais intensas, talvez por suas memórias de infância ou por ter sido nessa época em que conheceu os filhos, Mihawk levava muito a sério aquele feriado.
A decoração natalina tirava a seriedade da arquitetura gótica daquela casa, a árvore de natal nada singela repleta de fotos dos filhos, as inúmeras receitas típicas do feriado e os piscas-piscas por todo lado, foram alguns sinais da importância que o feriado tinha para Mihawk.

Já seus filhos não demonstravam tal interesse, Zoro só queria saber das espadas que ganharia do bom velhinho e reclamar das luzinhas piscantes que irritavam seus olhos. Perona adorava a decoração, tendo em vista sua paixão por customização ela transformava todas as bolinhas simples em algo extraordinário na visão de seu pai. Porém odiava a ideia de espírito natalino, com críticas severas demais para alguém de sua idade, a rosada tinha Jack e Grinch como os verdadeiros ícones do Natal. Independente das diferenças a pequena família sempre se reunia e tirava esse tempo para passar juntos, aproveitando a companhia um do outro e agradecendo pelo verdadeiro presente que é ter pessoas com quem possa amar e ser amado.

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Akagami Shanks era o nome que vinha tirando a paz do tão tranquilo Mihawk, o novo vizinho que chegou com tudo e junto de seus dois filhos animou a vizinhança pacata, e o pobre Dracule deu o azar de ser o vizinho de lado daquela família.
Vamos lá, não é como se Mihawk não gostasse de crianças mas as da casa ao lado pareciam ser alguma espécie de criatura demoníaca. A mais velha que Mihawk descobriu se chamar Uta, adorava cantar e por mais que sua voz fosse realmente linda, os falsetes às seis da manhã tiravam qualquer um do sério. O mais novo se chama Luffy e é uma bolinha de energia sem fim, suas risadas extremamente animadas e as traquinagens que aprontava a cada segundo deixavam Mihawk espantado com o perigo que aquela criança corria diariamente.
Mas independente de tudo, Mihawk as adora, Luffy e Uta são crianças adoráveis e de energia contagiante, apenas crianças inocentes com um pai irresponsável.

E por falar no pai daqueles pestinhas, Mihawk o odiava, Shanks não parecia ter noção da sua idade avançada e se portava como um adolescente patético. Ele distribuía aqueles sorrisos enormes por aí, falava extremamente alto e nunca perdia a oportunidade de ser um canalha e flertar consigo.

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