Capítulo VII

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Lori mostrou um canto afastado da escola, seu cantinho favorito onde todos sabiam que ele estaria caso não estivesse dormindo em sua carteira, na sala de aula. Os olhos bicolores se puseram sobre o pequeno corpo que o acompanhava de forma pensativa, qual seria o motivo de Toge vir o visitar?


Se sentando em um canto, teve de insistir para que o amigo fizesse o mesmo. O platinado estava estranho demais na visão de Lori e isso o preocupava de certa forma, o que deveria fazer?


— Você já comeu? — Resolveu questionar para quebrar aquele enorme vazio sonoro.


Inumaki apenas pescou dentro de suas vestes um saco de papel cheio, entregando nas mãos enormes do bicolor que abriu e bisbilhotou o conteúdo: oniguiris.


— Nossa! Você comprou pra nós dois? — Um pequeno sorriso se formou em seus lábios, vendo as pequenas porções de arroz naquele saco. O platinado confirmou — Oh isso é gentil da sua parte, Inumaki.


O pequeno corou, de forma violenta, arrumando a roupa para disfarçar o rosto em chamas que encantou Lori, descontroladamente, quase o fazendo perder seu próprio autocontrole se jogando em cima daquela pequena figura. Como ele desejava, seu corpo implorava por um toque mais íntimo, o abraçar... Beijar... O fazer gemer.





Lori se sentia maluco, aquela tarde com Toge Inumaki foi uma tortura infinita que o fez se sentir doente. Toda vez que seus olhos se pegavam focados nos lábios tatuados do garoto, sentia vontade de tocar aquelas marcas, de o beijar e brincar com aquela língua avermelhada com o mesmo símbolo de suas bochechas.


Com esses pensamentos, quando chegou em casa, se desmontou. Estava frustrado demais, se jogando embaixo de seu chuveiro ainda com as roupas da escola as tirando enquanto arfava, água fria escorrendo por seu corpo como se isso pudesse aliviar toda a situação, todo o descontrole, todo o desejo.


— Droga, droga, droga — Raivosamente repetia vendo que seu pau ainda se mantinha duro, sem demonstrar sinais de que iria voltar seu autocontrole apenas com um banho — O que você tá fazendo comigo, droga.


Estalando a língua, decidiu que deveria se aliviar. A mão envolvendo o membro enquanto se masturbava, a outra se apoiando na parede de azulejos enquanto arfava descontroladamente e mesmo assim, não era o suficiente, agora parecia que nada seria suficiente, não quando tudo isso era um claro desejo por Toge.


Ele continuou os movimentos, aumentando a velocidade enquanto sentia que aos poucos estava prestes a gozar, sua mente vacilando em um branco de prazer e a imagem inocente do que deveria ser apenas seu melhor amigo.


— Inumaki... — Gemeu o chamando, como se ele estivesse o escutando — Seu desgraçado...


Continuou, a boca se abrindo apenas para arfar, gemer, implorar por um toque que ele jamais ousaria pedir. Lori estava satisfeito apenas sendo amigo daquele pequeno platinado, era isso que ele tentava se convencer enquanto seu corpo se aquecia todas as vezes que ele imaginava seus lábios abertos, os olhos de tons fantásticos pintados em uma luz de luxuria...


— Eu quero te foder que nem uma vadia — Falou sentindo seu corpo responder aos pensamentos, finalmente ejaculando.




— Lori — Como ele queria matar alguém naquele momento, parecia que suas sonecas nunca eram respeitadas — Não é por nada não, mas qual é a do seu amigo?


— Amigo? — Sem abrir os olhos, apenas sussurrou desinteressado. Lori queria apenas dormir após mais uma noite perdida em pensamentos julga tórios — Do que está falando?


— Aquele branquelo idiota que veio ontem — Com a fala, o grande corpo se levantou, os olhos sempre preguiçosos serrados em uma irritação anormal — O que foi? Mas é verdade!


— O que você está querendo dizer? — A voz saiu em uma ameaça, alta o suficiente para atrair a atenção de alguns alunos que aproveitavam o intervalo.


— Ele só fala ingrediente de comida e com o comportamento patético, acha que ele é o que? Alguém normal? — Ele riu como se não estivesse brincando com fogo. Não parecia, Lori sempre se controlava bem — Ele parece uma menininha, tinha que ver quando os caras começaram a perturbar ele...


O resto não veio, não por se calar naturalmente ou tomar consciência do que havia dito, mas por estar ocupado demais recebendo um soco de Lori. O bicolor, que evitava lutas e confusão, montou sobre o corpo do colega de sala desferindo uma sequência de socos em direção do rosto que revidava tentando o golpear também.


No entanto, existia uma coisa que tornava a desvantagem de seu oponente maior, não o tamanho de Lori, nem sua força, Lori era incapaz de sentir dor e não importava o que os outros estavam fazendo para o tirar de cima daquele infeliz, o sangue do bicolor estava fervendo e sua raiva descontrolada não o permitiria deixar que as ofensas saíssem impunes.


— PARA! — Alguém gritou, uma voz feminina desconhecida. Não, Lori conhecia, já escutou alguma vez, mas ele não se importava, isso não seria interessante agora.


Sentindo ser puxado pelos braços, continuou a exercer força para que golpeasse novamente o garoto que estava agora desacordado, no entanto, mais uma aproximação foi ouvida, passos tão calmos antes de chegar perto de Lori.


Pelo campo de sua visão, ainda descontrolado de sua raiva e impulso, a pele pálida como de um fantasma veio até ele, preocupado, abrindo levemente o zíper de seu uniforme antes de seus lábios fossem até o ouvido de Lori.


— Durma.

Pecado / Toge InumakiOnde histórias criam vida. Descubra agora