Acordei às 05:00h da manhã, ou melhor, da madrugada, com aquele galo miserável que cantava sem parar com aquela voz de estourar os tímpanos.
Peguei meu travesseiro branco colocando-o na minha cara e o pressionando contra meu rosto, no intuito de não escutar o barulho bafafá daquele insuportável galo cantante.
Mas não resolveu em nada.
Acabei bufando de raiva jogando o travesseiro no chão.
Tirei os lençóis do meu corpo saindo da cama e calçando meus chinelos, já que eu não iria voltar a dormir mesmo, e tudo culpa desse maldito galo.
Ainda ia fazer um caldo desse bicho.
Percebi que eu tinha dormido com o meu vestido da festa de ontem, me senti suja e grudenta, então resolvi tomar um banho.
Entrei no banheiro fazendo minha higiene matinal, escovei bem meus dentes tirando todo mal hálito da minha boca.
Fui até o box para tomar um delicioso banho de chuveiro, porém, tudo que tinha ali era apenas um tanque grande e redondo, cheio d'água.
Fiquei indignada com isso, meus pais eram muito ricos, tipo, podres de ricos, mas não tinham dinheiro para instalar um simples chuveiro, até em meu apartamento tinha chuveiro e aqui não.
Acho que eles não queriam comprar um chuveiro, porque adoravam tomar banho de tanque, segundo eles, era muito melhor do que banho de chuveiro.
O cúmulo.
Tomei banho pegando um balde ali perto, peguei uma quantidade de água naquele tanque e joguei no meu corpo.
Após o banho, me enrolei em minha toalha, fui até o meu armário, escolhendo qual roupa eu iria vesti.
Passei quase vinte minutos ali em pé, tentando decidir qual usar, até que finalmente teve uma do meu agrado.
Coloquei um shortinho jeans azul escuro, junto com uma camisa de botões jeans azul escura também, pôs minhas botinhas confort marrom, que eram minhas preferidas. Coloquei na cintura um cinto preto com a fivela em formato de coração, e para finalizar, pôs meu chapéu rosa de cowgirl na cabeça.
Modéstia parte eu estava linda, na verdade, eu sou linda. Passei apenas um gloss em meus lábios, para não abusar tanto da minha beleza.
Saí do quarto andando pelos corredores e descendo as escadas, cheguei na cozinha vendo que a mesa já estava cheia de comida, e nem era seis horas em ponto ainda.
Vi minha mãe no fogão junto com Joana, elas estavam terminando de preparar a refeição, meu pai e meu irmão estavam sentados na cadeira assistindo ao Globo Rural, em uma televisão que havia ali.
Meu pai gostava de assistir comendo, então pôs uma televisão bem próximo a pia.
— Bom dia, filhota. Como passou a noite? — Minha mãe perguntou, deixando tudo de lado para vim até a mim, me dando um beijo na bochecha.
— Passei bem, mãe. Mas não planejava acordar tão cedo assim. — Comuniquei reprimindo os lábios.
— Sinto muito, filha. Mas estamos na fazenda, aqui todo mundo acorda cedo. — Comentou meu pai, rindo.
Senti o café fresco da manhã naquela cozinha.
— Filha, se senta. Come alguma coisa. — Me mãe pediu, se afastando de mim, voltando a ir até onde Joana estava.
Me sentei na cadeira ficando de frente para meu irmão e ao lado de meu pai.
Vi muita comida em cima da mesa, me servi primeiramente com café, colocando-o no copo, já que meus pais não tinham xícaras.