Capítulo 2

357 31 30
                                    

A província de Toledo, viveu momentos de terror essa madrugada.

"Uma quadrilha composta por pelo menos 8 pessoas armadas realizou um roubo a três agências bancárias aos arredores de Madrid - o que transformou o lugar em uma "praça de guerra", relatou o prefeito local. De acordo com a Polícia Militar, os criminosos estavam fortemente armados, portando munições de diferentes calibres e coletes balísticos.

Os criminosos, que chegaram a usar reféns como 'escudo humano' no momento da fuga, conseguiram escapar por cidades vizinhas, deixando parte do dinheiro roubado para trás.

De acordo com a equipe policial, um total de três pessoas morreram, entre elas dois dos suspeitos e um policial, além do inspetor que estava acompanhando a operação que acabou sendo atingido na perna e agora segue internado. Os reféns foram libertados pelos criminosos e encaminhados para o hospital mais próximo, cinco deles ficaram levemente feridos depois dos ataques mas passam bem."

Zulema apertou o celular com força numa tentativa de conter a raiva que sentia, aquilo só podia ser alguma piada de muito mal gosto, se recusava a acreditar que alguém pudesse ser tão idiota àquele ponto.

Discou um dos poucos números salvos em sua agenda. Estava brava e esperava pelo menos ouvir uma boa explicação sobre toda essa merda que tava acontecendo. A ligação chamou poucas vezes até o outro lado atender.

- Como caralhos pôde ser tão descuidado? - Esbravejou no tom mais baixo que aquela raiva lhe permitia.

- Oi pra você também, Zulema. - A árabe bufou em impaciência, odiava quando falava com tamanha calma em momentos que deveria levar a sério. - Estou bem, e você?

- Falo sério, Hanbal!

- Não é porque você é mais velha que pode me dar sermões, afinal foi um acidente.

- Acidente?

- Estava tudo dando certo, até que a polícia chegou e as coisas começaram a sair do controle.

- Não podemos mais dar espaço para erros tolos, Hanbal. - Era impossível que não deixasse transparecer sua indignação com a falta de planejamento do rapaz às vezes.

- Calma lá! Se por acaso esqueceu, a droga do chefe aqui não é você.

- Eu estou me esforçando pra me comportar e não chamar atenção na merda desse lugar e você faz uma estupidez dessas?

- Precisamos da porcaria do dinheiro pra que tudo dê certo, ou acha que é barato fazer as merdas que você planeja acontecerem?

Zulema respirou fundo, não sabia de onde estava tirando tanto autocontrole para manter uma conversa civilizada, mas tentava buscar algum resquício de paciência em seu interior.

- Será que pode não se meter em mais nenhum problema por enquanto?

- Se eu disser que posso tentar, você fica mais calminha?

- Posso saber o que tanto tem conversado com aquela loira afinal? - Saray adentrou de repente na cela, a cara de poucos amigos deixava claro o quão irritada estava.

- Porra, você me assustou! - Encerrou a ligação sem se despedir, não que fosse fazer isso de qualquer forma, escondendo novamente o celular na sustentação de metal da cama para só então se virar na direção da mais alta. - Não sei do que tá falando.

- Já fazem 3 dias que as vejo juntas. - Acompanhava cada movimento da mais velha com atenção, já era duro ver sua garota com aquela loira oxigenada, não sabia se aceitaria perder sua hermana também. - Juntas demais.

Entre Grades e Sentimentos: Caminhos TraçadosOnde histórias criam vida. Descubra agora