Capítulo 1 - Mimadinha de merd*

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Segunda-Feira, São Paulo - 03 de março de 2030, 08:00hrs

O Aeroporto Internacional de Guarulhos estava relativamente cheio, mesmo em um dia comum. Priscila caminhava ao lado da sua irmã mais velha pelo corredor de desembarque, após passar 3 meses com sua família em Belo Horizonte a ruiva estava de volta a solo paulista.

— Minhas costas estão me matando. – choramingou a ruiva.

— Você já viu como você se senta? – Amanda, sua irmã mais velha, lhe olhou com a sobrancelha arqueada. A ruiva crispou os lábios de forma sapeca e continuou a andar sem falar mais nada.

No saguão do aeroporto, os melhores amigos de Priscila a esperavam ansiosos, cheios de saudades da ruiva. Dentre eles estavam: Vanessa Lopes (Modelo), Pedro Argueles (fotógrafo) e Ve Collen (Modelo). Quando a ruiva finalmente chegou ao saguão, foi recebida por um abraço apertado em grupo dos seus melhores amigos, ah como ela sentiu falta daquilo... Sentia-se em casa mais uma vez.

— Meu Deus como eu senti sua falta. – Vanessa falou abraçando a maior e descansando a cabeça na curvatura do seu pescoço.

— Também senti sua falta Van. – A ruiva respondeu fechando os olhos e a apertando ainda mais em seus braços.

— Tá bom, chega chega! Eu quero ir pra casa e descansar, vocês terão todo tempo do mundo pra matar a saudades. – Amanda chegou após fazer o check in, enxotando os jovens.

03 de março de 2030, 15:05hrs

Já em seu apartamento, Priscila se espreguiçava após uma longa soneca, agora sentada em sua cama - a ruiva que tinha o costume de dormi apenas de calcinha - pescou uma camisa larga em cima da mesa de canto e a vestiu indo até a cozinha em seguida. Preparou um sanduíche, encheu um copo de café e sentou no sofá agarrando seu celular a ruiva passou a deslizar entre suas redes sociais, assistindo aos stories de seus amigos, interagindo no twitter e vendo vídeos no tiktok.

Uma mensagem surgiu na barra de notificação de um número desconhecido. A ruiva ergueu uma das sobrancelhas e entreabriu os lábios minimamente em confusão. Ninguém além das pessoas que ela conhecia tinha seu número, e todos que a mesma conhecia estavam com nomes salvos em seus contatos. Ao clicar na notificação sendo direcionada ao aplicativo, a ruiva deparou-se com as seguintes mensagens:

"Oi, Pri."
"Sinto sua falta"
"Você me bloqueou então tive que arrumar outro número"
"Por favor me liga, a gente precisa conversar, você tem que parar de fugir"
"Eu te amo, prica"

As engrenagens do seu cérebro começaram a girar fazendo seu coração acelerar, sua garganta secou, seu estômago revirou-se dentro de si e sua respiração começou pesar quando percebeu de quem se tratava as mensagens. Só uma pessoa lhe chamava de "Prica", e Priscila queria distância dela.

Sem pensar duas vezes a mulher bloqueou o número e apagou as mensagens sem responder, jogou o celular ao seu lado no sofá e suspirou cansada. Parecia um pesadelo sem fim, ter namorado Carolyna Borges foi seu pior erro, e ela pagava por ele a cada segundo da sua vida.

Terça-Feira, São Paulo - Universidade de São Paulo (USP), Campus de São Paulo - 04 de março de 2030 09:15AM.

Priscila caminhava ao lado da sua melhor amiga após sair da aula de "Desenvolvimento de coleção" - uma aula particularmente muito interessante para ruiva, visto que seu sonho é desenvolver sua própria coleção de jóias - estando no segundo semestre do curso de Designer de Moda, Priscila Caliari se via realizando seu primeiro sonho: Estudar em uma das melhores Universidades de São Paulo.

As duas amigas andavam descontraídas, comentando sobre os assuntos abordados na aula, Vanessa olhava orgulhosa e admirada para a melhor amiga que falava com tanta empolgação sobre seus projetos e ideias, mostrando seus desenhos enquanto iam direção ao refeitório da Universidade, quando papéis voaram para todos os lados.

Sem tempo para reagir, Vanessa só conseguiu assistir toda cena passando em câmera lenta bem a sua frente. Uma morena alta - mas não tão alta quanto sua melhor amiga - andava apressada quando esbarrou na ruiva fazendo todos os desenhos que a mesma, segurava e mostrava, voar e se espalhar por todo corredor, o mesmo que estava pouco movimentado.

As duas foram ao chão junto com os papéis, o esbarrão foi tão forte que as garotas se desequilibraram com o esbarrar e caíram de bunda no chão. A morena levantou apressada proferindo diversas desculpas enquanto recolhia o máximo de papéis que podia. Enquanto a ruiva fazia o mesmo, mas diferente da morena, ela não proferia desculpas e sim xingamentos, dezenas delas, alguns que Vanessa sequer sabia que existiam.

— Caralho, você não olha por onde anda não garota? Tá com o olho no cu? – Foi a primeira coisa que a morena ouviu quando fora devolver todos os papéis recolhidos.

— Oi? – indagou desacreditada.

— Além de cega é surda, era só o que faltava. – Com as sobrancelhas franzidas a morena abriu e fechou a boca algumas vezes ainda tentando assimilar o que ouvira. – Vai ficar aí parada me olhando igual uma pateta ou vai sair da frente?

A morena balançou a cabeça levemente de um lado para o outro, organizando seus pensamentos e disse uma única frase — Vai se foder!

A morena então saiu andando a passos largos para o mais longe possível da ruiva - que em sua cabeça chamou carinhosamente de demônio - deixando-a ainda mais indignada.

— Você viu isso? – olhou agora em direção a melhor amiga com uma expressão de pura indignação. – Que garota petulante e... e... argh.

— Eu tô tentando entender TUDO que aconteceu ainda, me dá um tempo pra digerir. – respondeu a amiga olhando para onde a morena fora, mesmo não a vendo mais.

— Aquela mimadinha de merda, argh! – sem dizer mais nada, Priscila voltou a andar em passos pesados para o refeitório, deixando sua amiga para trás sem entender nada.


*Notas da autora*

Hello Docinhos!

Eu espero que vocês estejam curtindo a estória, quero dizer que embora eu revise, as vezes ainda tem alguns errinhos de digitação e peço perdão por isso.

Queria ressaltar algumas coisas aqui com vocês.

1º Essa é uma história TOTALMENTE fictícia, nada retratado aqui condiz com a realidade.

2º Por ser uma história fictícia, MUITA coisa é desenvolvida e criada da minha cabecinha (que diga-se de passagem não bate bem), incluindo descrição de lugares. A estória se passa em São Paulo, e mesmo que esteja usando alguns lugares como referência, não estranhem se a descrição deles não bater com a realidade, é TUDO fictício.

3º Como vocês bem sabem, essa estória se passa em dois séculos diferentes, então se atentem as datas e horários descritos.

No mais é isso, qualquer dúvida estou bem aqui 😉.

Me sigam no X (@stxrlling), estarei criando um grupo para informar vocês de atualizações, para interagirmos e por vezes dar alguns spoilers.

Um beijo na boca de todes e até a próxima att (que talvez aconteça mais rápido do que vocês imaginam.)

Minha doce garotaOnde histórias criam vida. Descubra agora