Jimin era muito ocupado, do tipo homem sério com um trabalho de verdade. Ele passava mais tempo numa sala de cirurgia do que os outros Staff do seu departamento e, sendo sincero, não via problema nisso, afinal, estava no caminho pra se tornar o cirurgião chefe do departamento de Cardiologia e o percurso até aquela sala, porra, não seria fácil.
E foi desse jeito que acabou não indo aos três últimos natais, o que, sendo totalmente honesto, não via problema; afinal, eram budistas (ele sendo adapto a religião ou não), mas para sua mãe era um problema, porquê mesmo convertida, Eunji não abdicava do feriado cristão; era o desvio de caráter que seu pai amava na mulher.
Todavia, e entretanto o ponto aqui é que Jimin estava com vinte e oito anos e divorciado, um ômega divorciado, sendo especifico (a sociedade não estava evoluída tanto assim, pra que não se importassem) mas, continuando, sobre o ponto; seus pais, muito amorosos paizinhos, se preocupavam demais com a sua vida pessoal.
Ele sabia e entendia que a coisa piorou desde o lance com a sua síndrome de burnout, mas estava tudo bem agora, era um homem clinicamente medicado e vivendo como dava.
Mas, não pra eles. Seus pais precisavam vê-lo e Jimin já previa todos aqueles candidatos solteiros, naquela cidadezinha da qual saiu fugido aos dezoito; imaginava toda a cena, sua mãe pontuando todos às suas qualidades e os benefícios... caralho, Jimin suspirou, ao se esgotar.
— Deus – largou a folha de relatório sobre a mesa dos residentes, nem era o seu plantão e ele já estava se responsabilizando pelos antigos internos que, agora, faziam a passagem pra residência. — Eu preciso de um café – esfrega a têmpora, então levanta com a mão afundada no bolso do pijama azul, hospitalar.
Ele dá dois passos antes de sentir o famigerado formigamento no lado direito do pescoço. Seus olhos semicerram e os lábios crispam ao passo que seu nariz insiste em farejar o ar, e como se fosse uma maldita coisa de filme clichê de comédia, o ômega escuta o grito e o rosnado dramático.
"Você vai me matar"
Então o lobo dentro de si choraminga, mas Jimin ri do comportamento tolo do animal, ele caminha, divertido, até a sala que sabe que é a da ortopedia e entra sem aviso.
— Tá fazendo o que aqui em? – pergunta, ao passo que um interno arregala os olhos, agora, ainda mais assustado. Jimin olha pro Raio-X. É só um ossinho quebrado.
— Ele pode tá aqui?
— É o Staff do setor... senhor Jeon – o garotinho miúdo o responde com o nariz frisado, com as mãos trêmulas e os olhos arregalados... — Boa tarde Doutor Jeon.
— Pode ir, deixa que eu cuido dele – seus lábios deslizam até que se curvem num sorriso engraçado.
— Eu não quero, obrigado. Continue... qual o seu nome mesmo, amigo? Yoongi-nim? – Jungkook lê no crachá, acrescentando ao falar: — Eu vou ser atendido pelo excelentíssimo doutor Yoongi-nim – empina o nariz elegante, sorrindo pra Jimin com todos os dentes alinhados — Não é?
E o ômega se encosta, cruzando os braços. Bem humorado.
— Na verdade, é a minha primeira vez... colocando um osso no lugar, senhor.
— Sua primeira vez? – Jungkook franze o nariz, com medo — Yoongi-nim, com todo respeito, esse não é o tipo de coisa que você deva dizer a um paciente, vai por mim – ri, meio nervoso — Primeira, primeira?
— Não... – mente, olhando pros lados.
— Isso não é muito reconfortante, eu preciso muito das minhas mãos, Yoongi-nim – o garoto, porquê Jimin o acha quase um adolescente, se avermelha pela frase dita — As pessoas morreriam se eu não pudesse mais usá-las.
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Alfa de Natal
FanfictionAquele em que dois ex maridos (mas, ainda legalmente casados) fingem, por um bem maior, estarem juntos outra vez, na noite de Natal.