Mingyu acordou com aquele barulho de carro e buzina. O único problema de morar no centro da cidade é esse, o barulho. Detesta sons altos. Simplesmente não suporta. Sente-se pequeno quando gritam perto de si, como um soco na cara.
Viu Minnie se espreguiçando lá na sala e correndo até o potinho d’água e ração.
O Kim passou a noite toda digitando no seu computador. Ele curtia essa vida de escrita. Não se intitulava escritor, pois achava um pouco sério demais... ele escrevia quando dava na telha. Escritores de verdade escrevem pelo simples fato de precisar. Como um trabalho, não necessariamente obrigação. Mingyu detesta trabalhar.
Viu seu Seungkwan atravessando a rua com a bicicleta. Mesmo que morasse alguns andares abaixo, se sentia privilegiado por ter a vista da rua. O Boo, por exemplo, não tinha esse privilégio.
Escutou a porta tocar e então caminhou em paços lentos. Esperava ser Jun entregando alguma correspondência, ou o chato do seu vizinho do lado Lee Jihoon. O cara passa o dia inteiro tocando instrumento e ouvindo música. Não que o Kim vá julgar, ele também passa o dia todo fazendo o que gosta e mesmo assim atrapalha um monte de gente.
Pra sua felicidade, era um garotinho pequeno todo sorridente ao lado de Hong Jisoo e Lee Seokmin.
- Bom dia, Mingyu – disse o Hong com seu rosto mais simpático – Eu e o meu marido precisamos ir pra fora hoje, aconteceu um imprevisto lá na fazenda. Você pode tomar conta do Hyunwoo hoje? O Seungkwan disse que não tinha problema ele ficar com você.
- Ah... tá de boa.
- Tio, posso brincar com sua gatinha?
- Pode – respondeu já o vendo correr para dentro do aparamento – E já falei pra não me chamar de “tio”. Esse moleque não aprende...
O casal continuava sorrindo meio forçado esperando alguma outra fala do mesmo.
- Fiquem tranquilos, ele tá seguro comigo – e então sorriu.
- Muito obrigado, Mingyu. O Seungkwan chegará as seis – disse Seokmin.
- Suave. Até!
E então fechou a porta. Mas... parou um pouco e se aproximou do olho grego, ouvindo uma conversa baixa.
“Eu também não confio nesse cara...”, “Querido, vamos logo, o Seungkwan disse que estava tudo bem, então creio que não tenha problema”, “Ainda assim não confio nele”. As vozes foram desaparecendo aos poucos até sumirem por completo.
- Mingyu – o menino o cutucou – Podemos ir na pracinha?
- A essa hora? – virou-se pra ele. A diferença de altura entre ambos era chocante e engraçada, já que o Kim tinha quase um metro e noventa e o pequeno Hyunwoo tinha só 5 anos de idade – Moleque, são nove horas da manhã, tu não tá com sono ainda não?
- Eu costumo acordar as sete!
- O Seungkwan definitivamente está criando um monstro – murmurou para si mesmo – Tá, bora. Cê já comeu alguma coisa? – disse abrindo a porta novamente, esperando-o atravessar.
- Sim! O tio Shua fez duas torradas desse tamanho pra mim – mostrou com as mãos.
- E eu perguntei?
- Perguntou.
O Kim lançou-o um side eye e seguiu caminho com o menino até o elevador.
- Mingyu, você e meu papai estão namorando?
- Não. Por quê?
Ambos se encostaram na parede do elevador.
- É que eu achei que vocês estivessem namorando.
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I LOVE YOU so... 00:00
ФанфикSeungkwan agora tem uma nova vida, novas amizades, mas, um novo amor? Ele não sabe se consegue, nem se pode ter um novo amor. Ainda mais agora que, se não voltar pra casa até meia noite... ele vai se tornar aquilo que ele mais teme: Um pai ausente. ...