Despertar Eterno: A Última dança com a Eternidade.

{A Última Dança}

Ainda lembro do momento antes de seu falecimento, dançávamos ao som da orquestra mais famosa da cidade, era somente eu e você. Me segurava, guiava e quando eu pisava em seu pé, ria, fazendo tudo ficar leve, como o nosso amor.

A noite parecia sussurrar em nossos ouvidos, nos dizendo que aquele momento seria especial em nossas vidas. Mas o que ela não nos disse era que seria o último.

Ainda no salão, pessoas agitavam-se cada vez mais com seus parceiros. Bebidas e um incrível coquetel eram servidos à todos daquele lugar. Meus olhos rondavam o local, parecia que eu procurava alguém, mas não, queria guardar cada detalhe em minha cabeça, parecia até que eu estava adivinhando algo.

Um olhar esverdeado me fez estremecer, meu ex estava presente na festa. Ele era um garçom. Tentei ignorar ao máximo aquele fato e as lembranças que começaram a vir a minha mente.

Quando a melodia parou e nossos pés cansaram, você se dispôs a ir buscar aperitivos para nós. Eu o vi sair, com seu jeito cativante e educado, cumprimentando todos a quem passava, tão cavalheiro.

Segundos se transformaram em minutos e eu já estava começando a ficar preocupada. Pessoas passavam me perguntando onde estava meu parceiro, repondia-lhes que o mesmo já estava voltando. Mas nada de ele chegar.

Levantei-me da minha mesa e logo dei de cara com um semblante assustado, meu antigo namorado parecia andar depressa e com medo de algo. Ele nunca foi de ficar assim, então eu sabia naquele momento que havia algo de errado.

A sala de jantar estava repleta de pessoas apreciando-se das comidas e conversando sem parar, cheguei demonstrando naturalidade, mesmo que fosse difícil. Havia ao lado uma porta que levava à um quarto, foi quando eu abri a porta e vi aquela cena.

Vi você esticado ao chão. Seu corpo, cheio de facadas e sangrando, me fez entrar em desespero.

Comecei a ficar sem ar, não sabia se gritava ou se chorava, acabou que um forte grito saiu da minha boca seguido de lágrimas descendo por meu rosto, eu enfraqueci de repente e caí de joelhos na frente daquela cena horripilante. Rapidamente alguns curiosos vieram ver o motivo do meu vociferar, a maioria ficou espantado, teve uns que correram e outros que ficaram ali, paralisados, igual a mim, eu estava sem reação.

Ligaram para a polícia que chegou após uns dez minutos, nesse tempo tentaram me levantar, mas eu permaneci, estava tão triste que poderiam me enterrar junto ao seu corpo. As autoridades chegaram e logo me retiraram a força. Eu clamava para que aquilo fosse um pesadelo, mas só enxerguei que era verdade quando vi você sendo enterrado.