Absorvendo

9 1 0
                                    

Joguei minha mochila no chão e meu corpo no sofá. Fechei os olhos e suspirei cansado. Alguns minutos se passaram e eu me mantive morto no sofá da sala de estar. A casa continuou silenciosa até o momento que ouço um som vindo da minha bolsa.

— ... Ah! Eu não fechei ela de novo. — Falei indignado por ter andando 2 km com a mochila aberta.

Uma caixa estranha e pequena estava no fundo da bolsa, o que era estranho. Não me recordei de nenhum momento onde alguém me deu algo na faculdade. Me sentei no sofá e peguei a caixa em minhas mãos para senti-la melhor.

Parecia ser delicada pelo tanto de detalhes que havia nas laterais dela. Ao abrir encontro um colar com uma aranha amarela como pingente, tomei um susto e deixei a caixinha cair no chão. Sentir uma leve dor no peito, pois a caixinha era bonita e eu não queria estraga-la.

Olhei o objeto para abrir e um ser estranho, parecido com uma aranha, sai do colar. De repente, uma energia estranha percorre meu corpo. Era como se algo dentro de mim estivesse prestes a se libertar. Sentia a pulsação, quase como um chamado. Minha mão ergueu em direção aquele estranho colar, uma sensação completamente nova, enquanto o aquela pequena aranha se mantinha embolado no ar inofensiva.

Não havia tempo para questionar, simplesmente toquei aquele colar. A sensação de hipersensibilidade e liberdade mescladas me inundavam enquanto o colar se prendia ao meu pescoço, quase como uma gargantilha. Se eu não sentisse uma tranquilidade nesse momento, poderia jurar que estariam tentando me enforcar.

O ser estranho de 8 patas, que até agora estava abraçando suas próprias pernas em minha frente, despertou e me encarou. Não consegui ouvir o que ele tinha a dizer, pois algo o sugou para dentro do colar antes que ele pudesse falar.

Aquilo era estranho, como se meu corpo mudasse em milésimos. Um uniforme verde-água, linhas que se assemelhavam a teias de aranha entrelaçadas pelo traje. Meus olhos dourados ficaram mais intensos e acompanhava a mudança. Era bizarro, mas excitante ao mesmo tempo.

"Então era isso o que aqueles heróis têm?" Me questionei animado ao olhar no espelho, me lembrando da popularidade dos heróis. No centro da sala, comecei a refletir.

"Seria melhor não aparecer em público... Me manter longe dos outros heróis." Me convenci de fazer isso para evitar chamar atenção.

————. 🕷️ .————

A brisa fria da noite acariciava meu uniforme, um tecido que parecia se fundir com a escuridão, mantendo-me oculto mesmo à luz fraca das ruas. Meus olhos dourados, agora mais sensíveis e atentos, captavam cada movimento ao meu redor. Os sons urbanos ecoavam em meus ouvidos aguçados, cada respiração, cada passo, como um eco distante.

Os dias se passaram, e eu, o portador do miraculous da aranha, permanecia na espreita. Observava os outros heróis agindo, notando a juventude e a ingenuidade em suas ações. Sentia-me como um observador muito velho, que usa a frase "na minha época" sem nem ter vivido essa época.

Analisando a batalha, surpreendia-me com a criatividade de Ladybug. Enquanto alguns problemas eram previsíveis, suas soluções inovadoras me intrigavam. A luta se deslocou para outro local, e discretamente segui os heróis, aproveitando minha agilidade e velocidade.

Minhas teias invisíveis, espalhadas pela cidade, funcionavam como um mecanismo de defesa, percebendo cada movimento em Paris.

Como consequência, a fome do Spiid, meu Kwami, era constante. Essas teias invisíveis demandavam sua alimentação frequente. Pulei para outro telhado, grudando-me às superfícies com facilidade sobrenatural. Enquanto observava a batalha se desenrolar, meu pensamento se perdeu em um desejo.

— Às vezes, seria útil ter um uniforme que se camuflasse com o ambiente... —, murmurei para mim mesmo, esgueirando-me silenciosamente e testemunhando o desfecho da batalha que se aproximava do fim.

Um movimento repentino chama minha atenção. O vilão, desesperado e ágil, adentra um beco buscando escapar dos heróis. Uma oportunidade se revelava ali, um momento para intervir.

Utilizei minha agilidade aprimorada para alcançar rapidamente o beco. Com destreza, armei minhas teias, prendendo o vilão antes que pudesse escapar, garantindo sua captura temporária no final do beco.

Desapareci do local com a mesma velocidade silenciosa com que cheguei. Preferi não esperar a chegada dos outros heróis, optando por manter minha identidade e ações longe de seus olhares. Retornei para casa, sabendo que a faculdade ainda me aguardava mais tarde naquela noite.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 26 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Clen, Portador do Miraculous da AranhaOnde histórias criam vida. Descubra agora