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Dia 3

06:00 AM

Já acordo com um pressentimento de que o dia vai ser estressante. Também com o pesadelo que tive ontem acho que não tem outro sentimento possível após acordar. Sonhei que estava na faculdade e um ex-colega de classe percebe que sou eu e o meu querido salvador e seu amigo passam nesse exato momento da conversa, eu tento disfarçar, mas eles acreditam rápido demais que sou eu e minhas amigas se viram contra mim me xingando de coisas que não consegui entender. Eu fiquei tão estressada que acordei no meio da noite, depois voltei a dormir e tive o velho sono sem sonhos.

Isso não me impediu de me sentir mal.

- Bom dia Gee-soon, tá tudo bem? - pergunta meu pai após me ver com cara de abatida.

- Bom dia pai. Não é nada, só tive um pesadelo.

- E sobre o que foi esse pesadelo?

- Transfobia.

- Aconteceu algo na escola? Devo ligar pra lá?

- Não, deve ser só a minha ansiedade.

- Quer que eu marque uma terapia?

- Ainda não, mas até o final do mês talvez eu peça ao senhor.

Durante a minha transição hormonal eu fui aconselhada pelo endócrino a fazer terapia com uma psicóloga e isso me ajudou muito no processo, além de me ajudar com outros problemas que eu tinha e não havia percebido, como medo de rejeição, autocontrole e organização. A minha terapeuta é boa no que faz.

Cheguei na faculdade e fui direto a sala de aula, as meninas chegaram depois de mim e nos juntamos para o projeto ecológico da primeira semana que adivinha? E em conjunto com o prédio vizinho.

O projeto era basicamente plantar mudas em uma reserva natural e se entrosar com o prédio vizinho ao seu que no nosso caso era o prédio de ciências exatas e estatísticas.
Hoje era o dia do nossos prédios e fomos até lá em ônibus fretados pela universidade.

Eu pedi ao universo que não nos fizesse encontrá-los só por hoje. Mas os professores dividiram as turmas de plantação em grupos de 5 com um orientador do clube de jardinagem ou de ecologia. Os dois mini queridos fizeram parte do nosso quinteto e da pra imaginar a minha cara né?

Não é possível...

- Olá meninas, parece que o destino nos juntou de novo. - disse Jo Wonho sorrindo.

Eu faço uma expressão que só meus pais conheceriam, meu rosto não é padrão então minhas expressões são confusas. A expressão que fiz foi um sorriso engessado com os olhos levemente apertados.

- Nós nem conseguimos saber seus nomes da última vez. - diz Jhona Pan olhando fixamente para mim.

Acho que ele reconheceu a expressão então mudei imediatamente.

- Verdade. - digo com um sorriso sem dentes - Prazer meu nome é Han Gee-Nom e essas são minhas amigas.

- Ko Eun-ji.

- Fu Hua.

- Eu sou Jhona Pan e esse é Jo Wonho.

- Tipo aquele idol coreano? - pergunta Eun-ji.

- Sim, temos até quase o mesmo porte físico. - Wonho responde.

Eu observo o corpo dele e vejo a semelhança, ele tá tão grande quanto o dito gostoso.

- Vocês tem Ka Talk? - pergunta Pan.

- Esqueci de carregar meu celular e não sei meu número de có, quem sabe depois. - respondo.

- Eu tenho!!! - grita Eun-ji enquanto Hua põe a mão nos ouvidos.

- Vocês não vão flertar né...? - pergunta Hua.

- Bom, depende. Pan responde enquanto Wonho ri.

Fu Hua passa o celular para Pan.

A Borboleta PúrpuraOnde histórias criam vida. Descubra agora